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Quarta-feira, 18/4/2007
Fênix

Julio Daio Borges




Digestivo nº 325 >>> Pedro Mariano, no auge de sua carreira ao lado do pai (na época do CD Piano & Voz, ainda pela Trama), declarou sua admiração por Jorge Vercilo, que, segundo ele, vinha de uma carreira de mais de dez anos e estava então estourando. Descontando um exagero ou outro (a carreira, por exemplo, era de menos de dez anos), a aposta estava correta, num cenário em que estreava, justamente, “Maria Rita”, e a MPB vivia um vácuo também sem Marcos Sacramento. Vercilo foi criticado pela Veja como “cover” de Djavan, mas o próprio Djavan, via participação em faixa bônus, não se incomodou e até incentivou. Muitos hits, muitas telenovelas e minisséries depois, Vercilo chega a São Paulo, para lançamento do seu CD (e DVD) Ao Vivo, no Tom Brasil Nações Unidas, tendo batido Pedro Mariano, que hoje desponta para o anonimato, e tendo emplacado uma composição, em parceria com Ana Carolina (refeita dos ataques de Dori Caymmi), no elogiado CD Pirata, de Maria Bethânia. Tudo bem, difícil soar mal na boca de Bethânia no auge da maturidade, mas difícil, igualmente, negar que Vercilo vem se esforçando para fugir da antiga pecha de “genérico”, muito embora a beatlemania das fãs lhe permita atualmente mandar uma banana para o cânone musical do Brasil (leia-se: legado da MPB). Entre sério (momento “Luz do Sol”, de Caetano Veloso) e festeiro (“Que nem maré”, “Monalisa” e a nova “Vela de acender, vela de navegar”), Vercilo está ensaiado com uma banda afinadíssima e pode até escolher: quer continuar sendo um artista popular ou quer amadurecer numa outra vertente? Depois do fogo-fátuo de Chico César e Daniela Mercury nos anos 90, a batida MPB encontra uma nova chance de ressurreição, talvez a última, antes da aposentadoria dos Pais Fundadores. Vercilo caminha nessa direção?
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>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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