COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
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9/11/2002 | | |
16h38min | |
| Um curto preâmbulo: o advento da prensa móvel de Gutemberg barateou a reprodução dos livros no fim da Idade Média, trazendo consequências políticas e sociais das mais relevantes, entre elas o enfraquecimento do monopólio da Igreja sobre o pensamento das elites, o surgimento do Estado moderno e a paralela deterioração das instituições feudais. Para se ter uma idéia de escala de valores, antes de Gutemberg um exemplar da bíblia sagrada (copiada a mão, evidentemente) valia uma pequena fortuna, o suficiente para se comprar uma mansão da época! Gutemberg tornou possível que não apenas milionários tivessem suas Bíblias, mas que pessoas comuns também as adquirissem. Esse fato repercutiu dramaticamente na disseminação do conhecimento religioso (inicialmente) e em todos os outros campos (numa segunda etapa). No século atual, é de se esperar que as novas tecnologias de informação (micro-computador, internet, etc) tenham impacto político-social ainda maior do que o causado pelo invento de Gutemberg, ocorrido na transição dos séculos XIV/XV. Concordo com o que você comenta no artigo acima, quanto à provável perda de importância relativa das grandes cidades. Indo mais além, acho que a estrutura política das sociedades contemporâneas sofrerá, a curto e médio prazos, alterações significativas, como, por exemplo, a perda cada vez mais evidente da importância relativa do próprio Estado-nação. Se me permitir, vou assinalar, a título de exemplo, duas possíveis consequências do que acabo de comentar: os preços relativos dos imóveis em áreas menos nobres das grandes cidades entrarão em suave e permanente queda; o que resta do prestígio dos políticos (agentes do Estado-nação) terá a sua trajetória de declínio cada vez mais acentuada. É esperar e torcer (particularmente no caso dos brasileiros) para ver. Um abraço.
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9/11/2002 | | |
22h42min | |
| Toni,
seus comentários são muito pertinentes. De fato, a invenção da imprensa mudou tudo. Tanto que McLuhan chamava o mundo anterior às mídias eletrônicas de Galáxia de Gutemberg. Só não sei se haverá uma diminuição da importância do estado. Do estado-nação, certamente, pois a globalização torna pouco importantes as fronteiras nacionais. Mas, por outro lado, há fenômenos como a eleição de Lula, que tinha um discurso nacionalista e populista. Para explicar o mundo em que vivemos, além de McLuhan, precisamos usar as idéias de Edgar Morin e o pensamento complexo...
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13/11/2002 | | |
09h58min | |
| Como disse o Toni na época de Gutenberg o livro foi barateado, agora é a industria fonográfica que sofre os reflexos da tecnologia de rede através da Internet, as mp3 se tornaram um drama para as grandes gravadoras mas são a felicidade dos internautas que se favorecem delas como eu , a parte boa disso eh que as gravadoras estão sendo forcadas e rever preços e outras maneiras de atrair consumidores...não só ela como muitas outras instituições da nossa sociedade. Os blogs são um bom exemplo de como a NET facilitou a difusão de idéias e disseminação do conhecimento. Agora qualquer pessoa com um computador e uma conexão dial-up pode publicar suas idèias na web. Claro que isso também banaliza um pouco as coisas, este é o preço da facilidade.Alias quem quizer visitar meu blog (www.jenny.blogger.com.br) hehehehe.
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14/11/2002 | | |
15h57min | |
| Um assunto tão interessante tratado de forma tão superficial. "Para explicar o mundo em que vivemos, além de McLuhan, precisamos usar as idéias de Edgar Morin e o pensamento complexo..."
(#2). Para explicar o mundo em que vivemos precisamos de muito, muito, muito mais do que isso.
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14/11/2002 | | |
17h14min | |
| Pablo,
Muito obrigado pelo comentário. Só uma curiosidade: para explicar o mundo atual voce diz que é preciso muito, muito mais. Poderia me dizer o que é esse "muito, muito mais" ? Estou curioso.
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14/11/2002 | | |
21h11min | |
| [Muito, muito, mais] + [pensamento complexo]= [caos( nosso mundo )]
"Para explicar o mundo em que vivemos, além de McLuhan, precisamos usar as idéias de Edgar Morin e o pensamento complexo..." Vai ver que esse "muito, muito mais" que o pablo fala tem o mesmo significado do pensamento complexo que você disse der preciso Gian , só que ele apenas mudou o nome ... =) ... Pablo , nem se você juntasse Eisten , freud , marx , Macluhan , edgar Morin , nietzsche , e toda cambada iluminista você consiguiria enteder o mundo em que vivemos , e o pensamento complexo de que gian fala seria talvez transformado em algo caótico , tão caótico quanto o mundo em que vivemos .
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15/11/2002 | | |
01h42min | |
| Assim como McLuhan, parece que o Sr. Danton é mesmo desprovido de uma estrutura de pensamento político atento a um mundo que ele tenta codificar. Incrível mesmo é que nos dias de hoje ainda encontramos quem se atenha a analisar essa malcheirosa montanha de detrito subfilosófico e subteórico que resultaram em conclusões equivocadas. A "aldeia global" é um dos conceitos mais irrelevantes concebidos porque falho na dimensão social, vesgo na economia e reacionário politicamente. Nunca foi considerado pelos jornalistas de alguma seriedade ou pelos polemistas e pensadores de algum peso (procurem ver o que Dwight McDonald disse de McLuhan). Na sua confusa e descomprometida visão de mundo, o Sr. Danton padece do equívoco básico de McLuhan: não ter ideologia alguma nem ter um sistema confiável pelo qual possa analisar as transformações. Na falta de um pensamento político consistente, basta as idéias de Edgar Morin para explicar o mundo. Que pena...Talvez isso explique por que tanta curiosidade em identificar o "muito, muito mais" do generoso alerta de Pablo.
Aproveitando a referência ao advento da imprensa móvel, bom observar um slide francês da década de 70 que mostrava Gutemberg no ato de dirigir uma vigorosa banana ao professor de literaruta inglesa tranformado em pseudocodificador e pensador da chamada era eletrônica. A melhor resposta que poderia ter sido dada. Aos dois.
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15/11/2002 | | |
20h08min | |
| É incrível como o pensamento de McLuhan ainda causa polêmica. Isso é mais uma prova de sua importância. Se suas idéias não fossem importantes, as pessoas o esqueceriam. Não importa se concordamos ou discordamos de McLuhan, analisar o mundo atual sem falar nele. Aproveito para agradecer todos os que se manifestaram sobre o assunto, inclusive os que discordam de meu texto. Afinal, como diria Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra.
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