COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
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2/11/2004 | | |
19h30min | |
| Muito interessante o texto. Me identifiquei com ele. Abraço, Isa
| | [Leia outros Comentários de Isabel] |
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3/11/2004 | | |
21h03min | |
| Gostei muito do que li. Obrigado, Pedro Pazelli
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4/11/2004 | | |
01h13min | |
| Puxa, cruel mas verdadeiro.
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5/11/2004 | | |
12h42min | |
| Guardem esse nome! Guardem esse nome!
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7/11/2004 | | |
00h13min | |
| Pois é, e ainda é humilde o bastante para aceitar o inaceitável: a tal tendência para o "alcoholical way oy of life". Se os "jovens escritores" que moram no sul maravilha já sentem essa dificuldade toda, imagine (nós?) os que vivem aqui no norte setentrional, onde nem ao menos há concursos e nem júri popular, muito menos "especializado". O que nos resta é sairmos publicando em tudo que é site que abra um espaço para tresloucados "litereiros", que perdem tempo com "literatices que ninguém vai ler". Não há no horizonte que nos rodeia sequer um vislumbre de concurso literário que ofereça aos vencedores ao menos a publicação de uns míseros 100 exemplares de sua obra; acham que valemos no máximo um troféu, uma medalha ou menção honrosa. E, entre idas e vindas ao botequim, voltamos a ler o monte de livros que cada vez cresce mais. E no silêncio das gavetas os calhamaços se multiplicam.
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9/11/2004 | | |
16h46min | |
| Certo, caro Miguel do Rosário, mas, literatura é o que? Alguém simplesmente escrevendo ou com motivo para escrever? Como era feita a literatura na Europa no século retrasado? E no século passado? A profissionalização do escritor é algo tão legal e tão chato quanto o trabalho acadêmico... Emprego, emprego, emprego... Balzac vivia do que?
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11/11/2004 | | |
19h12min | |
| Prezada Liana, fostes muito feliz em citar Balzac. Esse grande prosador frances iniciou a carreira escrevendo folhetins. Parece que tinha uma produção prodigiosa, um livro por semana, embora a qualidade fosse, na grande maioria das vezes, sofrível. Fazia para ganhar dinheiro. Depois tentou ser editor, mas sempre, em toda a sua vida, Balzac ganhou dinheiro com literatura. No século XIX, a literatura era uma carreira, embora, nós sabemos hoje, era restrita a uma elite que tinha acesso à educação e línguas estrangeiras. Hoje o acesso é mais amplo, apesar de que os píncaros da cultura sempre continuam facilitados para quem possui tempo e dinheiro para escalá-los. Profissionalização é fundamental para qualquer arte. Dizem que é bom o artista sofrer e ralar na lida diária, mas quem é artista sabe muito bem que, para se desenvolver as técnicas, é preciso praticar muito e adquirir uma vasta cultura, e isso, minha cara, mais que difícil, exige tempo... E o que é o trabalho, senão o processo pelo qual vendemos nosso tempo em troca de dinheiro?
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14/11/2004 | | |
12h49min | |
| Tomar a "arte pela arte" direciona o trabalho ao "populismo folhetinesco" ou ao "vanguardismo vazio e sem apelo"? Acho que quanto mais gente estiver escrevendo... melhor. Se "o surgimento desenfreado de novos autores parece aumentar ainda mais a angústia daqueles que estão dispostos a sacrificar um bom futuro como advogado, médico ou jornalista para se dedicar à literatura", isso, provavelmente, deverá levar esses "verdadeiros escritores" a serem melhores que os médicos, que as domésticas literárias e que os "gonzo" jornalistas. Também não acho ruim "vulgarizar" a pompa envolta do escritor. Mas eu posso estar interpretando mal o sentido da "vulgarização"... "E aí o escritor vai arrumar emprego, e trabalha, trabalha, trabalha, até que um dia vê no jornal uma reportagem sobre um novo autor. É roído pela inveja, pela vaidade, pragueja contra o fato de não ser ele o contemplado. 'Porque não eu?', grita em silêncio, rilhando os dentes." Pô, vide Bukowisk, Henry Miller, dois escritores... e quanta fome esses malditos não passaram até terem seus livros publicados e reconhecidos? Vai ver que a história é a mesma. Escritor que é escritor fica famoso postumamente... "O negócio é ser publicado. Só isso acalmará a serpente de vaidade que se agita em seu espírito inquieto." Um fanzine resolve o problema (se esse for o problema): o cara faz até na mão, tira xerox e vende. Fiz isso semana passada: R$ 0,60 por seis páginas de papel A4. Vendi tudo, publiquei meu trabalho e tem gente gostando. Muito embora eu ainda sinta imaturidade textual, mas isso a gente resolve treinando, uma hora fica bom. E isso não é tática de auto-afirmação, é avaliação mesmo. "Seguindo a minha ideologia pessoal de que a crítica seguida de sugestão é um gesto muito mais nobre do que o simples resmungo, vai a minha idéia: aumentar o número de concursos, sempre com a participação de um júri popular e um júri especializado." Concordo plenamente com você. Isso tem de ser feito não apenas na literatura, por que enfrentamos o mesmo problema em outras artes. Aposto que você poderia citar alguns bons músicos sem gravadoras e sem discos... e tudo por quê? O mesmo problema... mas eu acho que estamos numa fase onde a reprodutibilidade, que de técnica passou à digital, esta mais facilitada e a dependência dos grandes esquemas parece estar diminuindo nos "circuitos alternativos". Vamos ver onde isso vai dar.
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30/11/2004 | | |
17h07min | |
| parem de falar bobagens! escritor escreve. não importa se tem que trabalhar, fazer o que quer que seja para viver: se for escritor, fatalmente, como forma de manter-se vivo, animicamente, escreve. rilke, embora exagerado, em essência, estava certo: se és escritor, precisas escrever para respirar. o mesmo não se dá, por exemplo, no cinema, o que, apesar disso, não é resolvido com esses milhões que tiram do nosso bolso para essses fatídicos cineastas, que mais fazem cinema por vaidade do que por inclinação pessoal. não é a falta de mercado, a injustiça divina ou a negação ao decúbito ventral que impede que sejamos escritores. o que nos impede de sê-lo é o fato de não o sermos. e se querem ser conhecidos como escritores por digitar esse monte de bobagens que os indigitados de porcelana escrevem, então é de vocês também que estou falando.
| | [Leia outros Comentários de carl] |
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22/1/2005 | | |
00h07min | |
| Realidade, caro colega... Tenho 15 anos, sou escritora também... Me encontro nesse dilema... Ou trabalho e estudo e acabo esquecendo da minha carreira, ou estudo, escrevo e leio e não trabalho... Literatura não tem enchido minha barriga, não, meu caro!! Bem, você ao menos está aí!!! Tem um texto publicado em um site. Apesar de eu não dar muita impotancia ao que vou falar, espero que você dê: "Não desista do seu sonho. Não pare de escrever!" Seria interessante conversar com você... Saber que existe uma pessoa que passa o mesmo que eu.
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5/3/2006 | | |
13h02min | |
| A verdade é que o "ser escritor", assim como o "ser político", ou o "ser um líder religioso", etc e etc... têm sofrido uma desvirtualização, um desvio de suas verdadeiras essências. Longe de ser algo para o povo (característica inicialmente comum entre esses três), hoje o objetivo é o enriquecimento próprio, malferindo completamente o verdadeiro sentido de se realizar tais atividades. Agora, se nós começarmos a nos preocupar com questões sobre ganhar ou não, muito ou pouco dinheiro, devemos largar esse hábito de escrever que, sinto muito, mas já estará apodrecido e sem razão de continuar fazendo parte de nossa vida.
Eu, muito pelo contrário, posso dizer que me dou por satisfeito em saber que ninguém me conhece ou me paga e, mesmo assim, muitas vezes me encontro a escrever coisas que talvez nunca venha a publicar, mas que sei que são puras e limpas de todo falso enpenho e estilo que visam o lucro, por mais que matem a arte.
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29/5/2014 | | |
12h00min | |
| Miguel do Rosário, Olá!
Vejo pela foto que é um jovem, quanto a um "jovem escritor", não sei!
Mas a pouca experiência que só é trazida não pelo que se viveu mas sim pelo tempo que passou, explica muito da sua aflição, acredite, com o tempo essas reações químicas naturais produzidas pelo nosso corpo vão diminuindo e poderá ver as coisas "contraditoriamente" com mais calma e abrangência e tudo ficara mais fácil de aceitar.
Portanto não concordo com tudo que escreveu,visto que tenha se inspirado em suas perspectivas, contudo vejo razão obvia na "proliferação exagerada de... escritores" assim como na de pilotos de avião, engenheiros, professores, radialistas, atores, pintores, etc... O que não quer dizer muita coisa.
Pense:
"O lago não é só para quem sabe nadar, a maioria das pessoas se refrescam felizes e com maior segurança as margens dele"
Escrever histórias é antes de tudo a capacidade de transformar o imaginável em possibilidades.
Boa sorte!
Vantuil Lopes D'Irene
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