Sexta-feira,
20/6/2008
Digestivo nº 369
Julio
Daio Borges
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A VIDA SECRETA DOS NÚMEROS, DE GEORGE G. SZPIRO
George G. Szpiro, em A vida secreta dos números, observa que não reparamos quando as pessoas se mostram ignorantes em relação a Matemática ou Física. Observa, ainda, que é socialmente bonito citar um poema de cor, ou uma letra de música, mas, não, uma fórmula ou mesmo provar um teorema. Partindo de observações simples assim, ele manteve durante três anos, no diário suíço Neue Zücher Zeitung, uma coluna dominical sobre números, Matemática e cientistas — que, agora, chega até nós em forma de livro, pela Difel. Apesar de irregular — como toda coluna de jornal — há, no volume, histórias fantásticas de matemáticos como Daniel Bernoulli (e sua genial família), John von Neumann (um dos pais da ciência da computação) e Henri Poincaré (sem o qual, simplesmente, não haveria Teoria da Relatividade de Einstein). A coletânea se divide em seis partes e as mais interessantes são, conseqüentemente, "Curiosidades Históricas" e "Personalidades". Já o grau de dificuldade (e de abstração) avança de "Problemas Solucionados" a "Temas Concretos e Abstratos", a "Conjecturas não Provadas". No Brasil temos best-sellers de divulgação científica nos nossos periódicos — como Marcelo Gleiser, cujo passe foi recentemente comprado pela Record —, mas temos poucos matemáticos, strictu sensu, nas nossas gazetas. A experiência positiva de George G. Szpiro, também matemático de formação (depois jornalista), mostra que deveríamos experimentar mais. Com o avanço da tecnologia, a importância da ciência só cresce, e dos números, também.
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A vida secreta dos números |
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CONEXÃO BITES
Num cenário em que os veículos tradicionais não se comunicam mais com a audiência em toda a sua diversidade, as empresas, os anunciantes, precisam apostar em nova estratégias para levar sua mensagem ao público. Pensando nisso, o núcleo da revista Bites realizou, há pouco mais de quinze dias, o evento Conexão Bites, reunindo, justamente, empresas e representantes das chamadas novas mídias. Com nomes desde Caio Túlio Costa, hoje presidente do iG, até Bruno Fiorentini, COO do Yahoo na Austrália, a discussão, nos mais importantes painéis, teve como vedetes as chamadas mídias sociais, na esteira da Web 2.0. Aloisio Sotero, da BPO da Dufry, por exemplo, mostrou como o Ning — a rede social do momento — tem feito muito pelos usuários do Duty Free; enquanto Kaíke Nanne, diretor da Editora Abril, exemplificou como um grupo tradicional de mídia está fazendo uso da força colaborativa da internet para incrementar o conteúdo de suas publicações. Com o apoio da ferramenta BlogBlogs e da agência Blog Content — que tem, justamente, trabalhado para aproximar marcas e consumidores on-line, via blogs e demais mídias sociais — o Conexão Bites também concluiu, de certa forma, que, do mesmo jeito que existe interesse por parte dos grandes anunciantes, existe, ainda, um caminho a ser percorrido até que a publicidade consolide a fragmentação da nova mídia, permitindo que os novíssimos veículos se firmem e o mercado todo ganhe com essa profissionalização. Felizmente, Manoel Fernandes, publisher da revista Bites, é um entusiasta deste momento efervescente da comunicação, e promete nova iniciativas, como o Conexão Bites, em 2008.
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Conexão Bites |
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SEXTETO DA FILARMÔNICA DE BERLIM, NO TEATRO ALFA
Há aproximadamente um mês o Berlin Philharmonic Sextet conquistou a platéia do Teatro Alfa, em São Paulo, com sua graça, sua versatilidade e sua eficiência, pela Temporada 2008 do Mozarteum Brasileiro. Depois de abrir com o Capriccio op. 85, de Richard Strauss, que passa de uma suavidade para uma profundidade, para uma polifonia cheia de esperança, o Sexteto encontrou, logo, o ponto alto do programa, com Johannes Brahms. O Sexteto nš 2, em sol maior, op. 36, além do segundo movimento conhecido ("Scherzo: Allegro non troppo", lembrando o Quinteto para Clarineta), concentra, como nas grandes peças, o brilho do compositor. Partindo de um "Allegro non troppo" com laivos de Beethoven (a exemplo da Primeira Sinfonia, de Brahms) — com muitos zumbidos, fugas e vôos —, o consagrado segundo movimento fez a ponte para um terceiro ("Poco Adagio") meditativo, com dedilhados chamativos ao piano, mas também tempestuoso, com um desfecho em uníssono, concluindo com um quarto ("Poco Allegro") acelerado, ondulado, consoante, encerrando a obra com um final de muita conciliação. Já o Sexteto op. 70, Souvenir de Florença, de Piotr Ilich Tchaikovski, tirou a platéia da tranqüilidade, com tintas fortes logo no primeiro movimento, rico em sons estridentes, passando à grandiloqüência no segundo, em dedilhados valseados, caminhando grave, contraditório no início do terceiro, misturando lirismo com força, coroando excelência, para acabar com um quarto movimento dançante, num crescendo, para morrer em fúria. A aparente leveza de gestos e simpatia inicial do Sexteto da Filarmônica de Berlim não indicava a montanha-russa de sentimentos que estava por vir. Que a Temporada 2008 continue surpreendente assim.
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Berlin Philharmonic Sextet |
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Julio Daio Borges
Editor |
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