Digestivo nº 62 | Julio Daio Borges | Digestivo Cultural

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>>> E. A. Wallis Budge de A religião Egípcia pela Cultrix/Pensamento (1983)
DIGESTIVOS

Quarta-feira, 26/12/2001
Digestivo nº 62
Julio Daio Borges
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+ 3 Comentário(s)




Imprensa >>> Adiós Muchachos
Depois da exemplar quebradeira na Argentina, o brasileiro estufa o peito e olha desinteressado como se não fosse com ele. É impressionante, mas já esqueceu da rebordosa de janeiro de 1999, quando a ancora cambial não “segurou mais a onda” e elevou o dólar a cotações (na época) astronômicas. Três anos depois (ou quase), ainda se vê reflexos daqueles dias, aqui e ali. Na Argentina, infelizmente (pra eles), a alucinação foi mais longe: em vez de “ancora”, instaurou-se a irreal “paridade” do 1 para 1. Mais ou menos como no começo do nosso real, mas sem a transição “progressiva” (através das tais “bandas”), culminando com uma explosão muito mais ensurdecedora. Acontece que os argentinos têm (ainda) algo a ensinar aos brasileiros: eles foram às ruas e empurraram, ladeira abaixo, o presidente deles. Enquanto que aqui, precisamos de minisséries (“Anos Rebeldes”) e de uma juventude mezzo-engajada mezzo-alienada para que alguma coisa aconteça. E olha que já faz tempo (1992). O fato é que, no Brasil, o presidente mora longe – e o caminho é deserto. (Juscelino pensou em tudo.) Outra particularidade que os brasileiros usam para exorcizar os seus fantasmas é, agora, a adoção de uma terceira (!) moeda no País de Gardel. Parece que, em Pindorama, ninguém mais se lembra da complicação de OTNs, BTNs, URVs, os zeros à direita (nas cédulas) e os zeros à esquerda (no governo). Enfim. Independentemente das comparações mórbidas (e das rixas) é lamentável que a cidade de Jorge Luís Borges e Adolfo Bioy Casares tenha vivido, na aurora do século XXI, sob trevas tão espessas. [Comente esta Nota]
>>> A Crise Argentina
 



Música >>> Os silêncios me praticam
Luiz Melodia foi buscar inspiração no poema de Manoel de Barros para disco homônimo: “Retrato do artista quando coisa”. Ninguém questiona as qualidades poéticas do último e, depois de ouvir o resultado (musicado pelo primeiro), espanta-se que os dois universos tenham se fundido. São versos sem rima e sem métrica definidas, mas foram bem amarrados pela melodia e pela harmonia. Se esse exemplo tivesse se estendido para o resto do compact disc, o autor de “Pérola Negra” manteria os bons fluidos que ainda emanam do seu “Acústico Ao Vivo” (de 1999). Mas não. Luiz Melodia preferiu insistir no pop romântico que vem se arrastando sem muito brilhantismo desde “14 Quilates” (de 1997). Obviamente que há momentos agradáveis como em “Esse filme eu já vi” (quase um rock), “Otimismo” (um misto de Djavan e Sebastião Rodrigues Maia), e até em “Gotas de saudade” (que o próprio artista considera comercial, não passando de um reggae leve). A audição segue suave, sem abalos e, por isso mesmo, homogênea ao extremo – a ponto de confundirmos os arranjos e as canções (principalmente quando sob a batuta de Serginho Trombone). Foi-se o tempo em que Melodia fazia de cada passagem uma surpresa. Essa fase de agora, mais acessível (digamos), coincide com o desejo do cantor e compositor de se desfazer da pecha de “maldito”. Ele se ressente que tenha sido jogado para escanteio pelos grandes nomes de sua geração (leia-se os tropicalistas). Luiz Melodia quer ser aceito. E tem razão: andar a margem, às vezes, cansa. Ninguém lhe tira esse direito. Acontece, no entanto, que vamos continuar preferindo suas trilhas pelos anos 70. Fazer o quê. [Comente esta Nota]
>>> "Retrato do artista quando coisa" - Luiz Melodia - Indie
 



Além do Mais >>> O sol na cabeça
Ricardo Freire, que assina uma das colunas mais inventivas do Jornal da Tarde, a “Xongas”, acaba de lançar um guia para os entusiastas do litoral brazuca: o Freire’s Brasil Praias. Conforme anuncia na capa, vai do Ceará a Santa Catarina, em relatos mais pessoais e mais aprofundados do que aqueles apresentados nos guias comuns (cheios de ítens e de visões imparciais). Justamente por abandonar certa vocação esquemática, o Freire’s Brasil Praias pode ser lido como uma longa crônica, como uma abrangente reportagem, ou até mesmo como um livro. Os viajantes e aventureiros do território nacional vão reconhecer os lugares e, no detalhismo de Ricardo Freire, sentir muitas saudades (das paisagens, das pousadas, dos passeios e dos restaurantes). O publicitário, que virou jornalista, tem especial predileção, como todo grande explorador, por lugares em que a natureza foi preservada ou, pelo menos, locais em que a convivência com a espécie humana não causou danos irremediáveis. Ele não hesita em criticar o que não gosta, como os resorts com suas cozinhas industriais, as leis de preservação que cerceiam a liberdade do visitante, o costume brasileiro de sair em bando nos feriados, apinhando-se no areião dos balneários mais degradados. Mas, claro, sempre com o bom humor que lhe é peculiar. Vai proporcionar, aos aspirantes a “desbravador”, boas risadas. Além disso tudo, sua ambição é fazer escola, como os internacionais Frommer’s, Baedeker’s e Lonely Planet. Num rasgo de sinceridade, Ricardo Freire enumera os encontros e desencontros que transformaram seu “projeto de sonho” em realidade publicada. Termina, no final das contas, sendo atrativo até para quem não vai viajar e que cultiva o prazer de ler relatos de viagem. Que a empresa siga de vento em popa, e que o espírito do Freire’s se estenda por outras paragens. [Comente esta Nota]
>>> "Freire's Brasil Praias" - Ricardo Freire - Ed. Mandarim
 



Gastronomia >>> O Conselheiro também come (e bebe)
São Paulo não tem horizonte, e vamos nos acostumando a diminuir o alcance do nosso olhar – tantos os edifícios, tantas as paredes, tantos os espaços exíguos. Assim sendo, ao encontrar um lugar que se possa esparramar a vista, regozijamo-nos como se houvesse algo mais no ar. Não há. É apenas a possibilidade de enxergar à distância e de perder os objetos de vista. Para isso talvez sirvam os parques, os jardins e as praças. Na Panamericana, por exemplo, é possível ver ao longe, embora o trânsito e a pressa dos motoristas roubem toda a poesia de quem tenta alcançá-la. Um dos restaurantes mais tradicionais da Praça Panamericana é o Senzala. Ele costumava dividir o ponto com a lanchonete, do outro lado da rua, mas com a reforma desta, inverteu-se a hierarquia bruscamente. O Senzala Bar & Grill (novo nome de onde se servem sanduíches) é hoje uma casa deveras arejada, com pé-direito duplo ou triplo, com paredes envidraçadas, e com a estrutura toda em madeira. Não resta nem sombra da antiga construção: modesta, escura, seguindo o modelo dos primeiros estabelecimentos em que se comercializavam hambúrgueres. Hoje até o cardápio mudou um pouco. Complementando os consagrados beirutes, surgiram pratos rápidos, grelhados, saladas e até massas. Os garçons aumentaram, e andam rigorosamente uniformizados (foram igualmente reformulados). O movimento durante o almoço é grande, graças os escritórios, os universitários da USP, e os estudantes dos Santa Cruz. A comida é o fast-food antes do fast-food (leia-se McDonald’s e similares). Para se sentir novamente na adolescência, na juventude, na mocidade. E, escolhendo uma mesa na varanda: para olhar longe. [Comente esta Nota]
>>> Senzala Bar & Grill - Praça Panamericana,31 - Tel.: 3032-5518
 



Cinema >>> Sleepover Bandits
Bandits, ou Vida Bandida (em português), prometia alguma novidade para o gênero “policial de perseguição”, mas não teve fôlego para tanto. Começa bem, com uma espetacular fuga de prisão: os dois protagonistas pilotando uma betoneira, numa evolução orquestrada por “Gallows Pole”, do Led Zeppelin. Bruce Willis (num de seus melhores papéis) é o típico celerado sangue-frio: faz o que lhe dá na veneta, contando com toda a sorte do mundo, mas posando de senhor do próprio destino. Para quem aprecia esse tipo de “bad boy”, com meia dúzia de expressões no rosto, vai se deixar levar através dos primeiros 60 minutos. O “sócio” de Willis é Billy Bob Thornton, coadjuvante em Um Plano Simples (de 1998), representa (mais uma vez) um misto entre “nerd” e “deficiente mental”. Um, sensível; o outro, brutamontes – o que mais poderia faltar? Uma mulher. Isso mesmo, uma mulher. Ela é Cate Blanchett, e entra na história como uma dona-de-casa entediada, cuja maior emoção é preparar pratos descabelando-se ao som de Bonnie Tyler (“I need a hero!”). Eis então que as vidas dos três se cruzam. Há também um quarto elemento, mas não tão relevante na trama. Existe certa originalidade na maneira como eles assaltam os bancos: fantasiados; surpreendendo os banqueiros em sua casa; ou valendo-se de armas pouco ortodoxas (uma caneta tipo marca-texto, por exemplo). É nesse aspecto que se concentra toda a diversão do filme. E no final, surpreendente. Mas, para se chegar até ele, é preciso atravessar todo o romance entre a moça e os rapazes. Sentimentalóide e dispensável (tem quem goste). Nada de espetacular, portanto. Um blockbuster inofensivo, para o consumo. Pode parecer pouco mas, em certas temporadas, é até muito. [Comente esta Nota]
>>> Bandits
 
>>> DIGA O SEU NOME E A CIDADE DE ONDE ESTÁ FALANDO
Suzana Alves, de São Paulo: “Se você procurar buscar aprender sobre isso, com certeza vai conseguir.”
 
Julio Daio Borges
Editor
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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
21/12/2001
14h05min
Prezado Editor, muitos comentaristas tiveram dificuldade em classificar este filme como um policial, em face de outros fortes ingredientes que se sobressaem em sua composição, em especial o da comédia. Fui vê-lo, entre intrigado e curioso. Achei o filme muito bem feito, cheio de humor refinado, além de conter pinceladas de crítica política e social. Exemplo disso foi a fala de Bruce Willis chamando de roubo o que é subtraído da sociedade pelo Governo sob a rubrica de impostos. Coisas de cinema não-subvencionado...
[Leia outros Comentários de Toni]
21/12/2001
15h28min
Quase no fim do filme, houve um defeito qualquer. Aproveitei para uma escapadela ao banheiro, e comprei uma pipoca. Quando voltei para a sala, o filme havia acabado. E não é que não senti falta de nada?
[Leia outros Comentários de Alexandre R. Silva]
7/1/2002
10h54min
Sem perder a banca de lorde inglês, 1 peso = 1 dólar, a Argentina só podia mesmo ter ido para "De la Rua da Amargura".
[Leia outros Comentários de Félix Maier]

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