EDITORIAIS
>>>
Por aí
Sábado,
19/1/2002
Edição Extraordinária
Julio Daio Borges
+ de 4800 Acessos
O Digestivo Cultural está hoje sem palavras.
A edição
nº 173 da revista Carta Capital, que chega neste sábado
às bancas, traz uma entrevista com Sérgio Augusto, em
que ele (segundo a chamada de capa) "baixa o sarrafo na imprensa
cultural". Numa das últimas perguntas, porém, Mauricio
Stycer (o entrevistador) pede a ele que cite "exemplos de bom jornalismo
cultural feito hoje no Brasil". Dentre os exemplos citados por
Sérgio Augusto, está o Digestivo Cultural.
Pouca gente sabe
a importância que essa citação tem para nós
do Digestivo Cultural.
De repente, o Digestivo Cultural não está mais numa lista de "sites interessantes"
da internet, nem mesmo numa relação de "melhores
sites de cultura". Desta vez, o Digestivo Cultural foi elevado
à categoria de veículo (para além da internet),
sendo colocado ao lado de publicações da mídia
impressa.
Para completar,
foi uma declaração de Sérgio Augusto, o mesmo crítico
que dividiu a imprensa cultural, em outubro de 2000, com o ensaio "O
frenesi do furo", publicado em Bravo! e incluído
em Lado B, onde se lê: "Os editores de cultura e amenidades
não se preocupam mais em dar bem um assunto em seus cadernos;
sua única e obsessiva preocupação é dar
antes o que quer que seja, é 'furar o concorrente' (...) Preferem
sair na frente com uma reportagem eventualmente feita nas coxas a esperar
mais de 24 horas para produzir uma matéria mais completa e bem
escrita - e com isso todos perdem, especialmente o leitor." (Não
à toa, esse ensaio serviria de mote para que Caetano Veloso lançasse
sua entrevista-manifesto,
contra boa parte da imprensa cultural, quando do lançamento do
CD Noites do Norte.)
O mesmo Sérgio
Augusto que, junto com Ruy Castro, - como bem colocou Daniel Piza em
seu "Augusto
e irreverente" (também em Bravo!) - faz parte
da "seleção de juniores" de uma genealogia que
remonta a Mário de Andrade, Álvaro Lins e Otto Maria Carpeaux;
Nélson Rodrigues e Paulo Francis; Ivan Lessa e Telmo Martino.
Ou seja, todos os nomes que, para o Editor, os Colunistas e os Ilustradores
do Digestivo Cultural sempre serviram de modelo e inspiração.
Como se não
bastasse, a citação de Sérgio Augusto foi veiculada
pela única revista semanal séria e legível no Brasil
de hoje: Carta Capital. Concebida e dirigida por um homem acima de qualquer
suspeita, a quem a imprensa brasileira contemporânea deve muito
(para não dizer tudo): Mino Carta.
É, sem dúvida,
um marco na história do Digestivo Cultural, e na história
pessoal de cada um de nós.
Obrigado a Carta Capital. Obrigado a Sérgio Augusto. Obrigado a você, Leitor.
Obrigado a todos que acreditaram no Digestivo Cultural. Obrigado a quem
sempre nos apoiou. Obrigado a aqueles que, como Millôr Fernandes,
nos incentivaram com uma, duas, mil palavras.
Obrigado pela sua
atenção, um abraço,
Julio Daio Borges
Sábado,
19/1/2002
|