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Quarta-feira, 13/9/2006
Action culturelle

Julio Daio Borges




Digestivo nº 296 >>> Todo ano tem o seu megaevento cultural. Desde o Rodin que provocou filas no quarteirão da Pinacoteca do Estado até Guerreiros de Xi’an que foi o canto de cisne de Edemar Cid Ferreira, grande parte dos paulistanos parece que ainda precisa de um estouro de bilheteria para sair de casa uma vez por ano. Em 2006, é a vez do Cirque du Soleil. Outdoors do Bradesco com os principais personagens do espetáculo ornam a cidade inteira – e se é verdade que o patrocinador obteve lucro recorde no último exercício, será que precisava de Lei Rouanet? Se o Bradesco não patrocinou enfiando a mão no próprio bolso, mas pagando grande parte com dinheiro do Governo, e os ingressos continuam caros, alguma confusão contábil deve haver. E com ingressos caros assim, como é possível que esteja tudo “sold out” antes mesmo de a temporada começar? Os marqueteiros dos eventos culturais na metrópole têm necessidade de criar (e de alimentar) mistérios desse porte... O Circo é um circo mesmo, mais estilizado, sem os animais na jaula e sem as aberrações de outrora, como o anão e a mulher barbada. Em princípio, para efeito de show, cada modalidade é levada ao seu extremo. Então os trapezistas se arriscam muito mais que o necessário, as demonstrações de força e de equilíbrio beiram os limites do iron man, e a habilidade com as mãos, aliada à velocidade dos movimentos, tem de impressionar o público dos efeitos especiais do cinema. Aliás, nesse ponto, o palhaço é ilustrativo, combinando mímica e sons de videogame. A história do entretenimento começa no circo, no pão-e-circo – e nas olimpíadas. No presente, com tanta concorrência da tecnologia, não é fácil reinventar o circo. É preciso matar mais de um leão por dia. Logo, o Cirque du Soleil, apesar de toda a pirotecnia via marketing, talvez mereça o sincero aplauso do respeitável público...
>>> Cirque du Soleil
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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