DIGESTIVOS
Sexta-feira,
26/8/2005
Digestivo
nº 241
Julio
Daio Borges
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Música
>>> Ciranda de Maluco
O Otto é um bom sujeito. Meio bombardeado pela mídia alternativa (e também, às vezes, pelo mainstream), que decidiu incensar (e/ou processar) a “geração 90” da música brasileira – capitaneada por Chico Science, o Glauber Rocha deles. Otto não perdeu o sotaque, o que é bom, e na entrevista do seu DVD pela Trama/MTV, pronuncia “genti” (como em petit) todo o tempo. E se alguém o persegue pelas suas letras, meio abstrusas, vai entender tudo quando ouvi-lo falar (e não cantar): é a oralidade do Nordeste. A mesma de gente (genti?) como, por exemplo, Marcelino Freire – que é muito melhor falando do que escrevendo (ele escreve pra ler); e de gente como Xico Sá – que, tudo bem, por escrito é engraçadíssimo, mas que conversando é muito mais (viu quem ouviu sua entrevista a Paulo Lima, no recente Trip Eldorado, sextas, às 20). Otto é, também, meio cênico (ninguém na MTV sobrevive sem ser). Quem o assistiu num dos últimos VMBs, pra lá e pra cá enrolado numa bandeira brasileira, encarando a câmera e proferindo frases desconexas ao microfone, deve tê-lo tomado por débil mental (como outros VJs; por exemplo, o Rafa) – mas é uma impressão aparente. Otto ralou na França, onde chegou com 150 dólares no bolso e passou anos tocando bongô (quando não tinha nem instrumento – não é uma proeza?). Depois arriscou tudo num primeiro disco (CD); feito com a raspa das economias de sua mãe, no Recife, e do que ele pudesse levantar em investimentos. De certa forma, estourou (para os seus padrões). E hoje “levanta o Mirabel” – quando não “corre atrás da Pampers” –, no dizer do colega Seu Jorge (outro ungido pela mídia...). É a vez deles. Nação Zumbi, também; Marcelo D2 – há muito tempo –, também. E se você quer conhecer o que Otto tem a dizer – sua mensagem musical, entenda-se –, esse é o seu DVD. Alugue, compre, veja. Vai entender, de quebra, a “Geração 90”. A da música...
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>>> MTV Apresenta Otto | Otto
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Gastronomia
>>> O Conselheiro também come (e bebe e se hospeda)
A propaganda do Emiliano diz que é só ir lá e falar bem dele. Para não pagar; ou para não pagar se não beber vinhos; ou para não pagar at all (sei lá)... É uma brincadeira. Mas poderia ser verdade. Uma verdade que iria quebrar o Hotel Emiliano, porque não tem como falar mal de lá. Arquitetura de Arthur de Mattos Casas, mobiliário da Itália ou dos Irmãos Campana... Cozinha contemporânea... Lençóis egípcios, edredons húngaros, cinco (!) tipos de travesseiro... O diabo em tecnologia. Enfim, o escambau. Francamente: do que reclamar? E se perder num almoço de horas, numa sexta-feira, à base de “paupiette de cavaquinha com cebolinha” (entrada), “risoto de couve e ragu de carne seca” (prato principal) e “terine de manga com chocolate branco” (sobremesa) – entre outros – ...e você ainda vai conseguir reclamar? Do quê? Da companhia? Do tempo? Do governo? Nem assim... Não tem jeito. Não tem de quê, o Emiliano vai dizer quando você agradecer de volta. Pois que crítico (tão) feroz vai sobreviver a tanto...? Nem de Guia Michelin. Nem de Relais & Chateaux...! E jornais na porta, e workstation no quarto e lobby bar pra ver e ser visto... (!) Você quer mais o quê? ...E MD, e telefone touch-screen, e spa com ofurô... E heliporto! Sei que você não cai em texto laudatório de Ignácio de Loyola Brandão em revista de shopping (nem eu caio)... mas – você concorda? – não tem do que reclamar. Eu sei, agora que você não reclamou (que nem eu não reclamei), você não vai querer pagar... Tudo bem. Tudo bem; mas isso é lá com o Emiliano...! É lá. Você vai lá e fala, tá? No Emiliano. Lá... E discutir sobre “o luxo”, e divagar sobre o futuro da Daslu (sobre o Fashion Week?); e falar do mundo corporativo, e falar do empresariado, e se lançar como empreendedor (?)... As horas passam (os dias passam), e você tem de ir embora... A tarde cai; em cores se desfaz... Na Oscar Freire. No Emiliano.
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>>> Hotel Emiliano
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Internet
>>> The Good Life
Gabriel Pupo Nogueira sobreviveu à Bolha. Também o Taste. E virou referência... É o único portal sobre estilo de vida na internet. E uma menção obrigatória para quem tenciona atacar o setor pela Web. A Taste se instalou no Vale do Silício de São Paulo (a Vila Olímpia) antes do ano 2000, como um investimento de 10 sócios, e lá ficou. Até hoje. Passada a insanidade financeira dos mercados, Gabriel transformou o portal em negócio (como era seu objetivo afinal) e hoje, além de vender mídia, claro, presta os mais variados serviços ao seu segmento. Um deles, para que se tenha uma idéia, é o que chama de “experience”. Uma noitada, ou um belo jantar, regado a vinhos e a charutos, só para os freqüentadores do Taste. Gabriel presta também serviço para empresas; adquiriu um know-how tremendo, e não negocia migalhas como a maioria dos empreendedores de internet, que se viram vítimas de leilão reverso (quanto mais baixavam as ofertas, mais eles baixavam seus preços – erroneamente). Faltava uma parte na tal “experience” porém: a cultura. E nesse “braço”, digamos, entrou Marcelo Kahns, inicialmente como um canal de leituras do Taste, o Nanquim. Marcelo é veterano de eventos culturais, principalmente na década de 80, quando trouxe, por exemplo, uma desconhecida Pina Bausch para platéias do Bananão aborígene. Na época, o Instituto Goethe dava as cartas e Marcelo, inteligentemente, abriu alas para históricos festivais de cinema (o pessoal da Mostra às vezes se esquece desses pioneiros...). O Espaço Unibanco de Cinema, e suas platéias, não existiriam sem ele. O Taste vai bem, obrigado (expressão esnobe – mas é verdade...). A “experience”, no melhor sentido do termo, segue. Os interneteiros deveriam se basear nela; em vez de ficar criando blogues e outras iniciativas editoriais sem respaldo econômico. Vida longa ao Tase (a ao Nanquim).
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>>> Taste | Nanquim
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>>> EVENTOS QUE O DIGESTIVO RECOMENDA
>>> Palestra e Lançamento de Livro
* Tecnociência e Humanidades - Luiz Pingueli Rosa
(Qui., 01/9, 19h30, VL)
>>> Noites de Autógrafos
* Cinzas do Norte - Milton Hatoum
(Seg., 29/8, 19hs, CN)
* O Brasil Antenado - Esther Hamburger
(Ter., 30/8, 18h30, CN)
* Antigamente era janeiro - Humberto Mariotti
(Qua., 31/8, 19hs., CN)
* Guia do Executivo para tomada de decisões - Guilherme Francis Fagundes Sortino
(Qui., 1/9, 20hs, CN)
>>> Shows
* Carmem Miranda – O Swing no Brasil - Traditional Jazz Band
(Sex., 2/9, 19hs., VL)
* Adyel chic da Silva - Adyel Silva
(Dom., 4/9, 18hs., VL)
* Livraria Cultura Shopping Villa-Lobos (VL): Av. Nações Unidas, nº 4777
** Livraria Cultura Conjunto Nacional (CN): Av. Paulista, nº 2073
*** a Livraria Cultura é parceira do Digestivo Cultural
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Julio Daio Borges
Editor
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necessariamente a opinião do site
COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
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25/8/2005
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21h25min
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Ouvi todo o programa, na Cultura, com a Giovana Bordon e descobrir você e suas idéias foi presente grande! Aliás, a escolha de Los Hermanos arrasou! Estou pesquisando o mundo cibernético e a tela como lugar de ensino (e aprendizagem, claro!). Você tocou em questões que me interessam! Gostei da sua atitude sem preconceitos e da visão mais real deste equipamento/mundo que nos está dominando! Em breve tentarei um contato para entrevista, ok? Bete Salgado
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26/8/2005
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09h55min
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Ei, Julio, você chegou a ver a briga do Otto com o Ronaldo Evangelista, da Folha [1 2 3 4]?
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Jonas]
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