Digestivo nº 244 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

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DIGESTIVOS

Sexta-feira, 16/9/2005
Digestivo nº 244
Julio Daio Borges
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+ 1 Comentário(s)




Teatro >>> Um Jogador
Dostoiévski está na moda no Brasil? Os russos estão na moda no Brasil? São duas perguntas que, com propriedade, se colocam. A primeira por causa das traduções da Editora 34 – que, merecidamente, são um marco; e deveríamos estar felicíssimos se entrou na moda, por aqui, o autor de Crime e Castigo. Já a segunda questão faz sentido por causa de algumas traduções da Cosac Naify (Tostoi e Tchecov) e pela capa de revistas como a EntreLivros. (Também por conta da Osesp tocando Korsakov e Shostakovitck – vale igualmente lembrar). E se em toda moda tem de ter sempre algo de pejorativo, de modismo, nesta não vimos nada ainda. E, dentro dela, por que não alegremente incluir Sonho de um homem ridículo, peça inspirada num conto de Dostoiévski, que marca o retorno aos palcos do nosso ex-secretário municipal, da cultura, Celso Frateschi? Frateschi fez uma adaptação livre e conseguiu quase o impossível: encenar o autor dos Irmãos Karamazov. Impossível porque, embora tenhamos sido iludidos muitos anos por traduções a partir do francês, estamos descobrindo que Dostoiévski era muito mais verborrágico e muito menos elegante do que gostaríamos. Se o seu texto costuma atormentar almas jovens, logo num primeiro contato, atormenta indefinidamente as adultas (como um Kafka avant la lettre). Celso Frateschi traz exatamente de volta essa sensação: a sensação inebriante da falta de direção, da tormenta e da meditação arrebatadora passada toda a tempestade. Sem ser um catedrático em matéria do autor de Memórias do subsolo, Frateschi resumiu, como poucas vezes se viu nos palcos daqui, o universo dostoievskiano. Falaram que ele encarna “um” Dostoiévski de fato, e pode até ser que ele encarne, mas isso não é importante (o dado biográfico não é importante). A pergunta que fica (e que deve ficar) é: como é que o autor poderia tirar, de dentro de si, tantos demônios? E depois da peça, para o espectador: como é que Frateschi conseguiu encarnar (e suportar) todos esses mesmos demônios? Sonho de um homem ridículo é o exercício virtuosístico para sublimar a secretaria da cultura – e para provar que o artista não morreu na política; saiu dela fortalecido. [Comente esta Nota]
>>> Sonho de um homem ridículo - Celso Frateschi - Instituto Cultural Capobianco
 



Internet >>> Minutos de sabedoria
Fred Leal era mais um blogueiro entre tantos. Escrevia, era lido, conhecia gente influente na blogosfera, era citado. Mas nunca atingiu o panteão, como atingiu, por exemplo, sua amiga Cecilia Giannetti, que participou até de coletânea de novos autores do Rio de Janeiro. Fred Leal estava na dele; até o podcast... Então – entre os poucos podcasters brasileiros que valiam a pena – todo mundo, de repente, sabia quem ele era: Fred Leal era aquela voz por trás do É Batatao podcast, para muitas pessoas, depois da indicação de Alexandre Inagaki (cujo Pensar Enlouquece, Pense Nisso funciona como uma espécie de portal entre os bloggers). Para a sua própria surpresa e (seu) espanto, no podcast, Fred Leal estava, pela primeira vez, no seu elemento. E imediatamente a audiência começou a responder... E ele – a reagir a ela. Subitamente, novas versões do É Batata brotaram para quem acompanhava. Se o programa inteiro, que até merece numeração, continha múltiplas seções, vinhetas, seleção musical vasta, revelações, entrevistas e piadas, muitas piadas, as suas variantes revolucionavam o “formato”. O Batata Palha, por exemplo, continha apenas duas músicas, com breves comentários – supostamente diários – entre uma e outra; já o Batata Frita funcionava como uma espécie de Manhattan Connection da era do podcasting, onde Fred Leal e sua famosa amiga Cecilia Giannetti (sim, ela se rendeu à coisa) teciam considerações sobre o fim de semana anterior (“quando você – espectador – estava perdido entre uma balada e outra, entre uma ressaca e outra...”). Nessa, Fred Leal entrevistou o Cardoso, do CardosOnline, na Flip 2005 (quando nem era moda ainda entre os podcasters); contrapôs João Paulo Cuenca ao seu ídolo Bob Dylan (assim, ele nem soava tão antipático quanto diziam as más línguas); e, por fim, forjou uma maneira própria, divertida, malandra, de (se) podcastear – que certamente fará escola. Hoje, Fred Leal é reconhecido (pela voz) na rua, embora seu irmão menor nem ouça o programa. É a vida: num tempo em que o Google – e os blogs, e os podcasts agora – dominam o mundo, e a imprensa brasileira nem noticia, Fred Leal entra pra História, mas, como a nossa dor, não sai no jornal. [Comente esta Nota]
>>> É Batata
 



Literatura >>> A Educação Sentimental
Na Casa do Saber, Milton Hatoum não gostava de se assumir como um dos “grandes” escritores brasileiros da atualidade; preferia dizer que era apenas “bom”... Também relutou um pouco em falar da própria obra, nesse seu “Seminário sobre o Romance”, série de quatro encontros (que se estenderam até cinco), para discutir esse gênero onívoro... Milton Hatoum partiu de uma exposição brilhante, diferenciando inicialmente o romance do conto e da novela, para desembocar nas suas três realizações – Relato de um Certo Oriente, Dois Irmãos e o recentíssimo Cinzas do Norte (todos pela Companhia das Letras) –, passando por alguns mestres seus: Machado de Assis, Euclides da Cunha, Joseph Conrad, William Faulkner e, claro, Gustave Flaubert. Como durante décadas palmilhou, em suas aulas e em suas leituras, as Palmeiras Selvagens de Faulkner, o Coração das Trevas de Conrad, os Três Contos de Flaubert, as narrativas curtas de Machado e uma croniqueta de Euclides, os grandes momentos ficaram por conta das brechas em que o Milton Hatoum-autor transcendia o Milton Hatoum-professor e sua obra pessoal, de escritor, estabelecia intercâmbios com as peças desses gigantes. Como, entre a audiência da Casa do Saber, todo mundo parecia sentir o mesmo, o desejo foi unânime no sentido de que Milton reservasse uma aula exclusiva, ou um encontro exclusivo, para tratar desses assuntos (temas dos quais se esquivava elegantemente, com medo de transformar o “Seminário” num “divã”, conforme colocou). Quem esteve lá, teve a chance de entender um pouco como o arquiteto da FAU dos anos 70 se transformou no escritor – primeiro de um romance político (e memorialístico), abandonado; depois, do Relato... Teve também a oportunidade de penetrar na composição de Dois Irmãos; e na repercussão tão custosa para seu corajoso autor, que se viu rompido com um dos ramos da família oriunda de Manaus... E pôde conhecer, em primeira mão, a gênese das Cinzas do Norte; do conflito entre o artista que vai e o que fica; entre o que capitula e o que se entrega à mundanidade... Milton Hatoum não tinha, naturalmente, uma conclusão para a sua própria trajetória. Quando confrontado com a fatídica pergunta “valeu a pena?”, tergiversava... Talvez porque, como bom discípulo de Flaubert, lhe bastasse contemplar o quadro. Que assim seja então. [Comente esta Nota]
>>> Casa do Saber | Milton Hatoum na Casa do Saber (Blog) | Milton Hatoum na Livraria Cultura
 
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Julio Daio Borges
Editor
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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
7/11/2006
11h02min
Comentando num texto de mais de um ano, mas... quem se importa? O É Batata é foda, e o Fred (tenho o prazer de conhecê-lo pessoalmente) é gente boa pra cacete!
[Leia outros Comentários de Jorge Wagner]

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