COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
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21/6/2002 | | |
13h09min | |
| Alexandre: tenho, aqui nestas veias, a minha dose de sangue italiano, que nem é tão pouca, mas insuficiente para me transformar em admirador do País da Bota (eu disse bota, mesmo). Para mim, a Itália é uma Terra de exageros, de breguices sem fim. Basta assistir aos programas da RAI, para entrar em imediato estado de choque estético. Aqueles cabelos das mulheres italianas, aquela maquiagem circense, aplicada com pá de pedreiro, as roupas, as jóias imensas, os maneirismos, as gargalhadas explosivas, que assustam criancinhas e causa lesões nas paredes do ouvido interno... tudo é mais do que exagerado. Há quem goste, sim, mas há quem goste de qualquer coisa, não é mesmo? O seu texto apresentou pontos de vista bem lúcidos a respeito da falsa grandeza italiana. E olhe que você nem chegou a mencionar um cortejo de personalidades históricas medonhas, como os cruéis imperadores romanos, o incestuoso papa Alexandre Bórgia, sua filha Lucrécia envenenadora e vagabunda de carteirinha, também a "papisa" Joana, que se fez passar por homem, chegou a ocupar o trono de São Pedro e pariu em plena procissão (até hoje o Vaticano nega que ela tenha existido). Quanto à beleza portuguesa, ela existe, claro. Achei que você foi bem perspicaz ao destacar a questão dos ressentimentos históricos contra os portugueses. Sim, é verdade! Há uma antiga causa econômica por detrás desses rancores (ah! deixo claro, ainda, que também tenho minha dose de sangue português legítimo)
O seu texto de hoje me fez rir um bocado, Alexandre. Ficou ótimo. A parte ruim é que você escolheu um tema muito vasto; seria impossível mencionar todas as breguices italianas... a gente começaria hoje e só terminaria na Copa do Mundo do quinto milênio. Também acho que a Itália não é uma porcaria. Essa mania de ficar mitificando povos e culturas é que é uma grande porcaria! Quase ia me esquecendo... a Itália também produziu o admirável, frio e realista Maquiavel! / Meu abraço e parabéns, Alexandre!
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21/6/2002 | | |
14h54min | |
| Alexandre,
Quero deixar claro que, embora ache graça em todos e concorde com alguns dos seus argumentos (especialmente os de cunho musical) acho que a Italia nos deu coisa maravilhosas, tais como: Abridores de garrafa, saca-rolhas, garrafas térmicas e cafeteiras de lindo design. Além disto, os rapazes italianos são mesmo lindos...*s*.
Abraços,
Ana.>>>>P.S.: Japoneses, Italianos...Que tal, agora, os Franceses???? *s*
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22/6/2002 | | |
10h10min | |
| Depois de me dar ao trabalho de ler essa matéria, resolvi responder sobre o tal lobby italiano. Imagem de nação chic? aristocratas refinados? mulheres lindíssimas? SIM!
Não é de se estranhar quando uma pessoa que desconhece um país e uma cultura de perto fale mal. Bom marketing? por acaso é a própria Itália que faz isso? NÃO, é a grande potência (EUA), os grandes países e ATÉ mesmo o Brasil.Todos conhecem a grande nação que a Itália é, reconhecem sua história, sua cultura, que por sinal contribuiu para a cultura do'"filho adotivo"(Brasil), ou vai me dizer que não?!
O mais interessante vem na analise de alguns pontos! Sobre mulheres bonitas, de certo cada país têm suas características marcantes, sendo as portuguesas bigodudas ou não, ñ interessa. Sei que muitas italianas são lindas, principalmente os homens, que são verdadeiros deuses gregos, digo italianos.
Cada país em sua história tem seu grande auge, o da Itália foi atingido durante o Renascimento. Em cada lugar esse "clímax da arte"ocorre de maneiras diferentes e não duram eternamente. O legado que foi deixado pela mesma foi de grande importância, esse não é um caso a se discutir, é óbvio!
Um caso descabível são comparações sobre a literatura da Itália e Brasil, onde já se viu? cada um têm suas particularidades e ainda mais "scusa" mas como diz um velho ditado "gosto não se dicute, só se lamenta!" hahah
Por fim, achei a crítica "engraçadinha".Queira você ir um dia conhecer a Itália.
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22/6/2002 | | |
12h17min | |
| Alexandre, gostei muito de seu comentário sobre a música pop italiana, que desde criancinha sempre achei horrenda mesmo...como é possível se ouvir aquilo de livre e espontânea vontade??! Também me parece feliz a observação de que algo do ressentimento com Portugal possa ser explicado (mas não justificado) por seu papel de ex-cobrador de impostos, mesmo sentimento que, hoje, justificadamente, dirigimos a Brasília e demais vorazes autoridades constituídas... Para concluir, queria me declarar fã dos demais aspectos relacionados com a Itália (este ano devo ir lá pela sexta ou sétima vez como turista, e olhe que mesmo podendo visitar outros países escolhi ficar todo o período na terra de Dante). Quanto a beleza/feiura, opino assim: de Roma para cima, gente feia; de Roma para baixo, o povo mais bonito da Europa (dividindo honras com nosso Portugal). Um abraço.
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22/6/2002 | | |
16h07min | |
| Como estou acostumado a ler os textos do Alexandre, percebi neste o equilíbrio que pode ter escapado a alguém. Em todos os pontos citados por ele, a Itália (para ficar apenas nela) está a séculos adiante do Brasil. Claro, em 1.500, data "oficial" de nosso descobrimento, quanto já não havia acontecido por lá? Culturalmente, poderíamos ter corrido atrás da diferença, e não falarei que não conseguimos muita coisa. Se não tivemos uma Idade Média com Dante, tivemos um século XIX com Machado de Assis e um século XX com Graciliano Ramos e Guimarães Rosa. Não chegamos a ter Vivaldi e os Scarllati, mas Lobo de Mesquita e Nunes Garcia não nos envergonham. O que o Brasil precisa deixar de ser sentimentalóide e imitador. O que é feito nos EUA, aqui é imitado direitinho, assim como um dia se procedeu em relação à França.
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23/6/2002 | | |
17h20min | |
| parabéns. Se tem uma coisa que me deixa puto da vida são os meus amigos de sobrenome italiano que acham a Itália o máximo. Chegam ao cúmulo de dizer que a Itália é o país mais bonito do mundo, quando jamais conheceram, sequer, ao Norte Fluminense - só para dar um exemplo. Se a Itália era tão do caralho assim, por que os seus antepassados saíram de lá?
Essa novela da Globo é realmente o fim: a vilã é uma fazendeira brasileira, veja só!
Um abraço,
Eduardo Souza Lima.
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24/6/2002 | | |
02h40min | |
| Dennis, alguma coisa me dizia que você gostava de Maquiavel...(O que será?)Ana, estou perdoado então? E a Kelly, como vai? Catherine, não sei como raios você descobriu que nunca estive na Itália, mas me deixe dizer que não tenho dúvida que, se a conhecesse pessoalmente ("a" aqui tendo duplo sentido...), a adoraria. Toni, uma curiosidade: você não acha a ópera italiana a coisa menos budista do mundo? Quer dizer, será possível imaginar uma ópera sobre o desapego, por exemplo? Não é a Itália (e isso não é falar mal dela) o exato oposto do desapego? Ricardo: faço minhas as suas palavras. Apenas contextualizei a Itália- não a odeio, muito pelo contrário. Meu ponto não é tanto falar mal da Itália, mas chamar a atenção para uma guerra secreta que há, no Brasil, entre quem tem sobrenomes italianos e quem tem sobrenomes portugueses. Não é uma guerra de ódios, é uma guerra meramente de alfinetadas - e essa foi a minha. O José Eduardo é testemunha que essa guerra existe mesmo. Não é? Abraços a todos (de um Alexandre vagamente surpreendido que nenhum ítalo-brasileiro o tenha xingado até agora...Mascalzone!)
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24/6/2002 | | |
03h07min | |
| E ah, sim, Ana: que mania é essa dos italianos com design? Eles só pensam nisso? ;>) - Abraços, Alexandre.
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24/6/2002 | | |
09h55min | |
| Alexandre,
Vc está quase perdoado. Espero pelos franceses, agora...*s*...Pois é, Os italianos são o máximo em design, né? Acho que esta "vocação" deve ser o que sobrou de tudo de lindo que produziram no renascimento...A Kelly, está em lua-de-mel (na França!!!!). Abraços,
Ana.
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24/6/2002 | | |
19h17min | |
| Alexandre, uma parte de meu perfil tem vocação sim para o despojamento. Mas outra, tão ou mais pronunciada, me conclama a celebrar a vida de maneira mais "efusiva", seja num bom restaurante, ou ouvindo um rebuscado concerto de música barroca ou admirando vitrines de roupa elegante. Nessas horas, a Itália é certamente um dos lugares mais fascinantes que conheço. Tendo a concordar com você: apesar de ser berço de São Francisco (e de mais de um "poverello"), a Itália de hoje não rima com desapego. Um abraço.
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26/6/2002 | | |
11h29min | |
| Olá, Alexandre. Gostei de ler seu texto. Passou descontraidamente por todos os pontos principais dessa moda de adorar clichês italianos. É sempre bom criticar uma moda. Não resisto a falar também do pop italiano. É mesmo péssimo! Quando encontro uma música "divertidinha", não dá mais pra aguentar depois de ouvir três vezes. Sabe qual é o problema do Brasil nesse assunto de imitar culturas? Só imitamos a pior parte de cada cultura. E ainda assim imitamos mal. Dos franceses, imitamos o academicismo diletante (que é até capaz de dizer que não se pode falar de uma "pior parte" de uma cultura), dos americanos imitamos as camisas estampadas com frases como "Face life with a smile" e dos italianos imitamos os programas de auditório, sem nem saber que o fazemos. E ainda tem o que, na minha opinião, é o maior dos problemas: imitar 1 milhão de idiossincrasias sem importância e não herdar a tradição espiritual (porque essa tem inimigos muito bem armados nas universidades, os quais só deixam passar o tal do Deleuze, do Rorty e os demais demolidores da tradição ocidental, que jogam contra o próprio time). Mas o pior de tudo são as mulheres com cabelos debaixo do braço! E esse é um problema de toda a Europa! Abraços, Evandro.
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26/6/2002 | | |
13h48min | |
| caro Alexandre, você disse que ficou "...convencido quando Gustavo Corção escreveu, no seu livro “Dois Amores, Duas Cidades”, que o Renascimento foi mais um passo pra trás do que um passo pra frente- em termos filosóficos, espirituais, morais." Só para me certfificar, o contrário disto teria sido o Iluminismo?
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26/6/2002 | | |
21h20min | |
| Não segundo Gustavo Corção. Ele é católico - para ele o Renascimento foi uma inversão de valores, e o Iluminismo foi a intensificação do mesmo processo: cientificismo, materalismo, ateísmo, superficialidade etc. Quanto a mim, quase sempre concordo com Corção - é um grande livro.
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26/6/2002 | | |
21h32min | |
| Evandro, grazie. E os programas de auditório italianos são especialmente horríveis. Lembro de um em que os convidados iam entrando no palco ao som da música-tema de Guerra nas Estrelas. Um abraço, Alexandre.
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20/11/2002 | | |
01h21min | |
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Só agora li este texto. Bom, vc esqueceu o escultor Bernini, Lampedusa, Umberto Eco, e muitos outros. Mas nos concentremos apenas em sua primeira frase: “Há um lobby italiano no mundo, e no Brasil, que chega a ser quase mais poderoso do que o famoso lobby israelense.”
Vc sabe que isso não é verdade. Porque em todo o cinema americano há muito mais espaço para indivíduos do segundo grupo citado por vc. Porque Roberto Benigni com aquele filminho idiota – e ainda assim bem melhor que o Central do Brasil – pra ganhar o Oscar teve que falar do Holocausto. Assim como Spielberg, que apesar de ser da “comunidade” e ter revitalizado o cinema de entretenimento e rendido milhões para a indústria não era levado em consideração e só o passou a ser a partir de A Lista de Schindler.
Agora, por que vc não cutuca a verdadeira onça com sua curta vara?
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10/3/2006 | | |
21h40min | |
| Isto soou como uma magoa, sei lá, foi trocado por algum italiano? A probabilidade é grande, mas vamos ao que interessa: Portugal. O que leva alguém a ir a Portugal? Visitar Portugal é tão excitante quanto visitar uma padaria. Aliás, Portugal é só isso: uma padaria a céu aberto cheia. Não tem nada. O lugar é feio. Mas não vou cometer a monstruosidade de colocar as mazelas estéticas de Portugal ao lado das paisagens italianas pois seria covardia. Vamos às mulheres. Gostos são gostos, sei lá, eu encararia uma portuguesa como encararia uma italiana, mas prefiro as hungaras. Gostos. Literatura. Fernando Pessoa eu não posso bater, gosto dele, mas Éca? Ele é aquele cara que passou a vida copiando um amiguinho francês, um tal de Flaubert, e para não deixar na cara, maqueou as obras com peidos, arrotos e outras nojeiras. Camões é gênio, mas é fruto da renascença italiana. Nem aquela história de potência naval dá para engolir, já que quem descobriu a América (pelo que consta) foi um italiano...
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10/3/2006 | | |
21h53min | |
| Li um comentario falando que se a Italia fosse boa, por que nossos ascendentes vieram para cá? Uma pergunta dessas vindo de qualquer um que seja brasileiro chega a ser ridícula, afinal, se portugueses estão aqui, não foi porque Portugal era um lugar maravilhoso para se morar! O mesmo vale para Espanha, Japão, etc. O Alexandre ainda tenta falar de programas de auditório. Sei lá, eu nunca me dei ao luxo de assistir a um programa de auditório italiano, mas imagino que não deve ser pior que um tal Fausto "SILVA", ou ainda de um Silvio Santos (Tá, esse não vale a piada, mas não é italiano). E querer discutir arte com italiano é chato, chato. Leonardo da Vinci já bate toda a geração de artistas portugueses, que foram e que ainda virão. Ir para o Barroco já perde a graça...
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29/12/2009 | | |
21h35min | |
| Sou obrigado a concordar com o Antonio Panizzi. Sinceramente, atribuir o desdém brasileiro pela cultura portuguesa (desdém que inegavelmente existe e do qual eu parcialmente partilho) a um lobby italiano só pode ser piada. Assim como é piada tentar comparar a contribuição italiana à cultura ocidental com a pífia contribuição portuguesa, que começa e acaba em Fernando Pessoa (ninguém, rigorosamente ninguém fora dos países lusoparlantes sabe quem é Eça ou Camões, dois escritores de segunda linha). É até ultrajante colocar os dois legados lado a lado. Portugal é e sempre foi um país periférico na Europa, enquanto a Itália é um dos grandes centros da cultura ocidental. Isto é um fato simplesmente indiscutível e incontornável. Quanto aos imigrantes, bem....os italianos foram tão ignorantes quanto os portugueses. A diferença é que os primeiros legaram as riquíssimas cidades do Sul do país, enquanto os portugueses legaram botecos imundos :-) E olha que sou neto de portugueses!!!
| | [Leia outros Comentários de Zé DH] |
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26/9/2013 | | |
08h52min | |
| não entendi o "lobby": não vejo este lobby, quem financiaria? Acho que os italianos tem o seu proprio estilo, e atraem as simpatias de muita gente; ninguem é o melhor, cada povo tem sua cultura;
agora os fatos: 1)a Italia foi o ambiente onde se formou a base cultural da civilização ocidental; soube incorporar a chama, o legado da cultura grega e latina e produziu o Rinascimento, que se espalhou pela Europa e pelo mundo, 2)assim como incorporou a mensagem revolucionaria de Cristo criando a Cultura do Cristianismo; 3)a Italia pela sua posição ao centro do Mediterraneo, sempre foi o ponto de encontro das culturas dos povos antigos, resultando em uma enorme variedade de tradições culturais, na arte e na vida; este patrimonio está no nosso DNA: alegria, bom gosto, criatividade, e muitos defeitos também!! :-)
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