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Sexta-feira, 7/3/2008
Digestivo nº 357
Julio Daio Borges
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Além do Mais >>> Quebrando a banca, de Ben Mezrich
Existem, basicamente, duas alternativas ao gênio: ou construir uma obra genial; ou ganhar muito dinheiro. (Está descartada, aqui, a hipótese do suicídio — e, também, a do "gênio incompreendido".) Enquanto a obra não vinha, seis jovens do MIT deram quatro anos de golpes nos cassinos de Las Vegas e ficaram milionários (antes dos trinta anos). Foi na década de 90 e a história toda, com todos os truques explicados, está em Quebrando a banca, de Ben Mezrich, pela Companhia das Letras — em abril num cinema perto de você... São trezentas páginas para ler sofregamente, acompanhando a ascensão de Kevin Lewis, e da sua equipe de calculadores de cartas; tendo por fim, a seus pés, a Cidade do Pecado. Embora não seja uma peça de alta literatura — é mais do jornalismo, com preparação de Vanessa Bárbara (da Piauí) —, o relato de Mezrich deixa a saudável impressão de que o gênio ainda pode tudo; sobretudo, na nossa época, o gênio matemático... E quanto mais alto — já dizia o ditado —, maior a queda: a máfia de Las Vegas podia demorar a perceber (foram anos de "assaltos"), mas a vingança viria a cavalo — e Kevin Lewis, nosso herói aparentemente indomável, sofreria um baque. O gênio poderia continuar vencendo o sistema, ou se conformaria com uma vida normal? É, igualmente, uma grande questão de Quebrando a banca, para além dos ganhos, para além das sacadas. Continua cabendo no mundo quem já teve o mesmo mundo à sua disposição? Em que medida o dinheiro relativamente fácil dos cassinos poderia corromper Kevin e seus colegas? Felizmente, não há uma resposta — e o fato de Ben Mezrich deixar a vida dos personagens em aberto (Kevin Lewis, por exemplo, nasceu em 1972) só confirma que alguns dilemas existenciais podem ser complicados até para gênios do MIT. (Se ainda é possível quebrar a banca? Kevin diz que sim, no último capítulo...) [2 Comentário(s)]
>>> Quebrando a banca
 



Música >>> Siba e a Fuloresta
Olhando pela capa, Siba parece ter saído daquela região do Nordeste que, segundo Ariano Suassuna, ficou estacionada na Idade Média. A sonoridade, aparentemente também, não nega: assaz primitiva na forma — pelo som da banda Fuloresta — só revela sua sofisticação a quem presta atenção nos pequenos detalhes... Evocando a alavanca de Arquimedes, por exemplo, Siba intitula seu álbum Toda vez que eu dou um passo, o mundo sai do lugar. E verseja: "Ouço o mundo me dizendo/ Corra pra me acompanhar/.../ Procurei o fim do mundo/ Porém não pude alcançar/.../ Que quando um deixa o mundo/ Tem trinta querendo entrar". Siba mistura a poesia de cordel com o repente, com a vanguarda do mangue beat. Divide os vocais com Céu, conta com a participação de um DJ (Marco), com a guitarra de Lúcio Maia, e endereça agradecimentos a Jorge DuPeixe. Enquanto canta: "Será que ainda vai chegar/ O dia de se pagar/ Até a respiração?/.../ Pela direção/ Que o mundo está tomando/ Eu vou viver pagando/ O ar do meu pulmão". Sua banda — de rua? — tem viola, bombo, tarol, "póica", trompete, sax, tuba e trombone. Numa outra época, daria para imaginá-los fazendo serenata na janela, desfilando pela praça central ou animando baile de terça-feira gorda. Só que, ao contrário das marchinhas de Carnaval, Siba e a Fuloresta entoam: "Disse a morte para a foice:/ Passei a vida matando/ Mas já estou me abusando/ Desse emprego de matar// Porque já pude notar/ Que em todo lugar que eu vou/ O povo já se matou/ Antes mesmo d'eu chegar// Quero me aposentar/ Pra gozar tranqüilidade/ Deixando a humanidade/ Matando no meu lugar". Lúgubre para quem lê, cômico para quem escuta. Se seguir a linha evolutiva da MPB, perseguir a bossa eletrônica dos 2000 ou sucumbir ao canto da musa "eclética" são estratégias do passado, Siba consegue chamar a atenção, justamente, na contramão dos "modernos", dos fashionistas e do hype. E quase torcemos para que ele não faça sucesso — e preserve essa criativa identidade. [2 Comentário(s)]
>>> Siba e a Fuloresta
 

The 30 Day Fax Picture (Hundertwasser)


Imprensa >>> Clóvis de Barros Filho na Escola São Paulo
Clóvis de Barros Filho se tornou uma estrela da Casa do Saber. Suas aulas, em nível de decibéis bastante elevado, se faziam sentir nas salas ao lado, e estavam sempre lotadas. Na Casa, ele se consagrou com títulos impactantes, como "Grandes Questões da Humanidade". E foi tão eficiente, desde a sinopse até a apresentação, que sua fama se espalhou pela cidade — tanto que hoje não abre um único espaço extra-acadêmico sem que haja Clóvis de Barros Filho na grade horária. Não tem sido diferente na Escola São Paulo, no bairro de Cerqueira César. Num ambiente mais despojado, com midiateca acoplada e alguns cursos mais práticos (hands on), Clóvis ministrou seu clássico "Ética na Comunicação", sobre mídia e sociedade, em duas sessões. Embora as ciências sociais sejam algo tão século XX, Barros Filho em ação é quase irrefutável e praticamente irresistível (como performer). Retrocede à ágora grega para desembocar na velha mídia, culminando com a opinião pública (inexistente, segundo seu mestre Bourdieu) e a espiral do silêncio de Elisabeth Noelle-Neumann (uma hipótese, segundo Clóvis). Juntando Freud, Durkheim e Bakhtin, Barros Filho defende a idéia, tão 1900s, de que o homem é um constructo social — a mesma que desembocou no socialismo radical, nas ditaduras peludas de esquerda e no behaviorismo tão passé. Triunfaram — para o bem e para o mal —, no século XX, o gene egoísta, o liberalismo político e a economia de mercado. Clóvis de Barros Filho, portanto, explica, talvez como ninguém, a antiga era da mídia de massas — embora não compreenda, ainda, a época da internet, a ruína crescente do mainstream, o esvaziamento das utopias e do pensamento monolítico. O século XXI, evidentemente, está ainda em construção — logo, talvez, só tenhamos um outro Barros Filho daqui a 100 anos. Como exercício dialético, enfim, vale assisti-lo agora na USP e na ESPM. E, claro, na Escola São Paulo. [Comente esta Nota]
>>> Clóvis de Barros Filho na Escola São Paulo
 

 
Julio Daio Borges
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