Quarta-feira,
17/8/2005
Uma viagem pelos meus discos
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 240 >>>
Você não conhece o Guilherme Werneck. Você de repente, por um link, descobre seu podcast, o Discofonia. A princípio, o site parece um blog (em termos de webdesign os podcasts não diferem mesmo muito dos blogs). Você pensa: “Ah, então, é isso? Um blog???” Aí você lê um pouco e você clica (no título, por exemplo) e – só assim – a experiência começa. Abre uma janela do Windows Media Player (ou de outro tocador de MP3 que você tenha no seu computador). Uma música toca. Em seguida, é provavelmente o Guilherme falando. Ele te cumprimenta e você mecanicamente responde. “Bem-vindo ao Discofonia número tal...”, o Guilherme diz. Você escuta desconfiado. A hora passa e você se pergunta no final: “O que é isso afinal? É um programa de rádio?”. É um podcast; mas você encontra seus amigos e não vai conseguir lhes explicar. Podcast tem de escutar. Próximo passo: ouvir todos os Discofonias pra trás e investigar a vida do Guilherme Werneck (“Quem é esse cara? Por que ele faz esse negócio? A troco de banana?”). Você, a seguir, descobre que não importa muito saber quem é o Guilherme Werneck e, sim, apreciar, a cada programa (ou a cada edição), a qualidade do que ele faz. Muuuito melhor do que a vasta maioria dos programas de rádio – pelo simples fato de que, descontando alguns gatos pingados, programas de rádio não se fazem mais. Um dia, o Guilherme pode acordar e homenagear o Dom Um Romão, que morreu agora; num outro, pode dedicar um Discofonia inteiro ao baixista William Parker, que ele adora; e em outro ainda, ele pode explorar o pop-rock argentino, que ninguém explora – vai dizer, isso não é melhor do que rádio comercial? Se você acha que não é, é porque você é – além de ruim da cabeça e doente do pé – surdo do ouvido, me desculpe. Clique pra escutar; você não vai acreditar.
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Julio Daio Borges
Editor |
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