O Sionismo é um movimento internacional judaico, que resultou na criação do
Estado de Israel.
A ONU, em 1947, dividiu a antiga Palestina em um território judeu e um
território palestino. Os países árabes vizinhos (Egito, Síria, Jordânia e
Iraque) não aceitaram a decisão da ONU e empreenderam uma guerra contra os
israelenses, logo após a criação do Estado de Israel, em 1948. Após derrotar
os árabes nessa 1ª guerra, Israel aumentou em 50% seu território,
ocasionando a diáspora palestina.
Na Guerra de 1967, aumentou a diáspora palestina, quando Israel tomou toda a
Península do Sinai, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia (incluindo a parte
Oriental de Jerusalém) e as Colinas de Golã.
Com um acordo entre Israel e os palestinos, iniciado em 1993, Gaza e algumas
cidades da Cisjordânia, como Jericó, Hebron, Ramallah e Belém, começaram a
ser transferidas para a Autoridade Palestina, porém o conflito entre Israel
e os palestinos continua até hoje, com a retomada da 2ª intifada em 2000,
tendo em vista o não cumprimento de uma agenda que previa a devolução de
toda a Cisjordânia à Autoridade Palestina, e devido à intransigência dos
palestinos, que querem fazer de Jerusalém-Oriental sua futura capital.
Antecedentes
A 1ª diáspora ou dispersão judaica (exílio) ocorreu em 586 a.C., quando o
imperador babilônico Nabucodonosor II destruiu Jerusalém e o Templo de
Salomão, e deportou os judeus para a Babilônia (586-538 a.C.). A 2ª diáspora
judaica começou a partir de nova destruição de Jerusalém e do 2º Templo (que
havia sido reconstruído por Herodes), realizada por Tito em 70 de nossa era,
e encerrou-se em 135, depois que os judeus se revoltaram contra a
paganização da cidade de Jerusalém, feita pelo Imperador Adriano, com um
templo dedicado a Júpiter. Após essa revolta, os judeus remanescentes na
Palestina foram proibidos de pôr os pés na Cidade Santa, que passa a se
chamar Aelia Capitolina, e começam e se espalhar por todo o mundo, ficando
um número insignificante deles na Terra Santa. Em 637, começa o domínio
árabe sobre a Palestina, permeado por um curto domínio do Reino Latino (dos
Cruzados), de 1099 a 1291, o qual foi desbaratado por Saladino, Sultão do
Egito. A partir do início do século XIV, a Palestina se torna parte do
Império Otomano, até o fim da I Guerra Mundial (1918), quando se torna
Protetorado Britânico, que perdurou até a criação do Estado de Israel.
Sionismo
O Sionismo, ideologia nacionalista que prega a volta dos judeus à Palestina,
começa a tomar corpo principalmente depois das perseguições movidas contra
os judeus na Rússia, devido ao envolvimento da judia Vera Figner no
assassinato do Czar Alexandre II, em 1881, e do processo na França contra o
Capitão Dreyfus, de família judaica, condenado em 1894 por um crime que não
cometera. O judeu húngaro Theodor Herzl, autor do livro "Der Judenstaat" (O
Estado Judeu), no qual aborda idéias de assentamentos judaicos na Palestina,
observando a intolerância contra os judeus na sociedade, especialmente o
Caso Dreyfus, organiza, em agosto de 1897, o 1º Congresso Sionista Mundial,
na Basiléia, Suíça, ocasião em que afirma: "O sionismo é o movimento do povo
judeu em marcha para a Palestina; mas, o retorno à Palestina deve ser
precedida pelo retorno do povo judeu ao judaísmo".
O Congresso Sionista reuniu 204 dirigentes judeus do mundo todo e as
seguintes resoluções secretas foram tomadas em 3 dias de debates:
"1) Estimular a colonização da Palestina, povoando-a de judeus, mediante uma
emigração metodicamente organizada;
2) Organizar o movimento judeu, unificando suas formações espalhadas pelo
mundo;
3) Despertar, reforçar e mobilizar a consciência judia em todas as
comunidades;
4) Atuar nos diferentes Estados para obter o apoio e a anuência dos mesmos
para o movimento sionista" (Hussein Triki, in "Eis aqui Palestina", pg. 53).
"Quanto a Herzl, fixou, por sua vez, as fronteiras do Estado, como segue:
vão do Nilo ao Eufrates e da margem direita do Nilo ao Mar Vermelho e a
margem esquerda do Eufrates, a maior parte do Iraque e a totalidade da
Jordânia e da Síria, sem falar, naturalmente, da Palestina" (Hussein Triki,
op. cit., pg. 67).
Assim, a partir do Congresso Sionista, começa a ocupação judaica da
Palestina, a "Eretz Israel" ou a "pátria histórica dos judeus", embora
outros países fossem propostos para a criação de um novo Estado judeu, como
a Argentina, o Chipre, Uganda e até o Sinai (Egito).
Em 1880, havia cerca de 20.000 judeus na Palestina (Dictionaire
Diplomatique, pg. 204). Em 1914, cerca de 30 kibbutzim já se haviam
estabelecido na Palestina, somando 40.000 judeus, embora houvesse crescente
restrição dos otomanos. Em 1919, já eram 56.000 (Survey of Palestine, TI,
pg. 144). Em 1923, após o recenceamento da Administração Herbert Samuel, a
Palestina contava com 757.000 hab, dos quais 83.000 eram judeus. A
colonização era feita, principalmente, por meio dos "kibbutzim", colônias
agromilitares de inspiração socialista. Afirmou H. Samuel: "A política que
tenho a missão de implementar no nome de S. M. compreende o fomento da
imigração judia até o ponto em que haja alcançado um nível tal que permita
afirmar o direito dos judeus de criar um governo judeu na Palestina".
Entre 1920 e 1925, a Administração H. Samuel, em cooperação com "El Kahal",
havia introduzido na Palestina 50.000 imigrantes judeus, que vieram
principalmente da Rússia e da Polônia. Entre eles destacam-se: David Ben
Gurión, Golda Meir, Jacobo Shapiro, Haim Gebai, Mordkhai Bentof, Moshe
Sharet. Ao final do Mandato britânico, eram 600.000 judeus. Em 1916, os
sionistas eram proprietários de 241.000 dunums (1 dunum = 1.000 m²); em
1947, de 1.850.000 dunums.
A criação do Protetorado Britânico sobre a Palestina, depois da I Guerra
Mundial, realizada pela Liga das Nações (precursora da ONU), e a posterior
criação do Estado judeu, foi uma traição da Grã-Bretanha ao acordo firmado
com o Príncipe Faiçal, da Arábia Saudita, na Campanha Árabe contra os
turcos, durante I Guerra Mundial, no qual se garantia "a unidade dos países
árabes e a independência de todos esses países" - traição essa já
vislumbrada por "Lawrence da Arábia" em seu livro "Os Sete Pilares da
Sabedoria", embora não conhecesse o conteúdo do Acordo Sykes-Picot. Lawrence
era um oficial inglês, amigo dos árabes, e participou da campanha contra os
turcos para a libertação da Península Arábica, Palestina e Síria.
Em 1916, o acordo "G.S.I(j)" foi firmado entre os sionistas e o Comando
britânico na zona do Oriente Médio, pelo qual os britânicos armaram as
brigadas da Hagganah - embrião do futuro Exército de Israel - e ficaram
encarregados de seu adestramento na guerrilha.
Em 1917, David Ben Gurión e Isaac Ben Zvi formam nos EUA uma brigada de
voluntários judeus americanos para combater os turcos no Egito e na
Palestina. Durante a II Guerra Mundial, a Hagganah tinha cerca de 30.000
militares, entre os quais Moshe Dayan, herói da "Guerra dos Seis Dias", de
1967.
No dia 2 de novembro de 1917, o Governo britânico reconheceu a "Declaração
Balfour" - de seu Ministro do Exterior, Arthur James Balfour - que concedia
o direito do estabelecimento de um "lar judeu" na Palestina. No
entre-guerras, o Mandato britânico permitiu aos sionistas montar uma
indústria bélica, que chegou a produzir "200 metralhadoras por dia, 400.000
cartuchos calibre 9 mm por mês, 150.000 obuses e 30.000 granadas calibre 3
polegadas; sem contar os morteiros pesados e leves e uma indústria muito
adiantada de mina". (Hussein Triki, op. cit., pg. 121).
Nessa época, milhares de judeus europeus imigraram para a Palestina, fugindo
do nazismo, ocasião em que aumentaram os distúrbios entre árabes e judeus, e
surgiram os primeiros grupos terroristas judeus, como o Irgun de Menachen
Begin. O hebraico ressurgiu como língua oficial para os judeus na Palestina,
graças principalmente ao trabalho de Eliezer Ben-Iehudá.
Com o fim da II Guerra Mundial e os horrores do holocausto judeu, o
movimento sionista passou a exercer uma maior pressão internacional para a
criação de um Estado judeu. No dia 2 de abril de 1947, a Grã-Bretanha
solicitou ao Secretário-Geral da ONU, Trygve Lie, a convocação de uma sessão
extraordinária da Assembléia-Geral da organização, para estudo da "Questão
Palestina". Em 28 de abril, a AGNU reuniu-se e decidiu, em 5 de maio, criar
a "Comissão Palestina", composta de representantes de 11 Estados-membros.
No final de agosto, foram apresentados 2 projetos diferentes:
a) o projeto majoritário sugeria:
1) fim do Mandato britânico;
2) proceder à partilha da Palestina e criar nela um Estado judeu e um Estado
árabe;
3) considerar a cidade de Jerusalém como zona internacional com o patrocínio
da ONU.
b) o projeto minoritário previa:
1) fim do Mandato britânico;
2) criação de um Estado federal cuja capital seria Jerusalém, que se
comporia de um Estado árabe e de um Estado judeu.
No dia 29 de novembro de 1947, na Assembléia-Geral da ONU, em Flushing
Meadows, EUA, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha, foi votada a
partilha da Palestina, quando 33 Estados votaram a favor, entre os quais
EUA, Rússia e Brasil. Treze Estados (10 países islâmicos, Cuba, Grécia e
Índia) votaram contra a partilha e 10 abstiveram-se (entre os quais
Grã-Bretanha, Argentina, China e México). Os votos que decidiram a favor da
partilha vieram do Haiti, Libéria e Filipinas - considerados países
"satélites" dos EUA -, os quais eram inicialmente contra a partilha, mas
foram pressionados a votar a favor. Jerusalém teria status de cidade
internacional. A ONU destinou aos judeus as terras mais férteis da
Palestina, como a planície costeira e a planície do Esdrelon, além do Lago
da Galiléia. Embora a população árabe, na época da partilha, comportasse 2/3
da população total da Palestina, de 1.936.000 habitantes, a ONU lhe destinou
apenas 42,88% do território, com terras arenosas e pobres.
No dia 19 de março de 1948, os EUA apresentaram um projeto ao CSNU, para que
fossem suspensas as atividades referente à partilha da Palestina, e que os
árabes fossem convidados a concluir um armistício. Em 24 de março, a Agência
Judia repudiou veementemente o projeto americano e que deveria ser posto fim
ao Mandato britânico em 15 de maio, e solicita ser reconhecida como Governo
de Israel.
No dia 9 de abril, ocorre o massacre de 250 palestinos na aldeia de Deir
Yasin, próxima a Jerusalém, com anciões e crianças degoladas, mulheres
grávidas estripadas. O bárbaro ato foi promovido por homens do Irgun e do
Stern, sob o comando de Menahen Begin. Terroristas judeus já haviam
assassinado 4 policiais em Tel Aviv, no dia 26 de setembro de 1947, e em 20
de outubro do mesmo ano haviam matado o Xeque Ahmed Salama Touiki e mais 4
membros de sua família, perto da localidade de Ranana.
No dia 14 de maio de 1948, em Tel Aviv, David Ben Gurión leu a proclamação
do Estado de Israel. Oito horas após esse ato, o novo Estado de Israel foi
invadido por tropas árabes do Egito, Síria, Jordânia e Iraque. Após essa
guerra vitoriosa, Israel aumentou seu território em 50%. Os palestinos, em
sua maioria, fugiram para a Jordânia, onde entraram em choque com o Exército
local, culminando em 1970 num sangrento massacre de palestinos, conhecido
como "Setembro Negro". Os sobreviventes foram expulsos para o Sul do Líbano,
onde Yasser Arafat montou seu quartel-general, juntamente com outros grupos
de resistência palestina.
Na guerra de 1948, Israel arrasou vilas-fantasmas inteiras dos antigos
moradores árabes e proibiu o retorno dos mesmos após a guerra, iniciando-se
a diáspora palestina. A parte árabe da antiga Palestina, que deveria formar
o novo Estado palestino, foi anexada pela Jordânia em 1950. Israel entrou,
ainda, em guerra com os vizinhos árabes em 1956, 1967 e 1973, vencendo
sempre. Em 1967, em apenas 6 dias, Israel tomou toda a Península do Sinai, a
Faixa de Gaza, toda a margem oeste do Rio Jordão (Cisjordânia),
Jerusalém-Oriental e as Colinas de Golã, na Síria. Foi o maior território já
conquistado por Israel depois de 1948, aproximando-se do "Grande Israel" ou
"Israel Bíblico" sonhado por Theodor Herzl e pelos judeus ortodoxos até os
dias atuais. "Nessa guerra, aumentou o terrorismo de Israel contra os
palestinos dos territórios ocupados. Muitas aldeias foram destruídas pelos
judeus, os tratores alisando o terreno, a população tendo que fugir para
escapar do massacre. As terras dos 'ausentes' foram confiscadas para
instalação de bases militares e assentamentos agrícolas. Formaram-se
'cinturões' de assentamentos judeus em torno das principais cidades da
Cisjordânia, como Hebron, Belém, Ramallah, Jericó e Nablus, além de
Jerusalém. De 1967 até 1983, foram instaladas 163 colônias agrícolas
(kibbutzim) na Cisjordânia e 12 em Gaza. No Golã sírio foram estabelecidos
29 kibbutzim entre 1967 e 1980. Enquanto os colonos judeus na Cisjordânia
podiam perfurar poços artesianos de até 300 m de profundidade, os palestinos
só podiam atingir 100 m" (Félix Maier, in "Egito", pg. 153 e 154).
Após a Guerra do Yom Kippur, de 1973, iniciada pelo Egito e pela Síria
contra Israel, é assinado o acordo de paz de Camp David entre egípcios e
israelenses, em 1979, pelo qual Israel se compromete a devolver a Península
do Sinai ao Egito, devolução essa efetuada somente em 1982.
Em 1982, durante a invasão israelense do Sul do Líbano, houve o massacre de
Sabra e Chatila, sob a complacência do então Ministro da Defesa de Israel
(hoje Primeiro Ministro) Ariel Sharon. Cerca de 800 refugiados palestinos
foram massacrados, incluindo crianças e mulheres grávidas.
Entre 1948 e 1970, mais de 1.300.000 imigrantes judeus se instalaram na
Palestina, aumentando a população judia de 700.000 para 3.000.000. A "Lei do
Retorno" concede, ainda hoje, cidadania israelense a qualquer judeu no
exterior que chegue para viver no país. Após o fim da URSS, houve grande
fluxo de judeus russos a Israel, além de judeus africanos, como os
"falashas" etíopes, atraídos pela política desenfreada de assentamentos do
então Governo Yitzhak Shamir, auxiliado por seu Ministro da Habitação, Ariel
Sharon, principalmente nos territórios ocupados.
Porém, após a Guerra do Golfo, em 1991, e especialmente com a nova situação
política no Oriente Médio em direção à paz entre árabes e judeus, após o
Acordo de Paz entre Israel e a OLP de Yasser Arafat, assinado no dia 13 de
setembro de 1993, os EUA negaram um empréstimo a Israel de 10 bilhões de
dólares, para congelar a política de rápida ocupação do solo da Cisjordânia.
Entre 1990 e 1993, 550.000 imigrantes se estabeleceram no Estado de Israel.
Em 1994, foram apenas 78.000.
A partir do Acordo de Paz de 1993, Israel cede a Faixa de Gaza e Jericó à
Autoridade Palestina, embrião do que deveria ser um futuro Estado palestino.
Devido a tal acordo, Yitzhak Rabin foi assassinado por um extremista judeu
do Eyal, no dia 4 de novembro de 1995, da mesma forma que Anwar El-Sadat
também o fora em 6 de outubro de 1981 por extremistas da Jihad Islâmica
egípcia, por assinar um acordo similar com Israel.
Começando a engatinhar em Gaza e Jericó, depois por Hebron, Nablus,
Ramallah, Belém e outras cidades, não se sabe se o novo Estado palestino
será mesmo efetivado. Durante a última década, houve avanços e retrocessos,
mais retrocessos do que avanços, em direção à paz entre israelenses e
palestinos. Durante o Governo Barak, Arafat deixou escapar a melhor
oportunidade para enfim criar um Estado palestino. Israel prometeu devolver
95% de toda a área da Cisjordânia, porém Arafat só concordaria com a oferta
se Israel acolhesse os refugiados palestinos e devolvesse Jerusalém-Oriental
para ser a capital de um Estado palestino. Após uma visita de Ariel Sharon à
Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém-Oriental, em 2000, teve início uma
revolta palestina generalizada, a chamada 2ª Intifada, com atentados de
homens-bomba contra a população israelense se realizando quase que
diariamente, culminando, em 2002, com o ataque maciço de Israel contra
cidades da Cisjordânia e Gaza, com o objetivo de desmantelar os focos
terroristas dos fedayn. Arafat havia provado ao mundo que, além de não ter
ascendência sobre os grupos extremistas palestinos, para que não promovessem
atentados contra Israel, ainda financiava os mesmos terroristas, com a
importação de toneladas de armamento - como o caso do navio aprisionado
pelos israelenses. Do outro lado da trincheira, o falcão Sharon
aproveitou-se da situação para tirar diferença com seu desafeto preferido,
alisando algumas cidades palestinas com seus tanques de guerra.
Mesmo que no futuro seja criado um Estado palestino, deve-se considerar as
dificuldades da Autoridade Palestina em exercer um controle eficaz sobre
seus grupos extremistas, especialmente os "homens-bomba" do Hamás e da Jihad
Islâmica, além do Hizbullah que atua no Sul do Líbano, com ataques ao norte
de Israel, os quais não aceitam sequer a existência do Estado de Israel. O
lema desses grupos extremistas é significativo: "A guerra continuará até que
Israel deixe de existir e até que o último judeu no mundo seja eliminado".
Por outro lado, deve haver uma disposição sincera de Israel realizar a
completa devolução da Cisjordânia aos palestinos e conter também seus
próprios extremistas. Um dos pontos da discórdia árabe-israelense continua
sendo Jerusalém, eleita para ser a capital tanto de Israel como dos
palestinos.
Consideração final
Essa é, resumidamente, a história do conflito árabe-israelense. Que bom
seria se ambos os povos se juntassem em uma federação israelo-palestina,
para o desenvolvimento daquela importante região turística, que reúne uma
infinidade de templos sagrados das três religiões monoteístas - o judaísmo,
o cristianismo e o islamismo. A custódia dos lugares sagrados, sem dúvida,
deve ser feita por judeus, cristãos e muçulmanos. Afinal, há também
importantes templos cristãos em Jerusalém, embora o Papa não seja convidado
para opinar sobre o atual conflito. Sem dúvida, Jerusalém deveria ser uma
cidade internacional, gerenciada pela ONU. Contudo, palestinos e israelenses
preferem lutar até a aniquilação mútua, em uma carnificina que lembra os
tempos de bárbaros como Átila e Gengis Khan. Em dois anos de conflito, a "2ª
Intifada" já provocou a morte de mais de 2.000 palestinos e de mais de 500
judeus.
Com Ariel Sharon e Yasser Arafat à frente de seus povos, não vejo solução
para o conflito atual. Com uma folha corrida de intensa atividade
terrorista, os chefes dos dois povos beligerantes não têm estatura moral
para efetivar um acordo de paz. Eles são, respectivamente, o inimigo número
um de um povo e de outro. Sugiro que ambos sofram 100 chibatadas na bunda e
sejam levados à Corte Internacional de Haia, para que sejam processados ao
lado do ex-presidente iugoslavo Milosevic.
Observações
Os verbetes, abaixo, complementam a compreensão de "Sionismo e resistência
palestina", e fazem parte de "Arquivo da Intolerância", de minha autoria,
publicado em Usina de Letras (www.usinadeletras.com.br):
Acordo Sykes-Picot - Acordo secreto anglo-francês, realizado em maio de
1916, para a partilha do Mashrek árabe (Oriente árabe), tornado público pela
Revolução Bolchevique em 1917. Em virtude desse Acordo, após o fim da I
Guerra Mundial (1918), o Iraque tornou-se dependente da Grã-Bretanha; a
Palestina ficou sob Mandato britânico para ser entregue aos sionistas; a
Síria e o Líbano passaram para o domínio francês.
Campo de concentração - "Denominação que se dá a estabelecimentos que, à
margem dos sistemas penitenciários usuais, são utilizados para a detenção,
suposta reeducação, exploração de mão-de-obra gratuita ou mesmo extermínio
de pessoas, por razões ideológicas políticas e militares". (Mirador, Vol 5,
pg. 1967) No final do século XIX, o Governo espanhol criou campos de
concentração em Cuba, para confinar grande quantidade de homens, mulheres e
crianças, em resposta às rebeliões da Ilha. A Inglaterra copiou essa
experiência na Guerra dos Bôeres, ocorrida na atual África do Sul
(1899-1902), aprisionando cerca de 200 mil pessoas até o fim das
hostilidades, com a anexação das repúblicas boêres ao Império Britânico. Na
URSS, os Gulags eram campos de trabalhos forçados, que acolhiam os acusados
de contra-revolução e espionagem, atingindo seu auge durante os expurgos
stalinistas, no período de 1936 a 1938. Durante a Guerra Civil Espanhola, os
franquistas, apoiados pelo III Reich, organizaram vários campos de
concentração. Com o advento do Nazismo na Alemanha, os campos de
concentração, inicialmente, tinham como finalidade "reeducar" os alemães
contrários ao regime, a exemplo dos comunistas, sociais-democratas,
católicos, protestantes e judeus. Rapidamente, os campos se transformaram em
grandes comunidades de trabalho escravo, em instrumento de genocídio das
"raças inferiores (ciganos, eslavos e, principalmente, judeus) e em centros
de "experiências" pseudo-científicas, como as do "Anjo da Morte", Josef
Mengele. Havia campos com mais de 70 mil pessoas, de várias nacionalidades.
Os presos eram identificados por um número de ordem (em Auschwitz eram
tatuados no braço) e um triângulo de cor costurado nos uniformes: o verde
era para criminosos comuns, o vermelho para os "políticos", o roxo para os
"opositores por convicção", o preto para os anti-sociais, o rosa para os
pederastas. Os judeus traziam sobre esse triângulo um outro, amarelo e
sobreposto, para representar a estrela de Davi. Industrializavam-se a
gordura, a pele, os ossos, os cabelos e os bens dos presos. Em torno de 6
milhões de pessoas perderam a vida nesses centros de terror. Havia vários
campos de concentração nazistas: Bergen-Belsen, Buchenwald, Dachau, Dora,
Flossenburg, Oranienburg-Sachsenhausen, Neuengamme, Ravensbrück (Alemanha);
Natzwiller-Struthof (Alsácia); Mauthausen (Áustria); Kaunas, Riga (Países
Bálticos); Theresienstadt (Boêmia); Auschwitz, Birkenau, Maidanek, Stutthof
(Polônia).
Declaração Balfour - No dia 2 Nov 1917, o Governo britânico reconheceu a
"Declaração Balfour - de seu Ministro do Exterior Arthur James Balfour -,
que concedia o direito do estabelecimento de um lar judeu na Palestina. O
texto, dirigido a Lord Rothschild, descendente da "família judia mais rica
do mundo", dizia o seguinte: "O Governo de S. M. vê, de modo favorável, o
estabelecimento de um lar nacional para o povo judeu na Palestina e fará
todos os esforços para facilitar a implementação deste projeto, seguro de
que tal concessão não poderá causar qualquer prejuízo aos direitos civis e
religiosos dos povos não-judeus residentes na Palestina, como também não
prejudicará os direitos e a situação política de que desfrutam os judeus em
todos os países. Ficarei muito agradecido se você transmitir essa declaração
aos conhecimento da Federação Sionista. Com o maior afeto. Assinado: Arthur
James Balfour". (Cfr. Hussein Triki, in "Eis aqui Palestina", pg. 74).
Fedayn - Suicidas muçulmanos, os "homens-bomba" são empregados em atentados,
especialmente contra alvos israelenses. O atentado mais espetacular desse
tipo de suicídio que se conhece foram os "aviões-bomba" lançados contra as
torres gêmeas de Nova York e contra o Pentágono, no dia 11 de setembro de
2001.
Fundamentalismo - Conceito protestante que surgiu no século XX, para
defender e conservar os elementos "fundamentais" da fé cristã, através da
interpretação literal da Bíblia. Atualmente, refere-se ao conjunto de
ideologias que vêem, exclusivamente nos fundamentos da religião, a base para
a organização da vida social e política. Principais movimentos
fundamentalistas no mundo: 1) Fundamentalismo islâmico: teve origem na
Arábia Saudita, durante o século XVIII, com o Wahabismo, uma teoideologia
radical formulada na versão radical do Islamismo; exemplos de
fundamentalismo islâmico: xiítas no Irã, após a Revolução Iraniana de 1979,
conduzida por Ruhollah Khomeini; a Gammaat-i-Islamia no Egito; a FIS na
Argélia; o Hezbollah no Líbano; o Hamás nos territórios ocupados por Israel;
a milícia Talibã no Afeganistão; 2) Fundamentalismo hindu: como exemplo
temos: a organização Shiv Sena e o Partido Bharatiya Janata (BJP), os quais
destilam seu ódio contra os demais segmentos religiosos da Índia,
especialmente muçulmanos; e os Sikhs, membros de uma seita hindu monoteísta
fundada no século XVI, que desejam fundar o Khalistão ("Terra dos Puros") em
território indiano; 3) Fundamentalismo judaico: o Eyal (Força Judaica
Combatente) e o Kahane Vive.
Hagganah - Guarda Nacional judaica, instalada em cada kibbutz na Palestina,
especialmente a partir de 1920, quando a Grã-Bretanha foi investida do
Mandato sobre a Palestina, e que cresceu consideravelmente durante a Revolta
Árabe contra os judeus, de 1936 a 1938, pois a população judaica vinda da
Rússia e da Europa Oriental (especialmente depois de 1933, com a perseguição
nazista) aumentou para 29% da população palestina (dados de 1938). O
Hagganah foi o embrião do Exército de Israel e é acusado de ter raptado o
coronel nazista Adolf Eichmann, em 1960, na Argentina, com a complacência do
Governo de Frondizi.
Hamás - "Entusiasmo" (em árabe). Movimento de Resistência
Islâmico-Palestino. Grupo radical anti-sionista, formado em 1978 a partir da
"Irmandade Muçulmana", tornou-se o principal rival da Al-Fatah nos
territórios ocupados por Israel (Faixa de Gaza e Cisjordânia), onde tem
concentrada sua força. Promove atentados suicidas contra israelenses,
principalmente a partir da 2ª Intifada.
Hizbollah - "Partido de Deus" (em árabe). Grupo xiita radical formado no
Líbano, dedica-se a criar um Estado islâmico nos moldes do Irã. É
anti-Ocidente e anti-Israel e responsabilizou-se pelo atentado do
carro-bomba contra a Embaixada Israelense em Buenos Aires, em março de 1992.
É suspeito de ter atacado a Embaixada Americana e o acampamento dos
"marines" em Beirute, em outubro de 1983. Opera no Vale do Bekaa e Sul do
Líbano. Tem filiais em 17 países muçulmanos e agentes "dormentes" na Europa
(sobretudo Alemanha), nos EUA e na América do Sul. Criado pelo Serviço
Secreto do Irã, recebe desse país ajuda financeira, treinamento, armas,
explosivos e facilidades diplomáticas. Treina seus militantes no Campo de
Nahavand, em Hamadan, a Sudoeste de Teerã. Também conhecido como Jihad
Islâmica, Organização da Justiça Revolucionária, Organização dos Oprimidos
sobre a Terra e Jihad Islâmica para a Libertação da Palestina.
Iídiche - Idioma da diáspora judaica, foi utilizado por 11 milhões de judeus
Ashkenazim até o Holocausto. Era uma língua coloquial, com mesclagem do Alto
Alemão e do Hebraico, enriquecida por frases e expressões singulares da vida
de vilarejos da Europa Oriental. Os Ashkenazim eram descendentes de tribos
jázares, de antepassados russos e polacos, convertidos ao judaísmo no curso
do século VIII. O Ladino era o idioma utilizado por outra corrente do
judaísmo, os Sefaradim, uma forma arcaica do castelhano. Enquanto ocorre um
renascimento mundial do Iídiche, o Ladino perde espaço entre os Sefaradim,
maioria em Israel. Os Ashkenazim consideram-se descendentes dos judeus do
Israel bíblico, e identificam os Sefaradim como descendentes dos judeus da
Babilônia. Dentre nomes importantes, podemos destacar no mundo Sefaradi o
filósofo, médico, jurista e escritor Maimônides, o filósofo Baruch Spinoza e
o novelista Benjamin Disraeli; no mundo Ashkenazi, destacam-se Albert
Einstein, Sigmund Freud e Karl Marx, descendente de rabinos e convertido
pelo pai à Igreja Luterana.
Irgun - Organização terrorista judaica, chefiada por Menahem Begin, desejava
um Estado de Israel com as fronteiras bíblicas originais. Na guerra de 1967,
com a conquista da Península do Sinai, Faixa de Gaza, Cisjordânia,
Jerusalém-Oriental e Colinas de Golã, trouxe aquela meta mais próxima de sua
realização.
Massacre de Deir Yasin - Na manhã de 9 de abril de 1948, houve o massacre de
250 palestinos (incluindo 100 mulheres e crianças), na aldeia de Deir Yasin,
próxima a Jerusalém. Anciões e crianças foram degoladas, mulheres grávidas
estripadas. O ato terrorista, executado por homens do Irgun e do Stern, sob
comando do chefe do Irgun, Menahem Begin, tinha como objetivo amedrontar os
árabes. Após o massacre, o restante da população de Deir Yasin foi forçada a
desfilar como animais pelas ruas de Jerusalém. "O banho de sangue de Deir
Yasin foi a operação mais abjeta jamais realizada pelos terroristas
sionistas" (Arthur Koestler, escritor judeu, in "Promise and Fulfilment",
Mac Millan, New York, 1949; cfr. Hussein Triki, op. cit., pg. 182). No dia
26 de setembro de 1947, terroristas judeus já haviam matado 4 policiais
britânicos em Tel Aviv, e, em 20 de outubro do mesmo ano, o Xeque Ahmed
Salama Touiki e mais quatro membros de sua família perto da localidade de
Ranana.
Naródnaya Voliá - A Vontade do Povo: sociedade terrorista secreta dedicada à
derrubada do czarismo, que se originou do Zemlya Volya. Existiu de 1879 até
ser desbaratada em 1881, quando alguns de seus membros participaram do
assassinato do Czar Alexandre II, incluindo a judia Vera Figner. O
assassinato do Czar provocou terrível onda de perseguições aos judeus. A
partir de 1882, começou a "invasão" de judeus à Palestina, especialmente
atendendo ao chamado de 3 altos dirigentes sionistas: o Grande Rabino Tzvi
Hirsch Kalischer, Moses Hess e Leo Pinsker.
Protocolos dos Sábios de Sião, Os - O texto dos "Protocolos", considerado
apócrifo pelos judeus, seria uma pretensão judaica de dominação do planeta.
"Sergio Nilus publicou os 'Protocolos dos Sábios de Sião', ou plano secreto
dos judeus, pela primeira vez em São Petersburgo, em 1902. Existe um
exemplar dessa edição na biblioteca do British Museum de Londres, com o
número 3926, d. 17, registrado a 10 de agosto de 1906. Os judeus consideram
os 'Protocolos dos Sábios de Sião' um texto apócrifo; mas, está ao alcance
de quem desejar comprovar sua autenticidade, para o que bastaria considerar
a sistuação política, econômica e social que prevalecia no seio das
sociedades humanas, principalmente na Europa, América e no Oriente Médio até
1897, e, logo, confrontar os objetivos sionistas fixados nesses 'Protocolos'
e os meios de alcançá-los, com o que vem sucedendo desde o fim do século XIX
até hoje. A coincidência dos acontecimentos que ocorreram - e ainda ocorrem
- com os postulados dos 'PROTOCOLOS' é tão evidente como espantoso(!)... tal
coincidência jamais pode ser o resultado de pura casualidade!" (Hussein
Triki, in "Eis aqui Palestina", pg. 293) Veja
aqui e
aqui também
Sabra e Chatila - Locais de campos de refugiados palestinos, no Sul do
Líbano, nos quais ocorreu o massacre na noite de 16 para 17 de setembro de
1982, em área sob controle das Forças de Defesa de Israel (IDF). Os autores
do massacre foram milicianos cristãos, liderados por aliados de Israel na
invasão do Líbano, ocorrida naquele mesmo ano. Ariel Sharon, então Ministro
da Defesa de Israel, consentiu o ataque, segundo comissão de inquérito
realizada em Israel. Foram massacrados em torno de 800 pessoas, incluindo
velhos, crianças e mulheres grávidas. Elie Hobeika, ex-ministro do Líbano,
acusado de comandar as milícias cristãs nos massacres, morreu em uma
explosão de carro-bomba, junto com 3 guarda-costas, no dia 24 de janeiro de
2002.
Stern - Grupo terrorista organizado por Menahen Begin, israelense nascido na
Rússia Branca, cujos membros assassinaram, em 1948, o Conde Folke Bernadotte
(parente da família real sueca), mediador internacional da ONU em Jerusalém,
e seu assistente francês, André Serot. Begin também chefiou o Irgun e o
Partido extremista do Kahal.
Bibliografia
1. MAIER, Félix. Egito - uma viagem ao berço de nossa civilização. Editora
Thesaurus, Brasília, 1995.
2. TRIKI, Hussein. Eis aqui Palestina... O Sionismo ao Desnudo. Gráfica O
Popular S.A., Goiânia, GO, 1980.
(*) O autor viveu 2 anos no Cairo (1990-92), a trabalho na Embaixada Brasileira.
Este artigo começa muito bem, surpreendentemente bem, com uma história da região, informação que falta no que se publica na imprensa sobre o conflito Israel-palestinos. Parabéns!
Mas vai devagarinho derivando, com informações falsas ou truncadas, até terminar com a ridícula solução proposta para a situação na região: "Sugiro que ambos [Ariel Sharon e Yasser Arafat] sofram 100 chibatadas na bunda...".
A história da região é complexa, muito difícil de ser resumida. Desinformar é fácil, é o que a grande imprensa faz diariamente.
É o que acaba fazendo este artigo quando diz que "Herzl, fixou, por sua vez, as fronteiras do Estado, como segue: vão do Nilo ao Eufrates e da margem direita do Nilo ao Mar Vermelho e a margem esquerda do Eufrates, a maior parte do Iraque e a totalidade da Jordânia e da Síria, sem falar, naturalmente, da Palestina", citando H.Triki, e não mencionando onde o próprio Herzl teria dito isso (?), dando um impressão muito falsa da ideologia sionista. Quando fala de grupos terroristas judeus como Stern ou do massacre de Deir Yassin sem falar dos progroms árabes contra os judeus e do terrorismo árabe. Quando fala da "resistência palestina" lembrando assim a resistência contra os alemães na Europa da Segunda Guerra Mundial, mas sem desenvolver o complexo conceito de nacionalidade, do que é um palestino. Sem dizer quando surgiu esta "resistência", depois de 1967. Sem lembrar - fato relevantíssimo - que não houve "resistência palestina" quando a Cisjordania e Gaza eram ocupadas por países árabes. Quando fala da responsabilidade de Sharon no massacre de Sabra e Chatila, sem dizer que ele foi julgado pela Justiça Israelense. Quando usa o adjetivo desenfreada para ser refetir à política de assentamentos.
E quando esquece de falar de todas as partes deste conflito, ao não mencionar que, ao lado da "diáspora" palestina, a expulsão dos judeus de países árabes, passando de 800.000 a zero em 5 décadas, criou outra diápora, cujas perdas e sofrimentos não estão sendo consideradas nas tentativas de se chegar a uma paz justa na região.
Atenciosamente,
Geraldo Coen
É muito importante estarmos atentos para a questão dos conflitos no Oriente Médio pois, os Árabes quando se unirem para impedir o avanço do Sionismo, estarão também ajudando-nos a impedir o avanço do Imperialismo praticado pelos EUA.
Caro Coen, você tem total razão em falar da diáspora judia ocasionada pela perseguição árabe. É o caso do Egito, quando Nasser deu um prazo de uns 10 dias para que milhares de judeus sumissem do país - uma covardia sem tamanho. Porém, o assunto aqui foi focado no movimento judaico ocorrido na Palestina. Quanto às chibatadas sugeridas, perdoe-me se o ofendi. Foi uma maneira irônica de dizer que aqueles dois líderes nunca iriam conseguir um tratado de paz para valer, pois ambos tinham as mãos manchadas de sangue inocente. Quanto ao Triki, muita coisa do que escreve não deve ser levado em conta, pois é um anti-semita que acredita no mentiroso "Os Protocolos dos Sábios de Sião", texto criado pelo serviço secreto da Rússia czarista para dizer que os judeus têm um plano de dominação do planeta.
Pra quem não leu, recomendo dois excelentes livros sobre o assunto: Pity the Nation, the abduction of Lebanon, do jornalista inglês (respeitadíssimo) Robert Fisk, e outro, The Lemon Tree, de Sandy Tolan, ambos isentos, tão isentos quanto humanamente possível.