ESPECIAIS
Quarta-feira,
26/9/2001
Terror nos EUA
Colunistas
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Telhado de vidro
>>> Os regimes democráticos caem reféns da ilusão de imparcialidade, de verdade cristalina, de ausência de interesses. Para mim, os meios de comunicação de massa fazem tanta propaganda política quanto fazem anúncio comercial. Sua propaganda pode não ser tão exagerada ou maquiavélica quanto a soviética ou a fascista. Por outro lado, por ser tão convincente em sua "transparência", é muito mais insidiosa.
por Daniela Sandler
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Paranóias Persecutórias
>>> No dia do atentado ao WTC, a Wal-Mart registrou um aumento substancial nas compras de água e gêneros de primeira necessidade. Cessados os estrondos, os itens campeões de venda, no dia seguinte, foram bandeirinhas e ornamentos de teor nacionalista. Dois dias depois, o que cresceu foi o consumo de armas. Um amigo meu fez, com raciocínio jocoso, a seguinte interpretação: “Primeiro, a gente se defende; depois, arruma uma boa desculpa para poder sair matando os outros”.
por Rafael Lima
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Origem do Terror
>>> O povo americano alienado e sem culpa - nem mesmo nas eleições de Bush, eleito pelos colégios eleitorais e não pelo voto direto - não faz idéia das atrocidades cometidas por seu país para atingir a confortável posição de império. Como bem disse um palestino em NYC: "As ruas eram uma versão exata de Kashmira, Kuwait, Teerã, Vietnã... pela primeira vez os americanos puderam ver em sua casa as atrocidades que cometem há décadas."
por André Pires
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O dia do caçador
>>> A tradição islâmica, principalmente naquela região da Ásia Central, dita que um hóspede jamais pode ser maltratado por seu anfitrião, muito menos sumariamente expulso; ainda mais quando esse hóspede doou milhões de dólares em armamentos e participou ativamente das lutas de independência do Afeganistão (com ajuda da CIA e da SAS, diga-se de passagem). Seria uma ofensa imperdoável da parte dos afegãos entregarem bin Laden “de bandeja” aos americanos, e algo que duvido que acabe ocorrendo.
por Rafael Azevedo
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A Arte de Odiar
>>> Desde terça-feira passada tenho pensado muito no ódio. Ele existe — não há como negar. Os neo-pentencostais afirmam que não é algo humano. É coisa do dito-cujo, do cramunhão, do esquerda, do incompreendido, do mentiro, do tacanho, do manco, do travesso, enfim. Qualquer pessoa que tenha dois neurônios, no entanto, sabe que o mal é apenas a face oposta do bem. Jung afirmava que, supondo o inconsciente infinito, poder-se-ia supor um bem infinito e, logo, um mal infinito, coabitando o infinito da mente humana.
por Paulo Polzonoff Jr
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EUA, Ano Zero
>>> Na ideologia reinante, a repetição monotemática das tevês serviu para reforçar o caráter de “divisor de águas” do ataque, para dar ainda mais grandiosidade ao evento e para intensificar o sentimento solene em relação ao futuro do país. Nós, espectadores, fomos cortados do resto do mundo. Quem confia em tevê aberta para ter notícias internacionais ficou sabendo apenas que tal ou tal país manifestou apoio aos Estados Unidos ou que, na Palestina, alguém comemorou o ato terrorista.
por Daniela Sandler
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A dor do inexplicável
>>> Desde o ano passado, que sinto enorme apreensão com a guerra no Oriente Médio. Eu tinha amigos morando lá e por meses só queria vê-los de volta ao Brasil. Passa o tempo e você “acostuma” a viver o risco de quem ama, mas a experiência me fez sentir ainda mais a dor que milhares de pessoas estão sofrendo nesse momento, com seus amigos e parentes desaparecidos. Acho que toda aquela apreensão que eu sentia mais latente no ano passado, ganhou forma na terça-feira.
por Vera Moreira
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O abismo olhou
>>> Essa guerra, da convivência entre opostos, do cotidiano civilizado, parece que já está perdida. Não que estivesse mais perto de ser ganha, mas o estado de Paz armada na Guerra Fria, ou de Pax Americana depois, enganava muito bem com sua impressão de segurança, contanto que certos limites fossem respeitados. Mas os assaltantes estão nos sinais, os canibais estão na sala de jantar, e os terroristas já derrubam os maiores prédios do mundo. É quando se olha para o abismo, e o abismo olha de volta.
por Rafael Lima
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A barbárie contra-ataca
>>> Diante do horror dos acontecimentos, vejo as imagens de refugiados palestinos no Líbano, comemorando freneticamente as explosões e mortes. É revoltante. Deveriam ser eles os mortos, deveriam ser aqueles bigodudos oferecendo tortas e cumprimentando-se, aquelas estúpidas crianças e seus sorrisos imbecis, aquela mulher horripilantemente feia, com seus dentes e óculos gigantescos envoltos por uma túnica negra. E não os inocentes que jamais desejaram mal a ninguém.
por Rafael Azevedo
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Idiotice Internacional
>>> Gostaria de rebater críticas de pessoas desinformadas que gostam de falar de países que mal conhecem. Em primeiro lugar, o Pentágono não é mais o centro principal de nada. Os principais estrategistas foram mudados para novas bases, anos atrás. Outra coisa: acho que os responsáveis pelo atentado não são americanos. Esses americanos de milícias locais querem sua liberdade para comprar e carregar armas a fim de caçar e proteger suas fazendas e famílias. E Bush é um deles.
por Juliano Maesano
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Não quero esquecer
>>> Não tenho a pretensão de ter emoções ou observações mais originais que as das outras pessoas. Como todo mundo, fiquei chocada. As pessoas, incrédulas, não sabem muito bem como lidar com a situação. Percebem que os limites estão se expandindo cada vez mais, que em breve não haverá mais nada que nos proteja, ou princípios que sejam válidos. Mais tarde, quando tiver filhos, vou querer contar a eles a verdade, e não as mentiras que aparecem nos livros de História.
por Adriana Baggio
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Nada de novo no front
>>> Eram onze da manhã aqui em Rochester, que fica a uma hora de vôo de Nova York. Todo mundo parou em volta de tevês. As notícias iam caindo como os aviões: Washington! Pittsburgh! O que virá depois? O país me pareceu extremamente frágil sob o céu aberto e devassado: quantos aviões ainda estão no ar? Eu havia acabado de dar aula. Discutíamos as falhas da arquitetura modernista. Liguei o computador. Tudo mudou. O aluno, a explicação e o livro sumiram.
por Daniela Sandler
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Do Caos, Dalí e os idiotas
>>> Nenhuma ideologia ou religião, sob qualquer justificativa, explica a morte de inocentes. Os ataques terroristas realizados nos Estados Unidos, sob a bandeira do anti-imperialismo, da anti-globalização, da resistência islâmica, são a marca de uma guerra que em muito extrapola o que se pode considerar "civilização". A guerra sempre fez parte da história da Humanidade. Mas um ataque não pode ser desferido sem uma declaração formal de guerra.
por Paulo Polzonoff Jr
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Julio Daio Borges
Editor
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