COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
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28/7/2007 | | |
08h24min | |
| Hum. Resta saber que tipo de escritor será esse que, enquanto leitor, também não lê (lembrando que todo escritor é, também, e essencialmente, um leitor que escreve). É mais provável que haja um tipo de literatura que perdeu leitores. Mas, seguramente (tenho observado), há outro em substituição. Talvez seja necessário reciclar a palavra escrita. Abç, Paula
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28/7/2007 | | |
10h38min | |
| Excelente. Escritores sabem por que escrevem, mesmo que não saibam para quem. Fazer compras, ver TV, usar computador, ir ao cinema, namorar, nunca preencherão a alma de alguns; nem ler, nem escrever, mas estes são recursos que aliviam a angústia de quem consegue fácil ou aprendeu com esforço a criar, pensar, questionar o que está posto, determinado pelos antecessores, líderes, especialistas. Muito boa a frase do García Márquez, a criação nos faz humanos, nunca morrerá, ou morreremos. Talvez mudem as formas de fazer, inventar, inovar, mas não o ato de tentar fazer, algo pessoal, que nos aproxime dos outros ao nos diferenciar deles. Os homens (incluindo mulheres) têm necessidades que vão além da sobrevivência, da posse material, ou do lazer padronizado. Exigentes? Insatisfeitos? Desajustados? Ou apenas humanos?! São assim os escritores, as pessoas criativas, todos que tenham oportunidade de ver mais do que o permitido pelos padrões e modelos prévios de agir, de viver.
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28/7/2007 | | |
11h25min | |
| Num planeta habitado por pessoas que escrevem e outras que lêem, ainda que ocasionalmente - como quando caem de cama e param com sua rotina, por exemplo -, sempre haverá escritores e leitores, assim como sempre haverá mercadores de alimentação e gente para se alimentar. Portanto, a pergunta em questão, sempre refeita, já está se tornando retórica...
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29/7/2007 | | |
01h20min | |
| A sub-cultura da auto-ajuda, que despreza o bom texto, vem tentando com insistência - e conivência das grandes editoras - assassinar a literatura. Acho que a morte da literatura está mais vinculada a essa sub-cultura do que à saída de moda da ficção e da poesia, uma vez que isto é consequência da primeira hipótese. E tudo está ligado à sobrevivência heróica do homo sensibilis e à proeminência medíocre do homo robotis.
No dia em que a literatura de ficção morrer, a literatura em si já terá suspirado há muito tempo. E, sinceramente, não acho impossível isso acontecer. Ou seja: verdadeiros escritores, guardiãs da arte, subsistirem numa camada subterrânea da sociedade e da cultura, como os primeiros cristãos nas catacumbas...
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29/7/2007 | | |
11h58min | |
| A internet não acabou com a escrita, mas democratizou a edição. Todos nós podemos escrever e publicar o que desejamos a um custo baixo. O que acaba ocorrendo é um mar de blogs onde cada um diz o que quer da maneira que quer. Estes textos acabam vez por outra se agrupando e tomando a forma de um volume impresso. Que talvez seja lido. Quando a auto-ajuda, apontado por João Macedo como responsável pelo assassínio da literatura, não creio ser este o caso. A literatura de auto ajuda ainda assim é literatura (sem julgamento de valor, se boa ou má). Uma literatura que reflete a realidade de nosso tempo. Há escritores sem leitores, porque todos escrevem, há psicólogos sem clientes, porque todos se auto-ajudam. Lembro-me que o primeiro romance em português foi um livro de auto ajuda: "Máximas de Virtude e Formosura", de Tereza Margarida da Silva Horta. Que talvez percebendo a possivel má recepção (especulo...), mudou o nome do livro para "Aventura de Diófanes".
| | [Leia outros Comentários de Alvao] |
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30/7/2007 | | |
13h36min | |
| A literatura de ficção não morreu. Pode ter se transformado. Se antes os períodos eram longos, agora são curtos. E por aí vai... Cada época deixa sua marca. Assim sempre vai haver essas afirmçaões, quando algo de novo acontecer. Preconizar a morte do velho, quando aparece o novo, é uma característica do ser humano?
| | [Leia outros Comentários de Anna] |
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31/7/2007 | | |
11h55min | |
| Senhores. Vão às escolas... Quando preconizam a morte da literatura, há sem dúvida o germe da velhice lhes impregnando os ossos. Velhice, sim! Não falo do respeitoso olor da experiência, falo de inadequação! Quando recomendo que vão às escolas, não lhes impreco qualquer ofensa. Aconselho-os a ver que os jovens, sim, lêem! Muito mais escolas agora há, que possuem bibliotecas aqui no nosso país. Sabiam que existem até bibliotecários (em muitas) contratados para tocar a livrarada? Escolas públicas com bibliotecários? SIM! Podem não ter dentistas, mas bibliotecários e livros, têm (falo de São Paulo. Perdoem a generalização).
No final de semana passado, vi minha sobrinha de doze com um livro gigantesco que havia ganho de véspera. O último Harry Potter (em inglês). Enorme! Conto nos dedos de uma mão o número de livros desse tamanho que eu mesmo já tenha lido (todos em português!). Se ela (e todos os da lista de Veja) agora lê um livro de fantasia desse tamanho, é natural ser otimista.
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31/7/2007 | | |
16h21min | |
| A literatura, seja a de ficção, de não-ficção ou o terceiro sexo da "auto-ajuda", nunca irá acabar. Porque sempre haverá leitores, mesmo que estes estejam cada vez mais emburrecidos, por passarem mais tempo em frente aos jogos de computador do que em frente a um livro.
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3/8/2007 | | |
01h34min | |
| Geralmente escritores são leitores ávidos e transbordam as influências das textualidades apreciadas; e se alguns não têm apetite para a literatura, outros a devoram obsessivamente. Literatura é, do meu ponto de vista, feita essencialmente pelo leitor, que dá vida e valor ao texto lido. A reverência emblemática dada ao livro só tem sentido quando o teor do seu conteúdo eleva a sua condição de objeto. A morte da literatura, como vaticinam as cassandras da vez, é sobretudo a morte da expressão e da liguagem, e quem pode prever até este ponto?
Desconfio que tal juízo venha de uma disciplina cultural de jornadas retas e leituras corretas, mas esta prática é singular e delicada, cheia de voltas e reviravoltas, que deixa(m) tontos leigos e sábios; e as leis que a regem, se é que a regem, são hermeticas para juízos tolos. Literatura é a vida registrada em circunstâncias e palpitações, carregada de uma grandeza sensível que exalta o anti-herói; o que resta é o gramático, técnico na aridez sintática...
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13/9/2007 | | |
17h14min | |
| Para mim, a ficção vem em primeiro lugar quando se fala de literatura. O gênero pode possuir um enredo complexo e personagens marcantes e ainda mostrar um mundo onde possamos viajar. Gosto disso.
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