COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
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23/10/2006 | | |
18h25min | |
| Gostei muito. Um texto inteligente, mostrando um mundo cruel e voraz... na criação e consumo de seus mitos.
| | [Leia outros Comentários de Eveline] |
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25/10/2006 | | |
01h52min | |
| Um texto excelente e um tema que há muito merece essa revisão: arte e loucura. Não há loucura na arte, o que salta à vista em qualquer grande arte é exatamente o oposto: sua extrema lucidez. Se é verdade que o artista surta, ele o faz na direção diametralmente oposta à loucura. O artista é o sujeito que consegue atingir altos (ou altíssimos) níveis de bom senso, discernimento, lucidez, análise, conhecimento - e nesse estado ele compõe sua obra. O alto índice de drogados, bêbados ou "malucos" no rol dos grandes artistas pode significar apenas uma fuga, uma tentativa de autoproteção contra um estado de lucidez extrema que pode (e deve) ser doloroso. Ou talvez não: pode ser um estado tão satisfatório que a pessoa se ressente de não viver o tempo todo assim. Van Gogh talvez fosse psicótico mas, quando pintou seu autoretrato, a gente vê que ele sabia exatamente quem era e como era; com plena consciência de suas limitações (como desenhista, inclusive), nesse momento único de alta lucidez.
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27/10/2006 | | |
17h07min | |
| Concordo plenamente com o Ronaldo. Loucura não há. Quer dizer, há, em alguns casos. Não na maioria. Mas existe algo que se confunde com a loucura, isso não podemos negar. A tão falada introspecção do artista, sua solidão - caindo naquele clichê de "mesmo quando em uma multidão" -, entre outras coisas. Me peguei várias vezes pensando no seguinte: pode um escritor ser feliz e escrever? É que a maioria das biografias de autores tem sempre alguma coisa do tipo: alcoolismo, homossexualismo, falta de dinheiro, doenças, enfim, a maioria dos grandes escritores sofreram muito. E alguns terminaram como loucos, por causa dos sofrimentos em vida. Mas aí a loucura veio depois da arte. E eu perdi o fio da meada do comentário... Mas, enfim, artistas não são pirados. A não ser no sentido de que eles são doidinhos de pedra, por acharem que vão conseguir viver de arte. Ao menos aqui, no Brasil, isso é loucura. Infelizmente.
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30/10/2006 | | |
10h58min | |
| onde há arte não há loucura/ e faz bem ver a lucidez de ronaldo/ que por sinal é médico de formação/ ao comentar o caráter especial/ da mente e sensibilidade artísticas/ parabéns ao digestivo cultural
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30/10/2006 | | |
17h22min | |
| Artigo atual e pertinente. Concordo totalmente. Apesar de que, atualmente e muitas vezes, o próprio artista faz de tudo para passar a imagem de louco e perturbado. Eles mesmos acabam acreditando que só serão considerados artistas realmente se trasmitirem essa imagem de "diferentes do resto".
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30/10/2006 | | |
18h39min | |
| Tema interessante, bem construído, culto, enriquecedor. Quanto a abrangência genérica, concordo; quanto à loucura específica ou não do artista, seus supostos, prepostos e conclusões, deixo a critério de quem estuda o assunto, e contribuo transcrevendo: "...considerando que é próprio do artista pôr no mundo um ser que jamais foi visto, nunca ouvido ou tocado antes dessa instauração, pensar esteticamente supõe fazer contato com esse campo de passagem entre o não-ser artístico e a forma perceptível, assim como pensar psicanaliticamente implica transitar entre o não-dito e o dizível. (...) Fundamental, desde a dinâmica da presença e da ausência do sensível, a experiência estética é vizinha da experiência psicanalítica: uma silenciosa abertura ao que não é nós e que em nós se faz dizer." (Citação extraída da contra capa do livro "Arte, Dor: Inquietudes entre Estética e Psicanálise", de João A. Fraize-Pereira.)
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2/11/2006 | | |
04h37min | |
| A associação entre arte e loucura não é tão recente assim. A menção mais antiga que eu conheço é a de Aristóteles, no capítulo XVIII ou XIX (já não me lembro) da Poética. Ele diz que para alguém ser um bom ator trágico, ou viveu a situação que representa, ou é tomado pela loucura. Aliás, a própria origem do teatro está na loucura das festas dionisíacos, assim como de certa forma a origem da poesia está nas pitonisas enlouquecidas pela fumaça.
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18/11/2006 | | |
21h31min | |
| Vou acessar seus escritos sempre. Seu artigo põe um sorriso na nossa cara, amigo. Os parabéns e os agradecimentos da leitora poeta e atriz do DF.
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7/4/2007 | | |
04h31min | |
| ...conheço alguns que são e suas obras são maravilhosas e cheias de tanta arte que nem cabem em si. São suas particulares formas de ver o mundo. Belo texto. Concordo com quase tudo que foi dito. Apenas uma dúvida: alguém poderia me fazer entender a diferença entre ARTE e PRODUTO? Como alguém pode ver a arte como não sendo produto se a mesma é fruto producente de um autor? Quero dizer, ela é resultado de um preparo, de um investimento intelectual. Ela possui custos e gera lucros e ganhos. Não é assim com todas as artes? Alguém já viu um autor bem sucedido não vender suas obras? E um artista plástico? A Arte é um dos maiores bens consumíveis do mundo. Em qualquer área. Se ela não é produto rentável, por que os autores insistem em produzi-la? Elas não são geradas com este propósito mas tornam-se inevitavelmente um bem intelectual de consumo. Graças a Deus a arte é uma grande geradora de lucros que têm como única finalidade difundir a cultura dos povos. Não sei se me fiz entender...
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3/1/2011 | | |
18h15min | |
| Artista pirado. Nossa, ontem em um "karaokê" familiar pensei: "onde estava que não lembro dessa musica?". Estava pintando. Quando falam de um escritor e de seu livro, fico pensando: "por que não li esse livro?". Estava pintando. Adorava filmes e não vejo mais nenhum, por quê? Estou pintando. Nossa, acho que estou pirando por causa da arte, e não sou doida porque faço arte. A arte consome nossas horas e pensamentos, nossa vida e sentimentos, talvez essa seja a loucura.
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