Sexta-feira,
25/8/2006
Hasta la vista, baby
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 293 >>>
Cansado de receber tortas na cara, e vaias, em eventos e convenções internacionais, Bill Gates está se preparando para sua aposentadoria, em 2008, da Microsoft. Depois de massacrar a Netscape, na virada do século, na guerra dos browsers, Bill preferiu deixar a internet, cada vez mais dominada pelo Google, nas mãos de seu fiel escudeiro, Steve Ballmer, e ir atrás da cura da Aids. Quando o conceito de software como produto virou poeira de estrelas, ficou mais fácil salvar a África da Síndrome da Imuno-Deficiência Adquirida do que livrar a WWW dos anúncios do Google. Brincadeiras à parte, encerra-se uma era de 30 anos de William Gates III, em que ele quis matar o dragão da IBM – seu antigo empregador – e conseguiu. Agora, ironicamente, sai deixando em seu lugar também Ray Ozzie, o pai do Lotus Notes, que, originalmente dentro de uma empresa de software adquirida pela IBM, levou o mensageiro corporativo ao mainstream, justamente, graças à Big Blue... Gates, demonizado por dez entre dez combatentes do imperialismo ianque, sai elegantemente depois de ter feito as pazes com todos os seus antagonistas, ou os supostamente considerados assim, como Steve Jobs, da Apple – que, já há alguns anos, permitiu que o pacote Office rodasse no sistema operacional do Macintosh e seus descendentes (o que só popularizou as máquinas da fabricante do iPod...). Bill Gates não abandona, pelo menos por enquanto, o título de Homem mais Rico do Mundo – e acumula, na verdade, outro, o de dirigente da Fundação mais Rica do Mundo, junto com sua esposa Melinda, por obra e graça da doação bilionária de seu outro amigo, um dos investidores mais poderosos do globo, Warren Buffett. Nem vale a pena discutir aqui os números. Apesar dos recordes, Bill Gates encerra esse ato com uma postura admirável: sair enquanto é tempo. Um exemplo que as múmias paralíticas do Brasil deveriam seguir...
>>> A hora certa de parar
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Julio Daio Borges
Editor |
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