Quarta-feira,
11/1/2006
Artes em 2005
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 261 >>>
O cinema não fez muito bonito em 2005. Praticamente entregue aos blockbusters, que não atraem mais ninguém, e com o DVD acossado pela pirataria, a sétima arte foi definhando e clamando urgentemente por uma redefinição (pela qual, por exemplo, passa agora a música pós-grandes gravadoras). Arrasando quarteirão: Spielberg em Guerra dos Mundos; Scorsese com seu Aviador; e Breno Silveira, no Brasil, com 2 Filhos de Francisco. Diretores no fio da navalha: Woody Allen com Melinda e Melinda; Clint Eastwood com Menina de Ouro; Andrucha Waddington com Casa de Areia. Zebras memoráveis: Closer (que virou referência para a nova moral) e Meu tio matou um cara (com Deborah Secco e Lázaro Ramos, dominando a cena ou as cenas o ano todo). No teatro, as ambições andam mais comedidas e, por isso, os palcos nos pareceram muito mais interessantes em 2005. Por ordem inversa de pretensão (e de público): Os Sete Afluentes do Rio Ota (onisciente, onipresente e onipotente Maria Luisa Mendonça); Adivinhe quem vem para rezar (Paulo-sempre-Autran); Sonho de um homem ridículo (Celso pré-pós-tudo-bossa-band Frateschi); Prego na testa (aterrorizado e aterrorizante Possolo); Bixiga, uma Bela Vista (o Ágora e o milagre das multiplicação dos pães). As artes, mesmo, tiveram, pelo menos, dois grandes momentos em matéria de exposição: Henry Moore (o Rodin do Século XX, segundo LEM) e Chico Buarque: o tempo e o artista, em São Paulo, no Sesc Pinheiros. Artistas que podemos considerar plásticos lançaram álbuns pela editora Conrad (que está revolucionando os quadrinhos no Brasil): entre tantos, Osamu Tezuka, Marcatti e Allan Sieber. Afora isso, Daniela Castilho foi convidada para a Bienal de Florença; a Kaboom! trouxe mais textos do que imagens; e até o Casseta&Planeta mereceu um especial. 2005 brindou, como pôde, os cinco (seis? Jung???) sentidos; que venha 2006.
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Julio Daio Borges
Editor |
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