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Sexta-feira, 21/7/2006
Broadcast Yourself

Julio Daio Borges




Digestivo nº 288 >>> A grande vedete desta Copa não foi, claro, nenhum jogador. E, também, nenhuma seleção. Foi o YouTube, site que chegou a um formato definitivo para a distribuição de vídeos pela internet. Por que na Copa? Porque, logo depois dos jogos, era possível assistir aos gols, aos melhores e aos piores momentos. Todos os dias, dezenas de milhares de pessoas ao redor do mundo despejam seus vídeos no YouTube.com. O site cresceu exponencialmente, como nenhum outro em seu segmento, porque apostou no homem comum – como os blogs. E durante a Copa, não foi diferente. Apesar da proibição da Fifa (ou até por causa dela). Nos EUA, os estúdios de cinema já se preocupam pois, com a banda larga, vem aí um compartilhamento de vídeos em profusão – como foi com as faixas de música, que quase quebrou a indústria. O iTunes, que aparentemente “salvou” as gravadoras, já comercializa vídeos desde o ano passado; e existe a suspeita de que Steve Jobs esteja preparando, na Apple, um iPod Video (mas só vídeo, retangular, na horizontal, e portátil, claro). Nem assim Hollywood estaria protegida. Textos, faixas e, agora, vídeos – o que mais falta para quebrar, de vez, o mainstream? Desde que a mídia perdeu terreno para a Web, desde o século passado portanto, existe uma conversa de que “está tudo sob controle” e de que o establishment vai dar a volta por cima. Não vai mais. E nem vai dar cabo do YouTube. Porque, a exemplo do que aconteceu com o Napster, há mais de dez anos, outros concorrentes do serviço já estão aí à espreita. Inclusive ameaçando pagar para que os internautas os popularizem. Portais que fecharam seus conteúdos, como a AOL, estão abrindo de novo; gravadoras, que demonizaram a pirataria, agora endeusam o download de canções via iTunes; do mesmo jeito, estúdios e canais de televisão, produtoras e afins, vão ter de encontrar um meio termo – para sobreviver. Internet: na impossibilidade de vencê-la, é melhor juntar-se a ela. E logo.
>>> YouTube
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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