Segunda-feira,
10/4/2006
A lei e o mando
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 274 >>>
Luiz Felipe D’Avila ainda é muito conhecido como o fundador da editora que leva seu nome, e que lançou duas revistas importantes no final dos anos 90, Bravo! e República. A primeira caminha para seu nono ano, sob a gestão agora da editora Abril – onde Luiz Felipe D’Avila é diretor do segmento Jovem&Cultura –, e a segunda foi, inicialmente, adquirida pelos irmãos Mendonça de Barros, mudou de nome para Primeira Leitura e, desde o ano passado, é 100% capitaneada por Reinaldo Azevedo e Rui Nogueira. Reza a lenda que Luiz Felipe D’Avila tinha, na verdade, ambições políticas e as publicações seriam, portanto, uma forma de inseri-lo no cenário nacional, como jornalista. Jornalistas às vezes viram políticos. Vide – para não falar, de novo, de Carlos Lacerda etc. –, mais recentemente, Antônio Britto e Hélio Costa. Logo, um curso de Luiz Felipe D’Avila, na Casa do Saber – onde é um dos sócios –, não poderia deixar de despertar interesse, ainda mais sobre um tema que lhe é tão caro – a política. Desde o final de março, D’Avila discorre sobre o que chama de “Virtuosos” (título de seu último livro, pela editora Girafa), os homens que lançaram as bases para que o Brasil efetivamente se tornasse uma república. O momento histórico, da virada do século XIX para o XX, é rico e D’Avila intercala suas falas com trechos do respectivo livro, que tem ritmo de romance policial, algumas opiniões e muitos fatos. Luiz Felipe é bastante articulado, com bom domínio sobre o assunto, mas não resiste em abordar o atual momento político, com foco na sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. Sua teoria sobre a virtude é um pouco questionável, mas é instigante pensar que Geraldo Alckmin pode, de repente, ser o modelo de “virtuoso” hoje... Muitas emoções nos aguardam, porque o curso ainda não terminou; e porque a campanha, para as eleições, ainda mal começou.
>>> Os Virtuosos - Luiz Felipe D’Avila - Casa do Saber
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Julio Daio Borges
Editor |
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