Mark Chapman pediu a John Lennon que autografasse uma cópia de The Catcher in the Rye, e no mesmo dia assassinou o ex-Beatle. Um livro para pessoas instáveis e violentas? O bem-sucedido publicitário brasileiro Washington Olivetto sempre tem em sua casa dezenas de exemplares de The Catcher in the Rye para oferecer a amigos e conhecidos. Um livro para pessoas criativas e generosas? O que tem de extraordinário este The Catcher in the Rye (no Brasil, O Apanhador no Campo de Centeio, editado pela Editora do Autor), obra máxima de J.D. Salinger, que atrai legiões de admiradores dos mais diferentes perfis e é cultuado nos mais diversos círculos?
Jerome David Salinger, o autor, é uma figura estranha. Nascido em 1919, desde sempre foi avesso à imprensa ou outras formas de divulgação da sua figura, tornando-se paranoicamente recluso. Ainda na época do lançamento de The Catcher in the Rye, na década de quarenta, fez o seu editor prometer que não lhe enviaria quaisquer críticas que fossem publicadas sobre o livro. Reclamou também que a sua foto na contra-capa estaria muito grande. Solicitou que não fosse feita qualquer publicidade do livro aludindo à sua pessoa, alegando que não queria correr o risco de acreditar no que leria.
The Catcher in the Rye conta, numa narrativa em primeira pessoa, alguns dias na vida do adolescente Holden Caulfield, que acaba de ser expulso da sua terceira escola bem às vésperas do natal, nos EUA do pós-guerra. Numa linguagem simultaneamente criativa e coloquial (o que dificulta a vida dos tradutores), Caulfield vai revelando, aos poucos, algo sobre o seu passado, sua família e seus conhecidos, ao mesmo tempo em que vagueia por New York pulando de uma encrenca para outra. E, para alguém entediado e deprimido como ele, nada melhor que uma encrenca para manter o interesse.
O texto segue a linha joyceana do fluxo de consciência, com as frases jorrando aos borbotões como se saídas diretamente da cabeça do narrador, saltando de um assunto para o outro sem grande cerimônia, parecendo obra do acaso. (Na verdade, tudo isto é planejadíssimo, e existe até mesmo um capítulo no qual, sob uma sutil máscara, é discutido o papel das digressões na narrativa.) Em The Catcher in the Rye o fluxo de consciência funciona particularmente bem, pois permite expressar a instabilidade emocional do protagonista não somente no conteúdo da narrativa mas também em sua forma.
Holden Caulfield é ao mesmo tempo o herói e o vilão da história. Vítima de si próprio e de sua sensibilidade ao que o cerca, divertidamente mentiroso, assumidamente covarde, parece buscar uma espécie de redenção ajudando desconhecidos e cultuando sua irmãzinha de dez anos. Mas o que realmente o incomoda é o vazio e a falsidade das pessoas, que por mais promissoras que pareçam sempre acabarão por se revelar como mais uma decepção. Isto não faz de The Catcher in the Rye exatamente uma leitura animadora, mas ainda assim existe algum resquício de inocência e ingenuidade infantil em Holden Caulfield, e também um humor (negro, é claro), que não deixam o livro afundar num poço de pessimismo e depressão.
Pode ser que você não resolva oferecer o livro a todos os seus amigos e conhecidos. Mais improvável ainda que depois da leitura você resolva assassinar um astro da música pop. Mesmo assim, The Catcher in the Rye é um daqueles livros que não pode faltar na estante de quem gosta de literatura, pois deixa uma semente de inquietação e a incômoda sensação de que temos em nós muito de Holden Caulfield.
Nota do Editor
Texto gentilmente cedido pelo autor. Nemo Nox é editor do blog Por um Punhado de Pixels e do site Burburinho, onde este texto foi originalmente publicado.
"Ainda não tive a oportunidade de ler o apanhador, mas esse texto tirou minha dúvida final, me despertou um grande interese onde havia apenas uma leve curiosidade".
Salinger comanda a narrativa de maneira surpreendente. Holden é o típico garoto americano incomodado com a mesmice, a ignorância e principalmente a falsidade. O mundo lhe incomoda tanto quanto ele "incomoda" o mundo. De fato ele sempre precisa de uma encrenca para se sentir preenchido. Possui um vazio dentro de si, uma legítima angústia. O livro é simplesmente espetacular e com toda certeza, todos guardam um pedaço de Calfield dentro de sim. Um dos melhores livros que já li na vida.
Achei o livro "The Catcher in the Rye" por acaso, numa das prateleiras de uma biblioteca em uma cidadezinha qualquer.
O livro praticamente pulou da prateleira para as minhas mãos.
Não tive outra escolha senão lê-lo. E gostei muito, principalmente porque em várias situações identifiquei-me com Holden Caulfield, sem contar os pensamentos que passam tão depressa e aquela sensação de sentir-se uma exceção, ou um personagem fora do contexto quando há ao nosso redor tanta hipocrisia.
A primeira vez que li "The Catcher in the Rye" foi para fazer um seminário de faculdade; portanto, foi uma obrigação, mas mesmo assim achei uma viagem entrar no mundo de Holden e até desenhá-lo na cópia que tinha em mãos. Para cada capítulo que me prendia, eu desenhava Holden no canto do parágrafo. Assim, dava asas à minha imaginação dentro do mundo daquele menino ávido por afirmação e entendimento.
O autor do texto foi feliz na medida em que se ateve a análises de comportamentos e atitudes da personagem principal, conduzindo assim de forma clara e objetiva seu itento. Parabéns ao autor da matéria.
A leitura do livro de Salinger nos faz recorrer à mesma auto-reflexão feita por Holden. Talvez por conter tantos elementos de reciprocidade com os leitores, o livro seja tão válido a nós mesmos.
Eureka... depois de 53 anos e após ter ouvido várias pessoas falarem do Apanhador, comprei-o e li. Eureka... eureka... foi o primeiro livro que li por inteiro.
Horrível, a história é horrível, deprimente; um adolescente depressivo e idiota que se acha o máximo, julga todos o tempo todo e não consegue ver seus próprios pontos fracos, a não ser o fato de ser covarde; mentiroso e sem vontade nenhuma de melhorar ou crescer; o livro começa do nada e chega a lugar algum.
É uma enrolação deprimente, a narrativa rápida é a única coisa que nos dá força pra chegar ao fim do livro. Considero uma droga; eu definitivamente não o recomendo a ninguém.
Recomendo o livro a pessoas que têm sensibilidade de perceber a hipocrisia humana, mas mais ainda às pessoas fúteis, que não conseguem enxergar um palmo à frente do nariz e, que deprimentemente, terminam de lê-lo e não conseguem absorver nada!!! Uma dica: quem estiver nesta última colocação, leia-o novamente, sem os olhos de um ser humano egoísta que não consegue sequer perceber os tormentos dos outros e que não têm conhecimento algum sobre psicologia!
Um livro muito bom. Só quem é adolescente e está confuso como Holden estivera poderá compreender este livro por completo. Recomendo a leitura para jovens de todas as idades. Não admito dizerem que o livro não presta e que não chega a lugar algum. A pessoa tem que ler o livro inteiro para poder entendê-lo e só depois julgá-lo!
Hoje à tarde estava na internet fazendo algumas pesquisas e acabei por pesquisar artigos a respeito de bons livros. Vi alguns comentários sobre "O apanhador no campo de centeio" e gostei. Mais tarde fui à biblioteca e uma pessoa comentava a respeito dele; então peguei para ler e estou com ele agora. Espero gostar da leitura, depois comento o que achei do livro, bjs.
Muito bom o livro, li o original (em inglês) e realmente achei bárbaro, pois Caulfield pensa exatamente como eu em relação ao mundo e às pessoas. Eu ficava indignado a cada pensamento dele, que, de alguma forma, parecia ter sido retirado da minha mente!
Um romance intrigante, um narrador personagem que nos deixa perplexos como se ao final da leitura precisássemos decifrar um enigma. Envolvente, dá para ler direto, um narrador muito estranho, meio enigmático. Holden é enxerido, metido a besta, sempre fazendo umas porras dumas gracinhas, às vezes engraçado, deprimente e chato. Conta uma droga duma história, da expulsão do colégio, dos amigos, da família, de passeios pelo Central Park e cafés de NY. A linguagem dinâmica, pulando rapidamente de um assunto para outro, o humor negro, as observações a respeito da condição humana através de comentários criativos e sarcásticos.
Não sei o que as pessoas veem de tão profundo: o garoto está de saco cheio e chutou o pau da barraca; como não sabia mais o que fazer, foi pra casa... Qualquer coisa além disso é invenção da cabeça de quem leu.
Vejam o filme "Capítulo 27". Pra ligar o livro ao fato de que você resolva assassinar um astro da música pop. Pra quem gosta de Beatles é um prato cheio!
O livro é péssimo. Já li coisas ruim, mas esse é de longe o pior. Li motivado pelas sugestões de listas que o colocam entre os 100 melhores livros de todos os tempos, mas depois dessa leitura comecei a desconfiar dessas listas. Enquanto lia, fiquei na expectativa da existência de uma passagem ou um acontecimento da história que daria sentido a tudo e que culminaria em um episódio extraordinário e surpreendente. Que decepção! A sensação foi a de como assistir a um filme que termina quando menos se espera e você fica se perguntado qual a moral da história. Trata-se da historia de um idiota completo, um moleque riquinho, irresponsável e revoltado com tudo e com todos que faz e sai dizendo um monte de besteira. Não mim venha com esse papo de olhos de um ser humano, egoísmo, perceber os tormentos dos outros, conhecimento sobre psicologia! Visto que Não há virtude naqueles que não enfrentam a vida com coragem, que se acovardam diante dos desafios e não enfrenta as batalhas da
Eu gostei muito do livro!
Muitas pessoas não gostam do livro porque não tem nenhum fato dramático e surpreendente a acontecer, que é o que geralmente acontece na maioria das obras da literatura.
Comecei a ler por obrigação para fazer uma prova sobre o livro. Assim que o vi, eu julguei o livro pela capa. Disse que o título era tão chato, que achava que o livro era uma bosta! Porém, assim que comecei a leitura, me surpreendi, me empolguei. Dei até risadas por alguns fatos acontecidos e sua maneira de pensar e agir diante da hipocrisia no mundo. Achei engraçado a linguagem de Holden, sua maneira de pensar, de agir... Realmente me diverti, apesar de começar e terminar sem sentido, do tipo "nada a ver".