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Quarta-feira, 8/2/2006
Gruta

Julio Daio Borges




Digestivo nº 265 >>> Juarez Maciel era todo sorrisos, há dois finais de semana, em São Francisco Xavier, no espaço Photozofia. Apesar de militar na seara da música instrumental (no Brasil, quase uma contradição em termos), viu a platéia quase cantar suas peças em uníssono, num bis que teve de conceder pois, de todos os lados, os pedidos vinham. Entre as suas preferidas, e as do público, estava “Café Cuba” (do disco recente, Objeto Sonoro) – que, não sei bem por quê, sugere um “Passo do Elefantinho” sofisticadíssimo, mesmo que Juarez, quando evoque suas inspirações, pense logo em realizações mais elevadas como as de Keith Jarrett, Erik Satie e outros “pianos” assim... Ainda que entre la crème de la crème, de SFX e do Photozofia, é uma felicidade comprovar que, de repente por um milagre, a música instumental brasileira de qualidade cala fundo nos corações dos... dos brasileiros, ora pois! Acompanhado de Bruno Pimenta (flautas) e Demósthenes Júnior (cello), Juarez Maciel suou a camisa literalmente, enquanto sussurros, na platéia, proferiam elogios entre uma parada e outra – embora a grande maioria ali nunca tivesse ouvido “aquilo”... E a empolgação foi tanta que um pequeno grupo, de São Paulo, inclusive foi conferir a apresentação seguinte, de Juarez e do grupo Muda – em formato sexteto –, na segunda-feira subseqüente, no Sesc Paulista. Os uivos e a ovação se repetiram, conta quem foi. Ambos merecidíssimos... Juarez prepara, agora, um novo álbum instrumental (Quem sabe “Café Cuba” não renda, como ele sugeriu, filhos ou filhas?). E, ainda por cima, nova incursão nas “canções com letras” – em parcerias auspiciosas, que secretamente circulam, impressionando figuras como Arnaldo Antunes. Juarez, que é muito modesto, não está escondendo o ouro – está é colhendo, mineiramente, os frutos.
>>> Juarez Maciel | Photozofia
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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