"Vamos nós!" Com esta frase (que em inglês era "Hally Ho!") aquele trio de roqueiros se transformava numa trinca de super-heróis e combatia ao mesmo tempo o crime e o mau humor. Eram Os Impossíveis (no original, The Impossibles), o desenho animado dos estúdios Hanna-Barbera que explorava com ironia duas modas da década de sessenta, os grupos de rock e os super-heróis.
O grupo se chamava Os Impossíveis tanto em sua versão roqueira (onde aparentemente todos tocavam guitarra) como quando exibiam seus super-poderes e combatiam o crime. Inicialmente, o nome seria The Incredibles, e os primeiros storyboards ainda mostram este título, mas acabou sendo mudado para The Impossibles. A estréia aconteceu em 1966, na rede norte-americana CBS, juntamente com outra série animada, Frankenstein Jr.
O Homem-Mola (Coil Man) era capaz de transformar os braços e as pernas em molas. O Multi-Homem (Multi Man) criava múltiplas cópias de si mesmo. O Homem-Fluido (Fluid Man) podia transformar-se em líquido. E cada um deles tinha várias características curiosas. O Homem-Fluido, por exemplo, usava uma máscara de mergulho completamente inútil, pois era ele quem se transformava em líquido e seus companheiros que precisariam de máscaras. O Multi-Homem passava a imagem do desligado da turma, com o cabelo sempre cobrindo seus olhos. E o Homem-Mola, baixinho e gordinho, era sempre o ídolo de todos os meninos baixinhos e gordinhos que assistiam a série.
O trio tinha um chefe, o Big D, que os chamava sempre que um super-vilão surgia para perturbar a paz. O palco portátil onde tocavam se transformava no Impossicar, um carro voador, e lá iam eles combater o crime. No episódio de estréia, o bandido é uma espécie de Homem-Aranha do mal chamado Spinner, que rouba as jóias de uma ricaça. Outros vilões entram e saem de cena durante a série, como o Paper-Doll, capaz de passar por baixo de portas como uma folha de papel, ou o Beamatron, armado com mortais raios laser.
Os Impossíveis teve 36 epísodios e também virou história em quadrinhos, publicadas no Brasil no final dos anos sessenta na revista Heróis da TV. A série continua sendo reexibida até hoje pela Cartoon Network.
Nota do Editor
Texto gentilmente cedido pelo autor. Nemo Nox é editor do blog Por um Punhado de Pixels e do site Burburinho, onde este texto foi originalmente publicado.