Segunda-feira,
3/7/2006
O Quarteto Fantástico
Julio
Daio Borges
Reuters no UOL
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Digestivo nº 286 >>>
Como em 1998, todo mundo ficou sem entender. Mas diferente do que aconteceu em 1998, ninguém é mais tão ingênuo a ponto de acreditar que alguém (ou todos) tenha(m) simplesmente "amarelado" em campo por questões psicológicas. Repetindo o provérbio: o que acontece uma única vez pode nunca mais acontecer; mas o que acontece uma segunda, certamente, irá acontecer uma terceira. Até agora — ao contrário de 1998 —, poucas suspeitas foram levantadas em relação aos patrocinadores ou a um suposto esquema da organização para garantir que a Copa ficasse na Europa. Juca Kfouri — um dos últimos jornalistas corajosos — já havia alertado antes do circo se armar: "O Brasil não vai ganhar; vai haver manipulação". Mas é provável que nem ele imaginava que, para isso, a seleção brasileira (e seu técnico) fosse(m) entregar o jogo. E Pelé, antes da partida, havia "cantado" a derrota — para ser execrado (quando, na verdade, tinha razão). Como disse alguém sobre a Argentina (neste momento, são tantos falando), não era um time preparado para enfrentar grandes seleções, com tradição — avançou enquanto pôde, enquanto havia adversários sem traço de favoritismo; quando encarou um grupo com alguma consistência, ficou naturalmente pelo caminho. E como disse mais alguém (impossível lembrar quem foi), morreu, no Brasil, qualquer espírito de coletividade — prevaleceu o interesse individual, como se, num fashion week futebolístico, cada um apenas comparecesse para desfilar por sua marca... A melhor coisa desta derrota, afinal, é que caiu definitivamente a máscara de Parreira (um tetracampeão medíocre) e de jogadores como os Ronaldos, que nunca mereceram nem metade dos recordes e dos elogios. Quando falta um sentimento básico como o do amor à camisa, não há talento ou técnica que resolva.
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Julio Daio Borges
Editor |
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