A África do Sul, durante os governos de Hendrik Vermwoerd (1958-66) e de
B.J. Voster (1966-78), criou dez nações tribais independentes, instaladas em
área correspondente a 13% do país, onde os negros foram confinados como
bichos. Esses enclaves, chamados de bantustões, tinham por finalidade
separar os negros dos brancos - a faceta mais hedionda do Apartheid. Assim,
muito justamente, a maioria dos países passou a hostilizar o governo racista
da África do Sul, com boicotes de toda ordem, tornando aquela nação um pária
no meio da comunidade internacional.
Com a virada das páginas do tempo após a atenuação da guerra fria, advinda
do colapso da antiga União Soviética, e com a ascensão de um novo poder
mundial identificado como "sociedade civil" (1), observa-se que o antigo
Apartheid da África do Sul, rechaçado anteriormente por muitos, extinto de
fato durante o governo de Nélson Mandela, está se implantando no Brasil com
grande êxito e sob os aplausos dos mesmos que anteriormente se posicionavam
contra aquele tipo de discriminação.
Trata-se das demarcações das terras indígenas no Brasil. Um enclave enorme
foi criado em nosso país com a demarcação da Área Indígena Yanomami,
iniciada pelo então presidente Fernando Collor, sob pressão dos países ricos
e inúmeras ONG que proliferam pelo mundo como geração espontânea. Além de
colocar em risco nossa integridade terrritorial, criou-se uma "nação
indígena" do tamanho de Portugal para enclausurar uma farsa, já que os
yanomamis foram uma esperta criação das ONG, como denunciou um coronel do
Exército Brasileiro (2) que serviu naquela região. Não se sabe ao certo se
essas organizações estão realmente interessadas na preservação da cultura
indígena ou se estão a serviço dos países ricos, tentando evitar que a
região amazônica se desenvolva, para, assim, ficar mais à vontade para
praticar a rapinagem de sua riquíssima biodiversidade e dos metais raros
encontrados em seu subsolo. Um mapa elaborado pelo IBGE (3) mostra a
Amazônia vestida com pele de onça, com manchas espalhadas em todo o seu
território, enclaves que tentam confinar os índios em seu estado primitivo,
enfim, que tentam fossilizá-los em bantustões, nos mesmos terríveis
bantustões da África do Sul anteriormente condenados por toda a comunidade
internacional.
Com respeito à África do Sul, a comunidade internacional sempre defendeu o
acesso dos negros aos mesmos direitos que os brancos tinham no país. Muitos
negros, apesar do Apartheid, conseguiram se tornar figuras proeminentes na
política local, a exemplo de Mandela, que depois de amargar vinte e oito
anos na prisão tornou-se presidente do país. Quem seria Mandela se ele
tivesse sido confinado em algum bantustão? Apesar de ser um príncipe da
etnia xhosa, com certeza ainda hoje estaria trocando flechadas e
zarabatanadas com seu rival Buthelese, da etnia zulu, não teria se formado
em Direito, nem governado o país. Por que, então, nós aqui no Brasil
queremos excluir nossos índios de se tornarem figuras de destaque, quem sabe
futuros senadores, governadores e até presidentes do Brasil?
Com a proliferação das ONG ecológicas em todo o mundo, a começar pela WWF,
fazendo pressões de toda ordem, tenta-se manter os nossos índios,
brasileiros legítimos, em seu estágio pré-histórico, sem direito ao ingresso
paulatino à sociedade brasileira. À WWF credita-se a criação do
"ongagotango", ou seja, o orangotango das ONG, um suposto primata indígena,
fóssil vivo, petrificado, proibido de ter acesso à civilização, habitante de
um propalado "quarto mundo", movimento que defende que grupos indígenas são
os donos originais das reservas por eles habitadas. Apesar da textura
esquerdista que orienta os trabalhos das atuais ONG, a práxis ou ação
revolucionária de Marx é colocada para andar de ré, ou pior, ficar congelada
e engessada, já que tentam absurdamente proibir que nossos índios sejam aos
poucos absorvidos pelos demais integrantes da população brasileira. Embora
quase todos os índios falem o português, gostem do esporte preferido do
brasileiro - o futebol, tenham muitas de suas aspirações idênticas às
nossas, comercializem com os brancos, vão às cidades, enfim, que de índios
têm muito pouco, organismos religiosos e ONG indígenas tentam a todo custo
engessá-los na Idade da Pedra, sem perspectiva de nenhum avanço
civilizatório. Com isso, ficam à mercê de falsas lideranças que pregam o
ódio ao homem branco, tolhendo, assim, seu próprio desenvolvimento e os
condenando a ser confinados em imensos favelões, onde são entregues ao
álcool e à prostituição, e onde ficam totalmente dependentes do poder
público, seja na provisão de alimentos, seja no atendimento
médico-hospitalar. Já disse um cacique indígena: "Índio não gosta de mato.
Quem gosta de mato é bicho". A criação da Escola Indígena de Educação Básica
Cacique Yanhkre, na reserva indígena Kaigang, onde vivem 4.800 índios, em
Chapecó, SC, primeira escola de nível médio destinada a índios, é um bom
início para reverter o atual processo de criação de bantustões no Brasil e,
paulatinamente, incluir a vida indígena em nossa sociedade, Afinal, quem
disse que índio não gosta de ver televisão, de ter geladeira, de falar ao
celular, de dirigir uma picape?
São vários os motivos alegados para deixar que os índios continuem a viver
como bichos. Sociólogos evocam a figura do "bom selvagem", aquele ser puro e
implicitamente bondoso, que vive no paraíso das florestas, incapaz de
cometer qualquer ato vil, como praticar o canibalismo, sacrificar crianças
ao sol para ele não deixe de nascer de novo no dia seguinte ou enterrar
vivas as crianças indesejadas... Assim, o indígena deveria ficar isolado na
floresta, para não ser contaminado pelas nefastas idéias do homem branco.
Embora os próprios organismos indigenistas não saibam o que é melhor para os
índios, já que não perguntam isso aos índios, eles tiveram um bom motivo
para levantar a questão indígena nas comemorações dos 500 anos do Brasil:
creditar à Igreja Católica todos os males que se abateram sobre os
indígenas. Ela, somente ela, é a culpada pela atual situação dos índios, que
foram evangelizados à força e, por isso, totalmente descaracterizados para
pior. Mais uma vez, na interpretação equivocada que se faz da História,
olhando o passado com o olho vesgo da ideologia do presente, a linha
esquerdista esquece o mote marxista, a práxis ou ação revolucionária, pela
qual o homem passa à ação para modificar o mundo, não apenas para
interpretá-lo.
Ora, durante toda a história humana, os povos conquistadores sempre
impuseram seus costumes aos vencidos, os conquistados tiveram que se adaptar
à nova situação para não desaparecer. Os jesuítas trouxeram a fé e a
esperança cristã a novos povos, cumprindo uma determinação evangelizadora de
Cristo: "Ide e pregai a todos os povos da terra". O espírito cristão,
criticado ferozmente pelas correntes anticlericais, cristalizou-se
exemplarmente na sociedade brasileira, de maioria cristã, onde coexistem
religiões diversas, não há "guerras santas" devido ao credo religioso, a
miscigenação está ocorrendo naturalmente, como já havia comprovado Gilberto
Freire, estamos nos tornando uma grande nação, sem preconceitos, ainda que
figuras soturnas de além e aquém-mar, como o escritor Saramago e as
"libélulas" da USP (4), tentem menosprezar o mais rico legado que Porgugal
nos deixou: o espírito da solidariedade cristã que tanto identifica nosso
povo. O ensinamento cristão não pode ser dado aos índios, segundo esses
ideólogos rancorosos, porém o ódio e o preconceito marxista podem ser
ministrados aos pobres índios, que foram insuflados por líderes extremistas
do MST e pelo CIMI, para contestar as comemorações em Porto Seguro e Coroa
Vermelha, em 2000.
Uma forma de desacreditar o cristianismo nesses tempos de comemorações é
exatamente apresentá-lo como o grande vilão, responsável pelo massacre de
nossos índios, o que é uma mentira, já que os jesuítas sempre foram
defensores dos indígenas, construindo uma comunidade altamente organizada no
sul do país, as missões jesuíticas, destruídas durante embates de espanhóis
contra portugueses. O ódio destilado pelo pataxó durante a missa
concelebrada por mais de 400 bispos em Coroa Vermelha, no dia 26 de abril de
2000, demonstra que nossos índios aprendem a cartilha "dialética" com muito
denodo e muita rapidez, merecendo menção "A", com louvor, e muitas palmas,
ainda que aquele texto cheio de ódio tenha sido redigido por algum
representante de "pastoral" católica, pelo CIMI ou por algum frei-deputado,
como aquele que coordenou o MST para o assalto a uma sede do INCRA na
Paraíba, seqüestrando pessoas e as mantendo como reféns. Ainda que a réplica
da nau de Cabral tivesse navegado, ainda que o governo não tivesse cometido
uma série de fiascos, na verdade, o que estava em jogo não eram as
comemorações dos 500 anos, mas a mesma anticomemoração que já marcara os 500
anos da descoberta da América, em 1992, quando a mesma turba rancorosa de
agora já havia realçado as mesmas atrocidades cometidas contra os indígenas,
creditando à mesma Geni outrora perseguida pelos romanos, jogando a própria
bosta apanhada em seus penicos contra a Igreja Católica, sem fazer um
balanço correto dos ganhos e perdas destes cinco séculos, muito mais ganhos
do que perdas. Ora, a Alemanha, por exemplo, não deve ser lembrada somente
pelo nazismo, mas também pelos grandes filósofos, escritores e músicos que
gerou, e, o mais importante, pelo seu formidável povo, que depois de ver o
país totalmente arrasado na II Guerra Mundial, rapidamente voltou a ser uma
potência econômica. Sob a ótica derrotista ou masoquista dos eternos
rancorosos que conseguiram anuviar as comemorações do nascimento de nossa
nacionalidade, nada poderíamos comemorar, nem nosso aniversário, nem o
nascimento de nosso filho, pois há sempre um parente idoso doente, um amigo
que morreu de modo violento, enfim, nem sexo poderíamos fazer. Os antitudo
numa festa não conseguem ouvir a alegria da música, sentir o perfume que
paira no ar, apreciar o colorido das vestes femininas, mas apenas conseguem
ver o próprio vômito no chão, cheio de ódio e fel, onde acabam escorregando
e sujando o traseiro.
Essa perseguição contra a Igreja Católica remonta ao Iluminismo, culminando
com a Revolução Francesa, quando se pretendia "enforcar o último burguês com
as tripas do último padre". Durante o período conhecido como Terror, após a
Revolução, foram cometidas as maiores arbitrariedades contra quem
professasse a fé de Cristo. Padres eram obrigados a fazer sexo com freiras
ou eram sumariamente executados. No curto período de sua existência, o
Terror matou mais que a Inquisição católica havia matado durante séculos.
Com o advento do marxismo, determinando a morte de Deus por escrito, apesar
do DNA cristalizado em todos nós por nossos antepassados durante milhares de
anos gritar o contrário, a perseguição contra os cristãos continuou ainda
mais furiosa. Esquecem os inimigos do cristianismo essa magnífica obra no
Ocidente que é a sociedade brasileira e toda a sociedade latino-americana
moldada pela religião cristã, com sua doutrina de bons costumes, que dá
extrema importância à família.
Sem constrangimento algum, os sociólogos da dialética marxista inventam
números. Dizem que no Brasil havia em torno de 5 milhões de índios em 1500.
Um número muito redondo e, portanto, bastante questionável, já que Cabral
não trouxe nenhuma equipe para fazer o recenceamento. E como hoje estima-se
que existam em torno de 300.000 índios nas reservas indígenas, a aritmética
que tentam nos empurrar goela abaixo é que o restante foi sumariamente
exterminado. Ora, Fafá de Belém, Luíza Brunet, Gilberto Mestrinho e milhões
de brasileiros de origem mais do que indígena nos provam que o que houve de
fato foi uma extraordinária miscigenação nestes trópicos, ainda que muitos
índios tivessem perdido a vida no período da conquista portuguesa. E mesmo
os atuais 300.000 índios são um número muito abaixo da realidade, já que não
é computado o número de indígenas vivendo nas cidades e em muitas áreas
rurais fora dos bantustões brasileiros. Pesquisa recente da UFMG (5)
comprova que 45 milhões de brasileiros possuem sangue indígena, desmentindo
categoricamente que houve um massacre sistemático de nossos índios. Houve
massacres, sem dúvida, mas não na extensão em que é apresentada. Finalmente,
convém lembrar que Rondon, descendente de índios terenas, não teria seguido
sua brilhante carreira militar, culminando na promoção a marechal, caso
estivesse confinado em algum bantustão.
Além da questão indígena acima abordada, há grupos fazendo de tudo para
criar em nosso país outros bantustões, além dos bantustões indígenas. São
movimentos que pregam a sua própria exclusão da sociedade brasileira, já que
procuram se diferenciar das pessoas comuns e instituir um "modus vivendi"
próprio, como se novas etnias estivessem surgindo do nada, como o movimento
negro, o movimento de mulheres, o movimento dos sem-terra, o movimento de
gays e outros, fomentados pelo rancor esquerdista e pelo modo "politicamente
correto" de pensar dos americanos do norte.
Há movimentos tentando manter isolados, no interior do país, os negros
descendentes de quilombos, desqualificando-os a se integrar à sociedade
brasileira, ou impedir que a sociedade brasileira, branca e mestiça em sua
maioria, se integre a eles. Os poucos casos de preconceito racial no Brasil
são magnificados pelas lupas de organismos negros racistas, que, ao invés de
solucionar a questão, apenas acirram os ânimos e a discriminação, ou, no
mínimo, caem no ridículo, como foi o caso de uma ação movida por um grupo
carioca contra o palhaço Tiririca, que havia escrito uma canção boba e
ingênua "Olha os cabelos dela". O próprio governo federal é favorável a
cotas para o ingresso de negros nas universidades, copiando a "affirmative
action" dos americanos. Com essa "discriminação positiva" tupiniquim, quem
seria considerado negro? Somente os pretos ou também cafuzos e mulatos?
Seria inventado o "pigmentômetro", para medir a reflexão de luz (ou a falta
de reflexão) da pele das pessoas? Não dá para acabar com o racismo propondo
uma ação racista. No Brasil, não são os negros os únicos excluídos do
sistema educacional superior, porém todas as pessoas pobres,
independentemente do matiz de sua pele, para as quais o acesso a uma
educação plena é um sonho que nunca será realizado. Movimento Negro
Unificado, grupo musical Raça Negra e outros movimentos do mesmo teor apenas
conseguem pregar ou sugerir a exclusão racial, pois abrem o precedente de
serem criados no Brasil, por exemplo, o Movimento do Orgulho Branco ou algo
como Camerata da Raça Ariana, com todos os seus integrantes sendo
obrigatoriamente louros e de olhos azuis, descendentes da Renânia, tocando
violino Stradivarius.
Ora, não existem ítalo-brasileiros, nipo-brasileiros, teuto-brasileiros nem
afro-brasileiros. Apenas brasileiros. Pelé é brasileiro, apenas brasileiro,
talvez o mais brasileiro de todos, uma marca registrada mundial, é
reconhecido como brasileiro instantaneamente em todos os continentes, assim
como são imediatamente identificadas a marca da coca-cola e a figura
carismática do Papa João Paulo II. O "negão", como o chamavam e ainda o
chamam com carinho seus companheiros de quatro campeonatos mundiais de
futebol, com certeza não admite que seja apelidado de afro-brasileiro, uma
invenção copiada dos norte-americanos para excluir o negro de sua sociedade,
marcá-lo a ferro em brasa, para que seja, como gado, confinado em guetos,
sejam eles territoriais ou culturais.
Uma das últimas sandices de que se tem notícia foi a obrigatoriedade dos
proprietários do Dicionário inglês Webster de "raspar" algumas palavras
consideradas "ofensivas" aos negros. Algo parecido foi tentado por uma
deputada distrital do PT durante o governo de Cristovam Buarque no Distrito
Federal (época em que foi rejeitada a concessão do título de cidadão
honorário a Pelé). O coronel Guerra, por exemplo, teria seu nome mudado para
coronel Paz. A polícia seria menos violenta... Energúmenos acreditam que a
retirada do Aurélio de palavras como puta e crioulo iria diminuir a putaria
e a discriminação. (A palavra "pederasta" será riscada do Código
Penal Brasileiro, como se isso fosse diminuir o número de pedófilos da
atualidade, a maioria composta por homossexuais, conforme denúncias
recentes.) Os brasileiros livres de ódio e preconceito, que são a imensa
maioria, estão cansados de ouvir tanta bobagem. Nada de negritude júnior ou
branquelice sênior. Somos todos brasileiros e ponto final.
O MST, para não ficar atrás, também se desdobra por todos os meios para a
criação de outros tipos de bantustões em todo o país. Há um sistema de
ensino criminoso sendo ministrado em seus acampamentos, onde apenas os
"militantes", formados em células socialistas do próprio movimento (6), são
capacitados a ministrar aulas. O jornal "O Estado de S. Paulo" denunciou
essa "pedagogia do gueto", onde as crianças, como os antigos balilas do
fascismo italiano, são amestradas na doutrinação comunista. Nesses
acampamentos, 7 de setembro não é Dia da Pátria, mas "dia dos excluídos". Os
heróis nacionais não são Tiradentes, Caxias, Tamandaré, Santos Dumont, porém
Antônio Conselheiro, Lampião, Lamarca, Luís Carlos Prestes, Marighela. As
escolas têm nomes sugestivos como Che Guevara, Mao Tse Tung e outros
assassinos compulsivos. Desde a mais tenra idade, as crianças são ensinadas
a ter ódio de quem tem uma propriedade e a não respeitar as leis vigentes no
país, já que "a lei é feita para atender aos interesses da minoria e não do
povo", como prega a cartilha guerrilheira do MST, "A Vez dos Valores". Com o
acovardamento dos governadores, receosos da ocorrência de outros "eldorados
do carajás", e com a inoperância da justiça, que não garante o respeito à
propriedade e não prende os criminosos que matam e destroem benfeitorias, o
MST está se tornando um estado dentro do Estado brasileiro, em total
desrespeito à Constituição. Ou seja, com a ajuda financeira de muitas
entidades nacionais e internacionais, incluindo a CNBB, o CIMI e o próprio
governo FHC, que financia o movimento via INCRA, o MST está criando centenas
de bantustões no território brasileiro, sem nenhum questionamento de nossas
autoridades. Com a técnica da plastinação (7), injetando o moderno silicone
gramscista nos mofados esqueletos de líderes comunistas, untando-os com o
velho formol da dialética marxista, o MST tenta ressuscitar figuras como Mao
Tse Tung, Lênin, Che Guevara, Prestes, Lamarca, Marighela e outros, para
reeditar as ações terroristas das VPR e ALN de outrora.
Os movimentos feministas, em franca decadência, graças aos avanços que
conseguiram com respeito à igualdade entre os sexos, atualmente se prestam
apenas a promover a prática do aborto, afirmando que têm total direito de
decisão sobre seu corpo, e que, por isso, podem fazer o que bem entenderem.
Ora, uma mulher tem direito sobre o próprio corpo no que concerne em
melhorar sua saúde e sua beleza, em não se prostituir, nunca em tirar a vida
do feto gerado em seu próprio ventre, que é um ser humano como ela, não um
entulho indesejável. Elas têm todo o direito de fazer xixi agora ou daqui a
cinco minutos, não de expelir um filho covardemente assassinado como se
fosse um cocô.
Movimentos de meninos de rua, após as imagens geradas pela chacina da
Candelária, no Rio de Janeiro, obtiveram amplo apoio da imprensa e de
organismos internacionais, conseguindo fazer o milagre da multiplicação de
ONG em todo o país, interessadas em passar a mão nos dólares enviados por
bobões de todos os cantos do planeta. Embora essa nova "etnia" dos meninos
de rua fosse apenas uma invenção fantasiosa, um grupo carioca conseguiu a
proeza de receber o prêmio internacional Rei da Espanha, não se sabe até
hoje por qual motivo, já que não havia retirado os meninos e as meninas das
ruas, pelo contrário, fazia "lobby" para que os mesmos permanecessem nas
ruas para concluir o doutorado com os bandidos. Pesquisadores sérios, após
alguns cálculos simples, descobriram que no Rio de Janeiro havia mais ONG do
que meninos de rua!... A partir de então não se fala mais do assunto.
Quanto aos representantes da "terceira via", que nos estádios de futebol são
lembrados como bichas para xingamento do juiz ou de algum jogador, mas que
se autodenominam "gays", também fazem de tudo para parecer uma nova etnia,
mais colorida ainda do que as vestes africana ou do que o próprio arco-íris.
Esquece essa turma "alegre" de que são apenas humanos, embora com outros
desejos, "orientações" ou desvios de conduta, seja lá o que for, o que eu
também tenho o direito de discordar, já que também tenho minha própria
orientação, seja religiosa, seja moral, seja cultural. Não há dúvida de que
os "gays" merecem respeito, como todo ser humano, porém não têm o direito de
tentar nos dizer que casamento entre pessoas do mesmo sexo seja algo
natural, porque natural é o casamento entre um homem e uma mulher, uma união
consagrada em todas as culturas, abençoada por todas as religiões, base de
toda estrutura familiar, que é a célula da sociedade humana desde tempos
imemoriais. Que os "gays" tenham o gosto particular por pessoas do mesmo
sexo é um assunto que diz respeito apenas a eles, conquanto não venham a
praticar sexo com crianças e adolescentes, uma prática seguida por um grande
número deles, que deve ser denunciada e punida com cadeia. A violência
sexual contra crianças e adolescentes promovida por muitos homossexuais é
bem maior do que se possa imaginar, embora a mídia e os institutos de
pesquisa se calem a respeito. Nos EUA há um grupo, o "Man-Boy Love
Association", algo como "Associação dos Amantes de Meninos", que faz
apologia ao crime ao pregar que a pedofilia é a coisa mais natural do mundo.
No Brasil, talvez para dar um status acadêmico aos homossexuais, vamos dizer
assim, as "libélulas" da USP sobrepujaram-se a si mesmas em matéria de
estultice: criaram um curso pré-vestibular (8) voltado exclusivamente para
"gays"!... Será que os "gays" realmente querem um terceiro banheiro, com
bidê rosa, além de exigir que fichas de preenchimento de dados pessoais
tenham três colunas para marcar o sexo? Não sei, mas que eles fazem um
esforço enorme para criar seu bantustão "sui generis", isso eu não tenho
dúvida.
Já está mais do que na hora de voltarmos a ter um pouco mais de
racionalidade nesse assunto de inclusão e exclusão social. Incluir na vida
brasileira todos os povos e todas as raças aqui existentes é acima de tudo
uma mensagem cristã de amor ao próximo. A única exclusão que deveria ser
pregada é aquela relacionada à estupidez de todos os radicais do momento,
que apenas promovem tumultos e insegurança na sociedade brasileira e nada
têm a oferecer a não ser ranger de dentes, pedradas, ovadas, pauladas e
cusparadas de fel. Radicais de todos os matizes deveriam, estes sim, ser
confinados em bantustões, bem longe da costa brasileira. Quem vota a favor
de mandá-los, sem passagem de volta, para o paradisíaco arquipélago de
Fernando de Noronha? Seria um preço muito alto, concordo, mas viveríamos um
pouco mais sossegados.
P.S.: Um lembrete aos indígenas rancorosos em Coroa Vermelha por ocasião da
missa do dia 26 de abril de 2000: pesquisas recentes comprovam que antes da
chegada das civilizações indígenas conhecidas na ocasião da descoberta da
América, havia civilizações indígenas anteriores, que foram totalmente
dizimadas pelos ancestrais dos atuais indígenas. Portanto, não adianta
pregar sermão contra os romanos sendo o Átila que os esmagou.
Notas
(1) Sociedade civil: denominação utilizada pela primeira vez por Adam
Ferguson, em 1767, em seu "Ensaio sobre a história da sociedade civil", no
qual discorre sobre as virtudes do homem na sociedade civil, ou seja, a
"sociedade civilizada", em oposição ao homem isolado e bruto. O marxista
francês L. Althusser, aplicando a dialética hegeliana, afirmou que em cada
sociedade há embutidas duas sociedades diferentes e opostas: a sociedade
política ou Estado (classe dominante) e a sociedade civil (sociedade
dominada ou povo), denominações fartamente utilizadas por Antônio Gramsci,
um dos fundadores do Partido Comunista Italiano. Atualmente, a sociedade
civil compreende as ONG, organizações comunitárias, associações de
moradores, organizações religiosas, partidos políticos, sindicatos,
associações profissionais, corporações privadas sem finalidade lucrativa,
organizações e instituições privadas, como fundações, escolas,
universidades, centros de pesquisa e a organização material da cultura
(revistas, jornais, editoras, emissoras de televisão, meios de comunicação
de massa, etc.). Segundo Gramsci, é a sociedade civil, em sua "guerra de
posição" nos Estados democráticos modernos, que irá levar esses países à
conquista do socialismo, ao passo que a "guerra de movimento" ou revolução
permanente, na acepção de Marx e Engels em 1850, será adotada contra os
Estados absolutistas ou despóticos, ou contra Estados democraticamente
fracos.
(2) O livro "A Farsa Yanomami", do coronel Menna Barreto, foi editado pela
Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 1996.
(3) Veja mapa editado pela FOIRN (Federação das Organizações Indígenas do
Rio Negro) e pelo ISA (Instituto Socioambiental), com apoio do MEC e do
Pró-Nordeste, escala 1:800.000.
(4) "Libélulas" da USP: trocadilho de Libelu - Liberdade e Luta, movimento
marxista-lambertista existente na USP durante os governos militares (Pierre
Lambert foi um dos ideólogos da IV Internacional - Trotskista). Atualmente,
as "libélulas" mais conhecidas que esvoaçam sobre o "campus" da USP são Emir
Sader, Paul Singer, Marilena Chauí, Leandro Konder, entre outras, além
daquelas que alçaram vôos "extramuros", como FHC. Mas há também as
borboletas da UnB, as mariposas da UFF, as ... etc... Veja "As libélulas da
USP", de minha autoria em www.usinadeletras.com.br.
(5) A pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), tendo à frente o professor e médico geneticista Sérgio Danilo
Pena. A equipe concluiu, ainda, que "a contribuição européia na população
brasileira se deu basicamente através dos homens, enquanto a ameríndia e a
africana foi principalmente das mulheres (veja o artigo "Pé na Taba", da
revista Istoé, edição número 1592, de 4/4/2000).
(6) Em Sidrolânda, MS, o MST e a Coordenadoria Latino-Americana de
Organizações do Campo (CLOC) promoveram, em 1999, um Curso de Capacitação de
Militantes do Cone Sul, para 44 brasileiros, 21 paraguaios, 17 argentinos, 6
bolivianos e 5 chilenos. O objetivo desse curso foi o de manter a "mística"
do movimento, ao estudar a história do MST no Brasil e seus principais
símbolos, além da formação específica de quadros para doutrinar e controlar
as "massas", para atingir o objetivo final do movimento, a implantação do
comunismo no país ("Hasta la victoria! Siempre!"): "... socialização dos
bancos, dos meios de comunicação e do Estado"; "... as contradições serão
cada vez maiores entre os trabalhadores e a burguesia e isso se resolve
quando a luta adquire um caráter político e de classe"; "... a organização
deve formular e seguir sempre a teoria revolucionária para ter condições de
realizar a revolução" (veja o artigo "MST mostra que a meta é a tomada do
poder", de Carlos Soulié do Amaral, publicado no jornal "O Estado de S.
Paulo", nos dias 20 a 22 de junho de 1999).
(7) Plastinação: técnica que consiste em desidratar quimicamente os membros
de um morto e depois preenchê-lo com silicone, epóxi ou poliéster, para
utilização como prótese.
(8) CAHUSP: Centro Acadêmico de Estudos Homoeróticos da USP. ONG voltada ao
exame pré-vestibular exclusivo para o grupo GLS (Gays, Lésbicas e
Simpatizantes).
Eu concordo que há nesses movimentos todos pessoas ressentidas e azedas cujos propositos são de revide e cizânia.Mas eu pergunto ao Felix:o que você propõe para diminuir as desigualddades que visivelmente,a depender da regiao do pais, excluem negros e populacoes de pele escura.Que sim, são pobres, alias continuam pobres ha quinhentos anos num processo terrivel de feedback negativo,de circulo vicioso que os confinam na sua condiçao.A pobreza na maior parte do pais tem uma cara, uma cara escura.Diante disso o que fazer?Esperar que longos ciclos de crescimento economico façam seu trabalho lentamente?O Brasil já teve ciclos de desenvolvimento e eles falharam nesse proposito.Não é chegada a hora de uma ação efetiva e direcionada?Não digo para beneficiar negros .Mas não tenho duvida que se "negros" for substituido por "pobres" a maior parte deles será negro-mestiça.Tambem acho que importar esses modismos americanos como "afro-brasileiros" é risivel,não coaduna com o espírito da nação.No fim posso concluir:o Brasil possivelmente precisa afirmative action urgentemente.Mais a versão brasileira deve ser calcada em investimentos maciços em educação basica e inclusão social o que permitirá que a renda se distribua mais uniformemente.Mas por favor não me venham com esse clichê que preconceito no Brasil é contra pobre.Eu duvido que se marcarmos uma consulta médica e ao entrar no consultorio depararmo-nos com um doutor negro como o ébano não vamos tomar um susto e ficar a partir dai com uma cisma incômoda,inconfessavel e mal-resolvida que a maioria de nos despachará para o recôndito da alma com medo de ser racista.E isso não é racismo exatamente.É uma reação reflexa,involuntaria diante da excepcionalidade do fato e do estereótipo sobre o negro:quem ele é,no que trabalha,o que pensa,onde vive.Mais não é o ideal.O ideal é que a visão de um negro médico trajado de branco passe incólume pelo nosso cérebro sem despertar qualquer espanto,qualquer sinal de alerta.Que seja trivial.Ao dizer isso penso quão longe estamos dessa condição.
Vai ser fácil resolver essa situação da pobreza no Brasil, Nóvoa: Lula-laite vem aí, será eleito e atingiremos o paraíso.
Falando sério, não sei como os outros irão acabar com sua própria miséria. Eu sei como acabar com a minha, meu pai soube, meus irmãos souberam, meu avô idem, idem bisa/tetra/pentavô também. E ninguém, da minha família, nunca teve ajuda financeira do Governo, bolsa-escola, vale-alimentação e tudo o que esse país marsupial oferece no momento - só falta a bolsa-maconha do Fernando Gabeira.
O que o povo brasileiro precisa para vencer a miséria é trabalhar, trabalhar, trabalhar. Foi o trabalho que reergueu a Alemanha e o Japão depois da Guerra. Aliada com a educação, como ocorreu também na Coréia do Sul.
Quanto a haver gente podre de rico no Brasil, eu não tenho nenhuma restrição quanto a isso. São eles, os ricaços, com suas empresas, que dão emprego a milhões de trabalhadores e pagam impostos para financiar o paquidérmico Estado brasileiro. E meu salário de aposentado da União.
Mãos à obra, Brasil! Chega de engodo!
O que o povo brasileiro mais faz é trabalhar, do misevel ao bem-alimentado(a maioria deles pelo menos).Pergunte ao sujeito que mora na periferia de Sao paulo acorda as quatro da madrugada, passa seis horas por dia no transito e mal consegue viver.Isto porem não quer dizer que o Estado deva ser uma figura paternal que acolha em suas asas os desafortunados os pobres.Sabemos o que isso causa e julgo que o maior exemplo disso é a Argentina e sua tragica herança de peronismo e populismo.O varguismo brasileiro tambem é outro exemplo ainda que menos ilustrativo.Entraanto como já disse o braasileiro trabalha muito e nosso estado apesar de paquidermico é tudo menos welfare, não é um estado- mãe mas um estado- parasita e patrimonialista.Como eu disse no meu texto anterior a afimative action que o Brasil precisa é investimento maciço em educação e as bolsas governamentais não são más .Permitem a uma familia manter o filho na escola mas não são essa fortuna toda que permita a uma familia folgar e viver as custas do estado.Fazemos má idéia dos pobres.A maioria deles tem ambições e não se contenta com quinze reais.Quanto à Lula penso que ele não é o mais indicado para ser presidente entretanto ele é a imagem do que você falou:um homem que venceu pelo trabalho,que mudou sua condição, que ascendeu em relação aos seus pais e avós: a perfeita imagem do imigrante vencedor como penso que foram seus antepassados e como foram os meus.O buraco é mais embaixo.
Achei bastante infeliz a comparação dos bantustões com fenômenos absolutamente diferentes, tais como os citados. Os bantustões eram enclaves, sim, mas visando servir como “bolsões” de mão-de-obra negra, assim tornada controlável e disponível. Quanto às terras indígenas, sempre tiveram objetivo outro, o de garantir uma preservação mínima da forma de vida de seus habitantes. Se cumpriram esse objetivo ou não, é outra história. Mas nada têm a ver com os bantustões. Faz bem a comunidade internacional em não condená-las da mesma maneira que condenava o apartheid, já que visam objetivos diferentes, senão opostos. Dizer que visam a “excluir os índios” não deixa de ser um certo malabarismo de raciocínio.///
Quanto aos “outros bantustões” que estariam sendo criados, não vejo nenhuma semelhança entre os mesmos e bantustões, uma vez que não visam a excluir indivíduos para melhor explorarem seu trabalho e dominá-los, antes pelo contrário. Um exemplo: o movimento pelos direitos dos descendentes de quilombolas jamais pretendeu manter os mesmos “isolados no interior do país”. Visa, sim, a impedir que suas terras sejam tomadas. O que é bem diferente. Será tão difícil perceber? Comparar esse pleito com às críticas ao Tiririca é uma miscelânea que não ajuda em nada a clarear o debate. Um saco não de gatos, mas de felinos, caninos e roedores variados.///
Bantustões no MST? Novamente, não entendo por quais reviravoltas de raciocínio seria possível concluir isso. Bantustões no movimento feminista? Dos meninos de rua? Dos gays? Bem, pelo que percebo, “bantustão” está sendo proposto como conceito que define toda e qualquer coisa de que o autor diverge politicamente. Uma categoria nova, sem sombra de dúvida. ///
No passado, essa categoria sempre indicou formas de discriminação e segregação espacial e social. O fechamento de ruas e a formação de condomínios exclusivos, para militares ou para a elite, não seriam bantustões nesse sentido? A restrição dos palestinos a áreas cercadas, como se está fazendo agora em Israel, não seria outro exemplo? Eles parecem se ajustar bem melhor ao conceito do que os exemplos citados pelo autor.///
Enfim, me parece que o artigo toca em temas importantes, merecedores de discussão, mas temo que, na confusa forma apresentada, estejamos muito longe de poder discuti-los com um mínimo de seriedade.
Excelente artigo, boa pesquisa e muito oportuno em tempos de irracionalidade como o nosso.
A maioria da população "pensante" influenciada que está pela cultura moderna, revolucionária, desconstrucionista, reivindicatória, etc, terá forte aversão aos argumentos.
Na verdade, estou quase convencido de que os argumentos não têm mais força contra a maré revolucionária, contra a desinformação e a ignorância.
Os valores universais, as contribuições das várias tradições espirituais da humanidade estão sendo mumificadas por essa turba festiva.
Creio que uma nova fase de grande irracionalidade está surgindo, dos dois lados, pois toda ação provoca uma reação contrária. Ninguém estará preparado pra isso, a não ser os de cultura e formação intelectual e espiritual.
Ronaldo, há diferentes tradições espirituais na humanidade. A manutenção de valores é uma delas. A busca por maior justiça social é outra. Nem sempre são incompatíveis, e ambas pretendem se ancorar também em diferentes racionalidades. Critiquei – pretendi que racionalmente – o artigo do Felix justamente por ser uma exposição genérica, que chamava de “bantustão” tudo aquilo que parecia lhe desagradar. O que não era, convenhamos, uma forma racional de argumentar. Cabia a ele rebater minha crítica, e não o fez, pelo menos até agora. O que não ajuda muito a sua afirmação de que ele expressa uma luta da “minoria culta e pensante” contra os “irracionais e desinformados”. Saudações.
Helion, creio que você leu entrelinhas demais em meu comentário. Eu apenas fiquei entusiasmado com a oportunidade do artigo pois a situação atual pede tais intervensões.
Com relação as tradições se ancorarem em racionalidades eu discordo pois os fundamentos são trasncendentais e não culturas. A racionalidade é ai posterior, vem a título de comentário ou suporte as várias esferas da realidade. O cultural é posterior e a antropolgia e a sociologia chega bem depois do fenômeno espiritual ter fundado a civilização.
Não acho o artigo do Felix genérico. Há ótimas referências e com citações bibliográficas. Um artigo nem precisa ser tão específico assim. Não é um documento acadêmico (graças a Deus). Dizer que ele não foi racional pelo grau de generalização também é estranho. A generalização é inclusive uma das características da racionalidade. Ainda que tivesse sido genérico não foi falacioso, panfletário ou irresponsável.
Se ele representa uma minoria não o é por vontade própria. Hoje em dia quem consegue ter uma visão de mundo mais abrangente e profunda que a patrocinada pela mediocridade midiática já é minoria. E uma minoria sem ongs para defesa.
abraços
Ronaldo, se eu li entrelinhas demais, desculpe. Vou ler de menos agora: quem é a “minoria sem defesa” com que você intitula seu comentário? Poderia explicar, por favor?///
Bem, se você acha que as tradições são fundamentalmente transcendentais e não culturais, como eu julgo ter entendido, não vamos discutir por isso. É a sua opinião e nem me parece ser o central nesse debate.///
Você defende o artigo do Felix dizendo que a generalização é uma das características da racionalidade. Diria que é um dos momentos da mesma, mas não me parece que seja razoável a generalização que abarca da música do Tiririca a Gramsci, dos meninos de rua à Revolução Francesa. Apenas um intelectual com um estofo formidável conseguiria articular isso tudo sem fazer o resultado parecer uma geleia geral.///
Ao contrário do que você diz, as “citações bibliográficas” não o redimem deste problema. Há um único livro citado, da Bibliex. Se você tanto condena o academicismo, não deveria também se entusiasmar com uma base bibliográfica assim tão pujante./// continua...
Finalmente, Ronaldo, você diz que o artigo de Felix Meier “não é panfletário”. Eu não tinha usado essa palavra, mas agora que você a apresentou, não tenho como deixar de dizer: ele é panfleto em estado puro, no sentido de que “ataca alguém ou algo com críticas irônicas”, de que é “polemista”.///
Bem, então como definiríamos um artigo que, em vinte parágrafos, declara-se contra as causas: defesa das terras indígenas, a proteção ambiental, o marxismo, os intelectuais da USP, o Movimento dos Sem Terra, o Iluminismo da Revolução Francesa, o movimento gay, o movimento pela defesa dos descendentes de quilombolas, o movimento negro em geral, a CNBB, o próprio governo FHC, o gramscismo, o movimento feminista, o movimento em defesa do aborto, os movimentos de meninos de rua, as ONGs em geral, Lula, Fernando Gabeira?/// Como denominar esse formidável esforço generalizador, senão como a quintessência do panfleto?///
Só falta definir uma coisa: a favor de que ou de quem é o artigo? Só consegui pescar uma única exaltação, em réplica a um leitor: aos “ricaços que pagam impostos” e que garantem os seus (F. Meier) proventos de aposentado da União. Um final estranho, sem dúvida. Caberia ao autor se explicar melhor. Mas jamais poderíamos fugir de classificar o texto segundo a palavra que você mesmo trouxe: panfletário. Um desabafo panfletário contra todo e qualquer argumento ou movimento que desagrada ao autor.
Usei o termo "minoria sem defesa” parodiando as várias minorias altamente defendidas pelas inumeráveis ongs, que por sua vez são altamente patrocinadas pelo reduzidíssimo número de cofres mundiais. Não estou dizendo que ninguém deva ajudar ninguém. Mas o fato de haver mais ONGS em defesa dos meninos de rua no Rio de Janeiro do que propriamente meninos de rua, conforme levantamento da Universidade de Minas Gerais, talvez possa esclarecer o que digo.
Ainda que as ONGS sejam o sinal de uma época de declínio do poder dos estados, eles também (quem tenha olhos que veja) cumprem o papel de desestabilizadores do próprio estado. Nesse sentido são globalistas e estão a favor, queiram ou não, saibam ou não, da nova ordem mundial. A paródia que usei foi para enfatizar a solidão de qualquer empreendimento intelectual. Incluindo a solidão financeira, principalmente quando as reflexões estão contra a maré.
Com relação a transcendentalidade da tradições eu reafirmo, mas não disse que não são culturais. Disse que a cultura é posterior. A cultura é consequencia e não causa das religiões. Um pouco de história nos mostra isso. O estudo comparado das religiões nos indica também uma tradição primordial berço dos mitos e dos símbolos, cuja estrutura está muito além dos estruturalismos sociológicos ou antropológicos. O reducionismo sociológico ou econômico e o relativismo cultural pretendem destruir a supremacia do fenômeno transcendental, do mistério, do segredo, do sagrado. Substituir o universal pelo internacional é uma das metas. Dessa pobreza o marxismo não fala, pois ele próprio participa desse parricídio.
Concordo que o volume de temas proposto resvala num nível perigoso de generalizações e que exige um nível intelectual brilhante. Não disse que o Felix tenha conseguido essa proeza, mas não pretendi julgá-lo por esse critério. Meu elogio foi por ter encontrado alguém que discute os mesmos problemas, que se inquieta pelas mesmas coisas, que tem a coragem de não parecer retrógrado, direitista, fdp ou sei lá o que mais.
Com relação a bibliografia devo desculpar-me, quis dizer REFERÊNCIAS em geral, com suas notas, etc. Não podemos negar-lhe um agradecimento por essa gentileza, que são as notas de roda-pé, ainda que não concorde com suas reflexões.
Que ele seja panfletário eu não concordo. Talvez seu artigo tenha a tônica dos panfletos, mas credito isso ao próprio objeto de sua reflexão, aliás ao nosso objeto de reflexão: a cadeia de relacionamentos entre os fenômenos culturais modernos. Não tenho dúvidas de que há um espécie de padrão entre os vários fenômenos culturais abordados. Difícil sintetizá-los, mas é necessário comentá-los, exercitar o intelecto para antever a unidade nesses vários aspectos da modernidade. Ainda que seja uma síntese fragmentária, característica própria da modernidade, mas que a cada dia observa-se uma linha mais clara entre esses vários fenômenos.
Por falar em bibliografia permita-me citar alguns: O Mundo Moderno, de René Guénon; A Nova Era e a Revolução Cultural, de Olavo de Carvalho, são livros importantes para esse tema.
De quem ele é a favor eu não posso responder por ele. Mas creio que a defesa foi em favor da racionalidade, da informação verdadeira, sem ideologismos.
Ronaldo, com sua licença, ponho em dúvida essas estatísticas quanto ao número de ONGs e de meninos de rua, já que jamais as encontrei devidamente fundamentadas. De qualquer maneira, as ONGs também representam empreendimentos intelectuais, mesmo que você discorde delas. E poucos empreendimentos intelectuais são tão apoiados e financiados hoje em dia quanto aqueles que defendem a retirada do Estado de seus deveres sociais. A minoria que os apoia certamente não deve se incluir entre as “sem defesa” a que você se refere. Se eu adotasse um conceito de "bantustão" tão abrangente quanto o do Felix Meier, certamente classificaria assim o grupo dos anti-estatistas. Uma minoria defendidíssima.///
Quanto ao outro assunto, novamente peço licença para deixar de comentar a relação entre cultura e religiões, tema complexo e que eu, homem sem religião, não me sinto preparado para abordar, embora respeite o sentimento religioso. Por isso mesmo, não vou discuti-lo.///
Dizer que o artigo “não é panfletário mas talvez tenha a tônica dos panfletos” me parece pouco claro. Mas acho que talvez não valha a pena continuar tal debate, uma vez que não parece haver interesse do próprio autor em fazê-lo. Continuo achando que a sua “tônica”, como você diz, retira em muito a possibilidade de eu discuti-lo racionalmente.///
Quanto à bibliografia sugerida, agradeço as sugestões. Já conheço um desses autores, sobre o qual tenho opinião formada. Quanto ao outro, procurarei lê-lo. Um abraço.
Esses bantustões estão rendendo uma barbaridade... Mas, enfim, vamos a algumas questões levantadas pelo Helion.
Quer o Helion que eu explique melhor um monte de coisas. Ora, o ensaio é auto-explicativo, o que eu tinha para dizer lá está escrito.
Diz ainda que eu sou contra tudo: índios, negros, MST, gays, mulheres, meninos de rua, Lula-laite, Deus.
Primeiramente, em relação aos índios, não sou contra eles. Pelo contrário, sou a favor de que se integrem, paulatinamente, à nossa sociedade, participando, inclusive, da política. O modo como se enfrenta a questão indígena, no meu entender, está totalmente equivocado, porque ONGs e uma meia dúzia de luminares querem congelar os nossos índios na Idade da Pedra – caso dos Ianomâmis – sem direito de acesso à civilização. A bem da verdade, os índios, com exceção dos Ianomâmis e uns outros, já participam da vida brasileira em geral, até vibram com nosso futebol pentacampeão. Ora, se todos, anos atrás, eram contra os bantustões criados na África do Sul, por que haveríamos de criar bantustões aqui, isolando nossos índios nas florestas, como animais em um zoológico?
Segundamente, a outra parte do ensaio, que aborda na verdade o conceito babaca do “politicamente correto” (negros, meninos de rua, feminismo etc.) é apenas um mote que segue aos bantustões indígenas. Como envolve conceitos de novilíngua, com forte tempero marxista-gramscista, coisa de espertalhões, o assunto foi tratado com a jocosidade que merece. Pois, para mim, o que vale é o ser humano, em toda a sua integridade e transcendência. Não me interessa direitos exclusivistas desse ou daquele movimento. Antes de se falar em feminismo, negros, meninos etc., deve-se falar em humanismo. Isso é que, no final, importa. Aliás, só se fala em direitos disso, direitos daquilo, nunca são lembrados os deveres que todos deveríamos ter também.
Quanto a gays, não tenho nada contra eles, desde que não me perturbem nem violem a inocência de tantos meninos e meninas, que é o que mais ocorre. Outro dia se falou bastante de pedófilo, de padre que viola menino, mas não se disse o óbvio: os pederastas, com ou sem batina – estes em número infinitamente maior, são os que mais estragos fazem em nossa sociedade. O novo Código Civil irá riscar a palavra “pederasta” de seu texto. Esse conceito babaca de “new speak” não irá resolver nada, pois uma certeza permanecerá: a pederastia não irá acabar por conta da rasura de uma palavra. Aliás, sexos existem apenas dois. Gay e sapatão fazem propaganda enganosa. Procon neles(as)!
Quanto ao MST, só um retardado mental ainda não descobriu que se trata de um autêntico movimento revolucionário, criado em moldes fasicomunistas, que não se contenta apenas com terras (só no Governo FHC, o MST já recebeu o equivalente a 4 Dinamarcas), mas com TODA A TERRA DO BRASIL. Quem são os mitos que os revolucionários do MST veneram? Che Guevara (patrono do movimento), Mao Tsé-Tung, Lênin, Lamarca, Marighela. Em “Guerrilha desarmada”, disponível em Usina de Letras (www.usinadeletras.com.br), link “Ensaios”, eu faço uma análise bem detalhada sobre o que realmente existe no MST.
Finalmente, aborto não é um direito de a “mulher dispor de seu corpo”. Aborto é simplesmente infanticídio. Não há a mínima diferença entre matar uma criança na Candelária – que “comoveu” um monte de gente – ou praticar um aborto – que não comove mais ninguém nesse mundo cínico e podre. Minha opinião sobre o assunto? Leia “Católicas pelo direito de matar”, também em Usina de Letras, link “Ensaios”.
Enfim, que bom que “Bantustões” rendeu a reflexão de uns e outros. Mas, por absoluta falta de tempo, encerro aqui minha participação sobre os comentários de Bantustões, antes que essa “flame war” (guerrilha eletrônica), depois das inúmeras réplicas e tréplicas, me leve a kíloplas, gígaplas ou até nônaplas sem fim...
Abraços a todos, Person (obrigado pela dica), Novoa, Ronaldo, Helion.
Felix, eu não disse que você era contra os índios. Disse - e essa é a minha crítica de fundo - que você é contra, genericamente, os chamados movimentos de defesa de minorias, dentre os quais os de índios. Quanto a isso, seu artigo é, como você mesmo disse, auto-explicativo. Continuo achando que chamá-los de defensores de "bantustões" é incorreto, quanto ao significado da palavra e quanto ao que representam, social e politicamente os bantustões. Mas não vou insistir quanto ao uso - claramente inadequado - desse termo./// A questão da integração dos índios à sociedade brasileira é, sim, passível de discussão, e me parece que os indigenistas mais responsáveis não preconizam a sua sobrevivência "intocada", como bichos raros. Mesmo porque se sabe que isso é impossível. Parece-me que o que importa - e sobre isso deveremos estar de acordo - é que essa transição se dê de forma a protegê-los minimamente./// Não concordo que os conceitos a que você se refere sejam "coisa de espertalhões" e por isso "mereçam ser tratados com jocosidade". Adoro o bom humor, mas dedico a esse tema a seriedade que merecem, no mesmo tom de respeito à divergência que dedico à sua mensagem./// Aliás, sendo também um pouco jocoso, poderia dizer que quanto a propaganda enganosa, e sua intenção de acionar o Procon contra os gays, isso só se justificaria da parte de um consumidor que tivesse feito uso equivocado dos mesmos... :-) /// No que se refere ao MST, não vou apresentar minha posição, já que se ela não coincidir com a sua será de "retardado mental", conforme afirmado. Não percamos nosso tempo, portanto./// Finalmente, apesar de sua retirada desta batalhe de "guerrilha eletrônica" (na qual, é bom lembrar, partiu de você o primeiro tiro), permanecerei na trincheira, à espera de outras oportunidades de praticar o bom combate de idéias. :-) Saudações.