COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
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17/9/2002 | | |
09h46min | |
| Coincidentemente, Evandro, acabou de chegar aqui em casa a edição comemorativa do livro de Hazlitt, que encomendei pela Amazon. Estou ansioso para começar a lê-lo. Abração,
Eduardo
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17/9/2002 | | |
10h10min | |
| Hahaha....neoliberais defendendo o lucro justo e trocando figurinhas...só podia ser entre esses colunistas mesmo!
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17/9/2002 | | |
23h21min | |
| Prezado Evandro: Com o "Digestivo", acende-se mais uma luz na noite escura do Brasil. Gostei dos textos e espero outros. Quanto ao excelente livro de Henry Hazlitt, "Economia numa unica licao" (espero que seja uma traducao corrigida, pois a antiga estava fora de foco e sem o estilo enxuto do autor), foi lah que comecei minha educacao em economia, no ingles original. Mas a obra principal de Hazlitt eh sem duvida "The Foundations of Morality". Em junho de 1986, ao visitar a Foundation for Economic Education, em Irvington-on-Hudson, Nova Iorque, tive a sorte de encontrar o autor, jah com 90 anos, na cafeteria da instituicao. Quando lhe disse quanto admirava seu "Foundations of Morality", ele me disse, surpreso, "Eh mesmo? Puxa! Voce eh uma das poucas pessoas que mostrou interesse nessa obra minha." Essa obra, que soh agora estah sendo estudada nos EUA, eh fundamental e deve ser traduzida para o portugues.
Um abraco,
Jose Stelle
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18/9/2002 | | |
11h02min | |
| Parabéns pelo texto. Vim pela indicação do Alceu Garcia em sua última nota e fico muito feliz por conhecer este grande site e este também grande escritor. Vou passar a visitá-los sempre.
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18/9/2002 | | |
19h00min | |
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18/9/2002 | | |
21h36min | |
| Obrigado a todos. José, valeu pela indicação. Vou procurar o livro. Sinto dizer que minha tradução é a antiga mesmo. Realmente dá pra perceber que não é grandes coisas. Mas, ao menos existe, não é? Nesse país em que só se traduzem livros "vermelhinhos", já é alguma coisa. Realmente você foi de sorte em encontrar o Hazlitt pessoalmente. Eduardo, sabia que você já é o segundo que me diz que acabou de comprar o livro? Estou até começando a ficar esperançoso! Gustavo, que bom que você não se decepcionou! Entre, sente, a casa é sua!
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20/9/2002 | | |
11h22min | |
| Evandro,vou discordar um pouquinho de vc principalmente sobre o cebo nas grandes cidades. Se um livro tem um custo baixo não quer dizer que esteja desvalorizado o que acontece é que os brasileiros não tem o habito da leitura por isso dependendo do livro será mais barato e economico comprar no cebo. Também entendo a sua preocupação em relação a qualidade de uma leitura. Você vai me desculpar, mas compensa e muito comprar livros no cebo ainda mais se o escritor for brasileiro! beijos para você.
| | [Leia outros Comentários de Simone] |
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21/9/2002 | | |
11h14min | |
| Evandro, espero que o Digestivo Cultural continue tratando de questões cruciais, assim, dentro de uma linha editorial isenta, s/ contaminações ideológicas, muito comuns em n/ mídia. Seus artigos são sempre lógicos e esclarecedores, oportunos e inteligentes. Leio-os aqui, no Digestivo, e, também, no Mídia Sem Máscara, do Prof. Olavo (http://www.midiasemmascara.org/arquivo.asp), onde é, igualmente, um grande e prestigioso colunista. A nossa esperança é, honestamente, a de neutralizar a escuridão, acendendo n/ velas pequenas, dentro dela. Um grande e fraterno abraço. Conte sempre c/ a companhia deste leitor:
José Pereira (SP).
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21/9/2002 | | |
11h35min | |
| Caro Evandro,
Sou engenheiro agrônomo e professor da Unesp - Medicina Veterinária (Araçatuba - SP).
Não sei sua formação acadêmica e nem conheço o livro que você cita na sua crônica, no entanto acredito que você está certo em alguns pontos que aborda e equivocado em outros, da mesma forma que cita que existe pessoas imbecis e aquelas não imbecis.
Não consegui entender onde quer chegar com algumas colocaçoes como a de que a reforma agrária seria boa para algumas centenas de famílias que vivem no campo e ruim para alguns milhares que vivem nas cidades. Em primeiro lugar, nos assentamentos que visitei notei que as famílias assentadas (milhares e não centenas), de maneira geral, não estavam anteriormente morando na zona rural e muitas delas nem tinham origem no campo. Acredito que a transferência de pessoas das cidades (com inúmeros problemas sociais, etc) para o campo acabam reduzindo a população urbana e seus problemas. Normalmente os produtos oriundos da agricultura familiar são alimentos básicos, e não soja, o que deveria resultar em redução maior ainda dos preços dos alimentos (já bastante reduzidos) para aqueles que permanecem na cidade (lei da oferta e procura), beneficiando a população urbana. Além disso, a atividade agropecuária apresenta baixa lucratividade e baixo retorno sobre o capital investido (os preços dos produtos agrícolas são muito reduzidos nos mercados interno e externo - commodities, enquanto os custos de produção são crescentes - determinado pelas multinacionais), o que resulta em muitas dificuldades para o setor agrícola empresarial. Assim, imagine a situação da agricultura familiar, além do fato do trabalho na área rural ser muito mais árduo e duro.
Desta forma, existem assentamentos com resultados muito bons e outros com resultados ruins, como tudo na vida.
Outro ponto que gostaria que me respondesse é se você conhece algum empresário que não vise obter mais lucro com seu negócio. Se isto estiver acontecendo deve ter algo errado ou o sistema econômico parece não ser mais o capitalismo.
Por último, quando você diz: "Ser capaz de ver que a causa da pobreza de uns não é a riqueza de outros", eu gostaria que me apresentasse uma fórmula para todos crescerem economicamente (ou enriquecerem) sem a transferência de dinheiro, e seu acúmulo, entre os setores da economia. No meu entender, toda vez que alguém acumula capital este foi transferido de outro alguém. Ou dinheiro "da cria"? Assim, acho que realmente a riquesa de determinada pessoa pode não ser a causa direta da pobreza de outra (existem diversos fatores determinantes: capacidade, sorte, inteligência, oportunidade, etc., que variam entre as pessoas). Mas, quando consideramos a sociedade, normalmente aquelas pessoas mais ricas tem maiores facilidades (por exemplo: para ganhar dinheiro é necessário o investimento e, quem já tem o dinheiro pode investir e ganhar mais dinheiro e assim acumular cada vez mais capital)para se tornarem mais ricas ainda, de distanciando dos mais pobres e gerando a enorme desigualdade social reinante no Brasil e no mundo e responsável pelos maiores problemas mundiais (terrorismo, violência, fome, poluição, etc). Assim, para que todos vivam harmonicamente sobre a terra, acredito que a eliminação da desigualdade econômica-social reinante no mundo é a única solução. Talvez por isso o capitalismo esteja sendo notado e discutido nos dias atuais.
Atenciosamente,
Hamilton Caetano
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21/9/2002 | | |
15h52min | |
| Caro Hamilton. Sobre a reforma agrária (nos moldes do MST), eu quis dizer apenas o que o Hazlitt diz em seu livro sobre toda e qualquer política econômica: beneficia alguns e prejudica outros. E quase sempre beneficia menos gente e prejudica mais gente. Sugiro a você que estude mais economia, que é o que eu estou fazendo, para poder se libertar do que Hazlitt chama de "economia emocional", que é, por exemplo, a faculdade de olhar para as famílias de assentados e ficar com pena. E, a partir dessa pena, lutar por políticas econômicas. Sobre a agricultura familiar, ela é incapaz de abastecer as cidades (exceto pelos cinturões mais próximos dos centros urbanos), por seu baixo volume de produção e baixo custo-benefício do transporte, e causará provavelmente uma escassez de alimentos que aumentará os preços. Quanto aos empresários visarem mais lucros, minha observacão foi um pouco infeliz, porque não ficou clara. Eu quis apenas expor um preconceito da sociedade que vê o empresário como um ser humano vil e ganacioso. A condenação do lucro é um fenômeo milenar e não pode ser esquecido ou ignorado. Precisa ser exposta como preconceito que é. Não quis dizer que o empresário não busca sempre o lucro. Minha visão é a de que essa busca de lucro pode ser usada a favor do mundo ou contra ele. E está sendo usada contra, por causa da crença de que a redistribuição de renda é função do Estado. Enfim, eu não acho que para que o mundo seja um lugar melhor é preciso que todas as pessoas tenham a mesma quantidade de dinheiro ou riquezas. Eu, por exemplo, não sou rico e nem sinto necessidade disso. E não tenho inveja e despeito por uma pessoa rica. Um empresário gera empregos e eu não. Logicamente que eu não estou satisfeito com nossa situação atual. Aliás, sempre que alguém escreve sobre esses temas, fora dos clichês usuais, aparecem muitas pessoas achando que esse alguém está satisfeito. Pelo contrário, eu estou duplamente insatisfeito, mais insatisfeito que os esquerdistas defensores da reforma agrária (nos moldes deles). Eu estou insatisfeito, como todos, porque existem pessoas com fome no campo e na cidade. E também estou insatisfeito porque subsídios, programas de governo, enfim, intervencionismo e assitencialismo de todas as formas não vão resolver nada. Aliás, foram justamente esses fatores que criaram os problemas que aí estão, inclusive os monopólios das mega-empresas e as enormes possibilidades e oportunidades de um mega-empresário ser desonesto e explorador. Estou insatisfeito com o fato de que o MST pega pessoas ignorantes e sofredoras e os transforma em robôs imbecilizados, repetidores de slogans leninistas do mais baixo nível. Estou insatisfeito porque essa coisa toda não está sendo conduzida de forma séria, por governantes e economistas sensatos e inteligentes, nem de um lado nem de outro. De um lado, temos figuras anacrônicas (alguns deles se intitulam até economistas) que pensam que transformar o Brasil numa URSS agrária vai resolver o problema. De outro, temos economistas incompetentes que não sabem o que fazer. Eu não sei qual é a solução exata, Hamilton. E não tenho vergonha de dizer isso. Só sei que o que está acontecendo não pode dar certo. Senão pelas várias teorias econômicas que tenho aos poucos estudado, ao menos pela extrema semelhança que se pode ver com o que ocorreu em países comunistas ao longo desse século. Desigualdade econômica não resume os problemas do mundo, que são infinitamente mais complexos. E mesmo que resumisse, ainda resta o problema de que existem várias propstas de como eliminá-la. Digamos que eu sou a favor dos ricos e dos pobres. Dos ricos porque eles geram mais riqueza (ao menos quando o Estado deixa). E dos pobres porque seriam favorecidos por essas riquezas, caso o mercado fosse um pouco mais livre. Mas essa é uma história que não tem fim. E ainda estou no início do caminho. Ainda estou na fase de esclarecimentos básicos sobre, por exemplo, o que é neoliberalismo. E já posso te dizer que o que está acontecendo no mundo não é neoliberalismo. É o contrário, inclusive. Então, para saber onde quero chegar, é só prestar um pouco mais de atenção e ver que o texto foi apenas uma divulgação de teorias que não são estudadas no Brasil, por causa do viés esquerdista da intelectualidade latino-americana. Por isso é que elas soam estranhas. Aquilo de que a gente nunca ouviu falar sempre soa estranho.
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24/9/2002 | | |
12h02min | |
| Querido Evandro às vezes escrevemos aquilo que pensamos e entendemos, mas as outras pessoas que não tem a mesma facilidade para entender fica confusa. Você tem que destrinchar seu texto de uma forma mais objetiva para que todos possam entender como por exemplo uma pessoa que não é da área de economia fica realmente perdido ao ler um texto como o seu. É a penas uma opinião.
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24/9/2002 | | |
12h30min | |
| Cara Simone. Eu sei que certas pessoas "fica confusa", e que uma pessoa que não é da área de economia "fica confuso"! Bem, mas o texto que eu escrevi é "a penas" uma coluna de site. Agora, cuidado, porque à medida que você for lendo mais delas, pode acabar entendendo alguma, mesmo "não sendo da área".
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28/9/2002 | | |
23h07min | |
| Evandro
Sou uma prova viva de toda essa discussão. Fui empregado e empregador. Vivi os dois lados da mesma moeda. O fato concreto é que no Brasil se fala de capitalismo, mas esse nunca por aqui foi praticado. Quem é de esquerda, é, mas não é muito... têm desejos e práticas burguesas e quando estão no poder revelam-se mais tiranos que os antigos capatazes. Aliás, Gilberto Freyre conseguiu captar essa nossa ambiguidade(brasileira) em Casa Grande e Senzala - ou seja, fomos escravistas, mas não muito... de repente, lá estava o senhor dos escravos paternalisticamente adotando os negros...
Além do problema cultural, tudo isto demonstra que a educação brasileira - aquela que formou a classe "pensante" permaneceu na ideologia da ambiguidade e não promoveu o livre pensar. Ficou no maniqueísmo do certo e do errado. E, lógico, nossos professores universitários continuam sonhando no esquerdismo e praticando ocorporativismo. Sugiro que as pessoas mudem sempre de posição, para ter uma dose de realidade.
No nosso país é dificil ser empregado e quase impossível ser empresário.
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8/10/2002 | | |
09h56min | |
| Evandro, também entrei e fiquei muito esperançoso com a aparência da sala. É muito legal ver interpretações sobre a Escola Austríaca, ainda mais por R$ 4. A questão de o Malan ser ou não ser neoliberal (eis a questão) não é muito relevante: Penso que ações respondem por si. Fico feliz pelo entusiasmo que imprime no seu texto, certamente gostou do que leu.
É bom ver idéias circulando tal qual as mercadorias. E se idéias não circulam no ano 2002, não é culpa do Estado. E isso me decepcionou um pouco, pois não vi profundidade nos comentários e, sinceramente, acho que para reafirmar uma idéia não é necessário atacar o caráter do outro: como uma metralhadora de adjetivos infundados e cartuchos de afirmações levianas.
Não me agradou a intervenção de Cássia (n. 02), a qual não acrescentou à discussão, mas também se mostrou depreciativa e pessoal (não sei se é algo entre vocês). Gostei do Hamilton Caetano (n. 09) que mesmo discordando em pontos, apresentou fundamento e não o atacou pessoalmente [fez uma questão legítima!]. E, a Simone (n. 11) não deve estar adorando entrar na discussão para, como você diz, "entender" alguma coisa de economia. Apenas acho que ao invés de bater no tal "Estado arcaico" que impede a circulação de mercadorias, você também poderia ajudar [como de fato fez no início] na circulação de idéias para todas as pessoas, iniciadas ou não, sem arrogância.
Agora, após 1929, diversas sociedades desenvolveram maneiras de enfrentar a crise, e nestas estava lá o Estado. Acho interessante pensar se o problema é do Estado em geral ou, em nosso caso particular, o Estado brasileiro. Qual a estrutura dele? É interessante aos sustentadores do Estado brasileiro existir liberdade de iniciativa comercial a qualquer um? Por que os camelôs dos grandes centros, em geral, não pertencem à economia formal? A prioridade comercial não espontânea sempre foi o exterior. Logo, o Estado se organizou pra isso, os que não podem pagam a conta. Por isso, concordo com Graça. Ela foi a peça que faltava. Obrigado, Graça.
Não elevo nenhuma teoria econômica ao cargo de Deus, pois a realidade é muito mais complexa e todas as contribuições sérias são oportunas. Aliás, não penso que a resolução desses problemas citados origina-se na economia; estou convicto (com 23 anos e posso mudar ainda, há tempo) de que a questão é política. Nós, como pessoas "letradas" e "pensantes", deveríamos acompanhar com mais cuidado o que ocorre nos bastidores das câmaras municipais, nas regiões administrativas, nas assembléias das unidades federativas a fim de interferirmos mais incisivamente no tal "Estado arcaico". Não é o "Estado arcaico" que impede o comércio? Então, mudemos o "Estado arcaico". Depois disso, a economia surge como instrumento para atingirmos nossas metas políticas mesmo que sejam conflitantes. Por enquanto... Simone, volte! E Liberdade de idéias!
Alisson Ramos
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