Quarta-feira,
23/8/2006
Fogo muy amigo
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 293 >>>
Diogo Salles é mais um autor que, depois de fazer carreira na internet, sai em livro. Mais um escritor? Não, na verdade, cartunista, chargista e, agora, autor de livro. Além de trabalhos pela Web em matéria de design, fora criação de personagens para campanhas variadas, as charges de Diogo Salles já circulavam havia algum tempo em publicações e sites especializados. Ao contrário de suas inspirações em matéria de traço, Diogo formou seu estilo e deixou sua assinatura não apenas no papel, mas em pixels, dominando o processo técnico todo, desde os primórdios, com fundo branco e tinta, até a colorização via computador. Para o livro, Diogo Salles quis ir além da charge, e da caricatura que tanto praticou em eventos, quis ser, efetivamente, autor. Trancou-se durante seis meses em casa e correu contra o tempo para pegar justo este momento: depois da Copa do Mundo e no início da campanha para as eleições de 2006. Por quê? Porque Diogo reuniu todo o seu background de anos de críticas bem-humoradas ao governo Lula para representar, em quadrinhos, a saga de “mensaleiros”, sanguessugas e da corrupção na era PT. Diogo afirma que, em CorruPTos, mas quem não é?, seu álbum de aproximadamente 50 páginas, sobra não apenas para o Partido dos Trabalhadores, seus dirigentes e seus quadros, mas também para o PSDB e para a era FHC. Seis meses pode parecer muito para 50 páginas, mas não é, não – porque Diogo não partiu para a HQ convencional: misturou as duas artes e deu, ao desenho quadro a quadro, um acabamento de charge. Em matéria de texto, a discussão não é acadêmica e Diogo Salles não tem nenhuma “tese” a respeito. Seu trunfo é reunir, em livro, uma retrospectiva, até didática, dos piores momentos desde os arroubos de Bob Jeff (ou bem antes). O lançamento é nesta sexta, dia 25, na Livraria da Vila e Diogo espera, sinceramente, que os resultados, de 3 de outubro e 15 de novembro, não rendam, daqui a quatro anos, uma “continuação”...
>>> CorruPTos, mas quem não é? - Diogo Salles
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Julio Daio Borges
Editor |
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