No fim da tarde de 8 de julho de 1987, a aposentada Nancy Etheridge ficou particularmente aborrecida com a má educação daquele sujeito alto, barbado e com entradas de calvície que não desgrudava das prateleiras de magazines esportivos da biblioteca pública de Pasadena, Califórnia. Mal sabia ela que o homem em quem tinha esbarrado repetidas vezes era o mesmo que assinara Robert D. James na ficha de filiação, um velho pseudônimo para Robert James Fischer. Ou Bobby Fischer, como ficou mais conhecido o gênio que ganhou o campeonato mundial de xadrez, em Reikjavic, capital da Islândia, 15 anos antes.
Fischer era o que os dicionários costumam definir como prodígio: aprendera a jogar xadrez ensinado por sua irmã, aos 6 anos, para passar o tempo; começara a freqüentar o clube de xadrez de Manhattan (morava no Brooklin) com 10, e com 13 ganhara o Aberto Junior dos E.U.A. Aos 14 anos, vencera pela primeira vez o campeonato norte-americano, que venceria outras 5 vezes depois. Aos 15, se qualificara para o Interzonal, torneio regional eliminatório – pense, em termos de xadrez, numa Libertadores da América, ou numa Eurocopa - organizado pela FIDE (Federação Internacional de Xadrez, a FIFA do xadrez) para determinar o desafiante ao título mundial, e se tornara o mais jovem mestre da história do xadrez. Tudo isso seria muito notório, mas até aqui Boris Spassky, o russo campeão do mundo, também poderia reclamar para si o título de prodígio - afinal, aos 18 anos fora o mais jovem mestre soviético. Só que Bobby Fischer tinha um algo mais, ou antes, vários, a lhe dirigir a atenção.
Em 1960, abandonou os torneios classificatórios sob a acusação de que os soviéticos jogavam em conluio - naquela época, as eliminatórias eram jogadas na base de todo mundo contra todo mundo, classificando-se os que fizessem mais pontos (um empate corresponde a meio ponto, uma vitória, a um). A acusação de Fischer, que os soviéticos combinavam os resultados das partidas entre si, para mantê-lo fora da disputa do título mundial, foi sustentada em vários momentos ao de sua vida. Prometeu, por conta disso, ficar longe do Interzonal, retornando apenas em 1967, na Tunísia, quando abandonou misteriosamente o torneio: "Deixem-me em paz. Eu não tenho nada a dizer." Nessa época, meados dos anos 60, ela já era tido como gênio, e o único jogador de xadrez a ter sido capa das revistas Life, Time, Newsweek e Sports Illustrated, arrematando uma certa reputação pelas suas declarações:
"Tudo o que eu quero fazer, sempre, é jogar xadrez."
"Eu não aprendi nada na escola. É uma perda de tempo. (...) Não deveria haver dever de casa. Ninguém está interessado. Os professores são estúpidos. (...) Desperdicei dois anos e meio na High School (...)" [Fischer largara a escola ao 16 anos, após concluir a High School]
"Mulheres não deveriam jogar xadrez. Elas jogam como principiantes. Elas perdem todos os jogos para homens. Não há uma enxadrista no mundo a quem eu não dê um cavalo de vantagem e não ganhe."
"Eu não tenho amigos íntimos. Eu não tenho segredos."
E as duas mais famosas, sobre seus adversários:
"Eu gosto de vê-los se contorcendo."
"Eu gosto do momento em que eu esmago seu ego"
Desde que as eliminatórias começaram, em 1969, para decidir quem teria o direito de enfrentar Spassky 3 anos depois, conforme as regras da FIDE, o sentimento geral no meio enxadrístico norte-americano era de que sem Fischer os E.U.A. não estariam realmente representados. Reshevsky, Addison e Benko eram jogadores de primeiríssima linha, mas Fischer talvez fosse a única pessoa capaz do feito inédito de levar o título mundial para os ianques, algo que
nunca ocorrera naquele século. Percebendo isso, o tenente coronel da reserva Edmund B. Edmondson, próximo de Fischer e diretor executivo da Federação Norte-Americana de Xadrez, mexeu seus pauzinhos e deu tratos na bola na tarefa de convencê-lo a voltar, e arrumar uma maneira legal de encaixá-lo. Essa maneira seria a desistência de um dos 3 representantes, além da concordância dos outros 8 finalistas. Paul Benko cedeu sua vaga a Fischer, "a única pessoa por quem faria isso", assim como os 8 concorrentes. O que poderia soar como exagero ou manobra política logo mostraria o seu porque.
Espírito quebrado
Nas rodadas eliminatórias em Palma de Mallorca, que selecionariam 6 dos 24 participantes - as tais em que Fischer acusava os soviéticos de fazerem esquema - Bob fez 17 pontos e meio contra 5 e meio, concluindo a campanha com uma série de 7 vitórias seguidas, o que o classificou para as finais. As quartas de final seriam contra o russo Taimanov, e assim como nas demais partidas daí para frente, o vencedor seria quem completasse pelo menos 6 pontos antes do adversário. Após perder as 3 primeiras partidas, Taimanov adoeceu, pedindo adiamento em alguns dias da próxima, para recuperação (como permitiam as regras da FIDE para esses torneios internacionais). Melhorou, voltou, e perdeu as 3 partidas seguintes, totalizando para Fischer a notável marca de 13 vitórias em seqüência. Fischer seguiu para a semi-final contra o dinamarquês Larsen, tido como o único enxadrista no Ocidente do nível de Fischer. Ao contrário de Taimanov, o confronto com Larsen começou com uma enfiada não de 3, mas de 4 vitórias consecutivas do norte-americano - que só não foram 5 porque... Larsen também adoeceu, pedindo adiamento. Os mais atentos sentiam algo de estranho no ar: o que era aquele estranho mal que acometia todos que enfrentavam Fischer no tabuleiro?
Embora sempre tido pelo vulgo como um jogo cerebral, é moeda corrente entre os grandes jogadores de xadrez que o bom condicionamento físico ao entrar nas partidas. Todos os campeões dos últimos 40 anos praticavam algum tipo de esporte, mesmo que recreativamente - tênis, esqui, boliche. O envolvimento emocional em uma partida é tão forte, repercutindo somaticamente de maneira tão intensa que esse exercício era indispensável para a fortalecer o jogador. Sabe-se, por exemplo, que Gary Kasparov chegou a perder 10 quilos quando da disputa do título com Karpov. É uma máxima entre os mestres de xadrez que é impossível derrotar alguém com boa saúde. E a impassividade, o absoluto equilíbrio que Fischer demonstrava frente ao tabuleiro, era um fator nem um pouco irrelevante. Fischer parecia contaminar seus oponentes com uma febre, a Febre de Fischer (Fischer Fever), como veio a ser conhecida - embora alguns preferissem chamá-la de Fischer Fear (Medo de Fischer), mesmo... No retorno, não houve reação de Larsen, e Bobby venceu mais 2 vezes, completando a inacreditável marca de 19 vitórias, nenhum empate, nenhuma derrota, todas em partidas com os melhores praticantes daquela área no mundo. É muito difícil pensar num símile para um registro como esse, em qualquer esporte, no século passado.
A partida que decidiria o desafiante ao título seria disputada em Buenos Airescontra Tigran Petrosian, um armênio de 42 anos, ex-limpador de ruas, meio surdo e ex-campeão mundial entre 66 e 69. Petrosian era um jogador defensivo, estratégico, poderia ser classificado como a antítese de Fischer, que sempre, sempre jogava para ganhar – e, segundo os russos, era exatamente essa a característica que poderia dobrar o norte-americano. Em finais decisivas como essa, o comum são placares com magras vantagens de pontos, porque jogadas à maneira de uma partida de tênis decidida no tie-break: nenhum dos adversários quer arriscar, preferindo manter a bola em curso enquanto aguarda o erro do outro. Por isso, foi curioso quando Petrosian assumiu um postura ofensiva na primeiro partida, obrigando Fischer à uma estratégia mais cautelosa, ainda que aquilo tenha lhe levado a abandonar. Era a vigésima vitória seguida de Fischer.
Quando Fischer abandonou - mestres não deixam o jogo terminar; abandonam quando se percebem em situação que conduzirá a um xeque-mate inevitável - a segunda partida, a torcida argentina irrompeu num coro glorioso, "Tigre! Tigre! Tigre!", exaltando o homem que fora capaz de interromper a inacreditável sucessão de vitórias de Fischer. Petrosian pode ter conseguido abortar o mito em gestação da invencibilidade de Fischer, mas isso não foi suficiente para impedir o jovem enxadrista de chegar a Spassky: o fim de 5 partidas, o placar era empate: 2 ½ a 2 ½, e com o abandono de Petrosian na sétima, 4 ½ a 2 ½ para Fischer. Foi quando Petrosian adoeceu. Yuri Averbach, auxiliar russo, comentou: "O espírito de Petrosian foi quebrado na derrota anterior", e ao que indica, tinha sido mesmo, porque ele voltou para abandonar mais duas partidas, somando outras 4 vitórias em série. Nessa altura, não havia russo nenhum que não enxergasse em Bobby Fischer uma ameaça ao menos potencial à hegemonia que detinham no xadrez desde 1948, quando a FIDE passou a regulamentar o campeonato mundial. Mas ainda havia o grande campeão, Boris Spassky.
Maracutaias financeiras
Decidido o desafiante, cabia à FIDE organizar a disputa do título, numa melhor de 12 pontos e meio (com o empate prevalecendo o campeão), em 24 jogos. A primeira metade seria organizada pelo país do desafiante, a segunda, pelo do campeão. Iniciou-se um leilão entre os países candidatos a sediar os jogos, com os seguintes lances:
1o. Belgrado (Iugoslávia) U$ 152.000
2o. Argentina U$ 150.000
3o. Islândia U$ 125.000
e uma curiosidade: em 8o. lugar, Brasil, com U$ 80.000 de lance. Para que acha esse número alto, é necessário lembrar que exatamente no começo dos anos 70 uma pequena mania de xadrez foi desencadeada pelo belo desempenho de Henrique da Costa Mecking, o Mequinho, jovem jogador de 18 anos, a caminho de se tornar mestre em 1971, com o apoio do ministro Jarbas Passarinho e do presidente Médici, a quem agradecia a cada vitória. Mequinho ficou tão em evidência naquele tempo que, incensado num programa do Chacrinha.... chegou a desafiar Bob Fischer! Outro motivo seria a carona que dirigentes políticos costumam pegar em sucessos esportivos ocorridos durante seus mandatos, norma até mesmo em regimes democráticos, da seleção de 70 ao convite de FHC para Guga visitar o Palácio da Alvorada. Fim da curiosidade.
Para se ter uma noção do que esses valores representam, em 1969, quando Spassky bateu Petrosian, ganhou reles U$ 1.400 (lembrando aqui que todos esses valores são de 1972, não atualizados). Assim que os primeiros movimentos da FIDE se deram, a Argentina saiu da disputa, e Dr. Ewe, presidente da FIDE, estabeleceu um arranjo em que os 12 primeiros jogos seriam em Belgrado, e os seguintes, em Reikjavic, à bolsa no valor médio de U$ 138.500, aproveitando a preferência de Fischer pelo primeiro e Spassky, pelo segundo local. De cara, a Federação Soviética criou objeções, afirmando que seria inaceitável a realização do torneio em qualquer lugar diferente de Islândia, Holanda, França e Alemanha, mas em reunião do lado de dentro da Cortina de Ferro, acabou capitulando ao acordo inicial. Foi a vez de Bobby Fischer criar caso, pedindo, além da bolsa, parte dos lucros com ingressos e transmissão televisiva dos jogos. Foi ameaçado de expulsão pela FIDE, e acabou cedendo em cima do prazo final - mas esse artifício não passou desapercebido. Amedrontados, os organizadores iugoslavos passaram a pedir uma garantia de U$ 35.000 para a realização dos jogos, escaldados que estavam com as artimanhas e o histórico de faltas em torneios de Fischer. O problema é que a Federação de Xadrez Norte-americana era uma associação amadora, não tinha receita, muito menos como levantar fundos dessa quantia, e se viu em maus lençóis diante dessa garantia. Para aumentar o mau estar americano, os soviéticos não demonstraram ser nenhum problema, porque o governo da U.S.S.R. apoiava o xadrez, remunerando seus principais jogadores, e assentiu ao pedido iugoslavo. Foi a vez de Edmondson criar resistências, afirmando que "a garantia é ilegal", o que em última análise levou os iugoslavos acabarem retirando sua candidatura e comprometerem definitivamente a organização: como poderia haver uma segunda parte se não haveria a primeira?
Sem tempo para estudar novos lances, Dr. Ewe declarou que "qualquer país que seja capaz de sediar o confronto, nas condições do arranjo inicial, será a sede". Nem assim: a maracutaia financeira promovida por Fischer assustara candidatos potenciais. Provavelmente por isso a FIDE não trocou duas propostas voando pela proposta na mão da Islândia em sediar os 24 jogos, ao valor da bolsa inicial. A decisão se mostrou correta quando Fischer concordou, dizendo que jogaria em Reikjavic ou "qualquer lugar do mundo livre", apesar de reclamar das dificuldades técnicas que poderiam surgir da transmissão televisiva do evento para seu país, que queria ver pela primeira vez um representante seu jogando pelo título.
Com vários dias de antecedência, Boris Spassky desembarcou na Islândia, trazendo a comitiva habitual de acompanhantes e treinadores. Na coletiva para a imprensa, mostrou-se diplomático ao esquivar-se diante de provocações e subtons políticos: "enquanto estou sentado no tabuleiro de xadrez, sou um jogador, e não um político". Belas palavras, sobretudo quando a gente lembra o peso simbólico que o governo da U.R.S.S. depositava nessas disputas sobre os representantes do capitalismo. Os grandes enxadristas recebiam benefícios estatais em bens de consumo aos quais a população raramente tinha acesso. Uma reportagem da Life nesse período legendava assim uma foto de Spassky: “defenda aquele Volvo”, referindo-se ao seu carro importado. Em tempos de Guerra Fria, quisessem ou não, oficialmente ou não, os representantes dos sistemas econômicos que antagonicamente dividiam o mundo, carregariam esse fardo. Fischer não tinha carro e nem deu declaração nenhuma na coletiva porque... sumira, escafedera-se, sem dar sinal de vida. Provocação? Uma hipótese levantada de cara era a de estar criando uma guerra de nervos, para desestabilizar Boris Spassky. O histórico de seus enfrentamentos, com 3 vitórias para Spassky e 2 empates, fortalecia essa teoria. Fischer queria minar seu adversário antes do confronto.
A gota d'água foi seu não comparecimento à cerimônia de abertura, provocando a ira dos soviéticos, que fizeram carga sobre Dr. Ewe, clamando que o jogo já havia começado. Ele concedeu um adiamento de 2 dias e mais nada, sob pena de desclassificação, para Fischer aparecer. Um inesperado acontecimento viria a tirá-lo de seu esconderijo: a oferta do milionário inglês James D. Slater de U$ 125.000 extras para ele jogar. Posto em xeque, Fischer não recuou (aliás, ficou bem contente com a oferta) e se mandou para a Islândia, apesar de ainda resmungar que "os ingleses estavam assumindo uma responsabilidade islandesa". Mais uma vez, Edmondson veio em sua defesa: "Ele é um profissional num país que não provê apoio estatal para enxadristas, e não deveria ser condenado por buscar o máximo retorno particular pelas suas atividades.", uma alfinetada a mais na já curta paciência dos soviéticos...
Tass, a agência de notícias soviética, divulgou então uma nota relativa ao nome de Spassky, onde declarava, entre muitos desaforos, que "(...) Fischer me insultou, pessoalmente, e à Federação de Xadrez da U.S.S.R., a qual represento. A opinião pública na U.S.S.R. e eu estamos indignados com a sua conduta. Sob todas as condições humanas, ele desacreditou-se completamente (...)", exigindo um pedido formal de desculpas. Mesmo assim, Spassky reafirmava, "eu ainda quero jogar o jogo, se houver uma solução". Pedido formal, realmente não houve; o que houve foi um pequeno texto, ignorado pelos soviéticos, por chegar em suas mãos mimeografado e não assinado. Fischer não gostava de assinar nada muito diferente das fichas de jogo... Dr. Ewe recuava, justificando-se que "se não tivesse violado as regras, não haveria jogo", enquanto passava o bastão de comando para o alemão Lothar Schmid, o árbitro da partida. Uma nova data foi agendada para o início do jogo. Como se a confusão fosse pouca, nesse meio tempo veio uma notícia de Moscou de que um computador estaria sendo usado em Nova Iorque para ajudar Fischer, recebendo as jogadas, calculando-as e respondendo. O que foi tido como ridículo, afinal, em 1972, os computadores ainda tinha pouca capacidade de processamento e jogavam muito pior do que qualquer mestre. Ainda seria preciso aguardar 25 anos até que o Deep Blue da IBM vencesse Gary Kasparov numa partida, levando o campeão a se levantar desnorteado da mesa. O interlúdio absurdo foi só o tempo suficiente para Fischer redigir suas desculpas formais:
"Caro Boris,
Por favor, aceite minhas mais sinceras desculpas pelo meu comportamento desrespeitoso em não comparecer à cerimônia de abertura. Eu simplesmente fui levado pela minha ridícula disputa por dinheiro com os organizadores islandeses. Eu ofendi você e seu país, a União Soviética, onde xadrez tem posição de prestígio. (...)"
Finalmente, após ajustes menores como a confecção de um tabuleiro com casas menores em relação às peças, o sorteio das peças foi possível, da maneira clássica e típica do xadrez, com Spassky escondendo uma peça de cada cor em suas mãos e oferecendo a Fischer para um sorteio. O americano ficou com as pretas, um fator a se considerar, porque quem joga com as brancas tem a iniciativa do jogo – algo decisivo para um enxadrista ofensivo como Bobby Fischer. As apostas do Lloyd de Londres davam-lhe uma pequena vantagem, quando ele chegou 7 minutos atrasado para o primeiro jogo e abriu com o cavalo do rei.
Não perca a conclusão desse embate na semana que vem!
Excelente relato do fenômeno Bobby Fischer. Com muita propriedade, detalhes e história. Quando sairá a conclusão deste artigo ? em que url poderei encontra-la ? Há mais artigos ligados ao xadrez ? Aonde posso encontra-los ?
Abraços
Ô Antonio! A conclusão saiu aqui mesmo na minha coluna, na semana seguinte, como eu prometi logo depois da última foto. O endereço é: http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=494
Eu gosto muito de bobby fischer, e sempre achei ele um jogador fantastico, jogo xadrez por causa dele, li suas historias e me fascinei, ele é realmente um genio, era muito inteligente e resistente, estudava horas por dia praticamente o dia inteiro, e não se cansava, e so se dedicava ao xadrez. Pessoalmente ele foi o melhor enxadrista de que eu ja ouvi falar, o melhor de todos os tempos. Eu sou apenas um amador e certamente não tenho nivel pra julgar quem seja o melhor jogador, mais eu analiso pelas condições e pela sua epoca. Gosto dele pela sua forma arcaica de estudar, hoje em dia é quase impossivel encontrar alguem assim, que seja fanatico como ele era. Os jogadores conteporaneos tambem são muito bons, são otimos, mais para mim apenas bobby fischer merece o titulo de melhor jogador.
Além dos prodígios Paul Morphy, Raúl Capablanca e Bobby Fischer, outro ídolo que cultuei foi Alexandre Alekhine. Alekhine foi uma máquina de precisão. Depois da derrota para o Deep Blue, a aura de Kasparov exauriu-se. Mas a verdade é que ele foi um dos grandes, um dos maiores. Quando era ainda um Grande Mestre molecão com cara de mau, fazia os seus experientes adversários perderem os olhares no vazio insondável das 64 casas, queimando os neurônios desesperadamente para encontrar alguma jogada salvadora. Kasparov parecia invencível.
Não consigo falar em Robert James Fischer (Bobby Fischer) sem que não me arrepie! Que coisa linda o xadrez perdeu, hém, pessoal? Como vai dar saudades... Ninguém jogará xadrez igual a Fischer nos próximos milênios. Em se tratando de xadrez, até que não é tanto tempo... O maior e melhor de todos!!! Vá com Deus, Bobby!!!