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Sexta-feira, 14/4/2006
O Bêbado e o Equilibrista

Julio Daio Borges




Digestivo nº 274 >>> É praticamente impossível ouvir, mesmo hoje, o Falso Brilhante, de Elis Regina, sem se questionar como aquilo aconteceu. Um momento cósmico, com todas as implicações esotéricas embutidas. (Ative, por um instante, please, o botão Suspension of Disbelief...) Elis tinha menos de trinta anos; a idade de Maria Rita. E tinha, além de todas as outras coisas – dela e das pessoas com ela –, uma dupla promissora de compositores: João Bosco e Aldir Blanc. Bosco – fast forward agora –, embora continue um bom músico, é constantemente associado ao seu jeito bem característico de cantar repetindo os fonemas. E, ultimamente, de importante, tem lançado o filho, igualmente compositor. Já Blanc parece que não escolheu o bright side of life. (Sem ofensa aqui.) Inclusive rompeu com João Bosco. Teve um disco, cheio de homenagens ilustres, por conta de seus 50 anos – e, de certa forma, vem sendo redescoberto e regravado. A exemplo, talvez, de Guinga (que se asilou na profissão de dentista – antes do advento da gravadora Velas, uma pré-Biscoito Fino, que, segundo consta, tinha, entre outras missões, ressuscitar seu violão.) Se João Bosco não saiu de circulação e manteve o sorriso altivo, Aldir Blanc aparentemente encarou o lado sombrio da existência (repetindo...). E se Bosco e Blanc, por suas trajetórias, pareciam irreconciliáveis, um dos grandes acontecimentos da MPB, desde o ano passado, é o CD Vida Noturna, de Aldir Blanc, pela Lua Music, onde toca João Bosco. E Guinga. E Hélio Delmiro (a guitarra jazzy de Elis&Tom). Entre outros. Não é easy listening, como adverte Heloísa Seixas no encarte. "É puro Aldir Blanc, sem gelo." O que faria Elis Regina com um repertório assim? Cabe a Mauro Dias mostrar à filha. Ou o Zuza. Ou o Nelsinho...
>>> Vida Noturna - Aldir Blanc - Lua Music
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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