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Segunda-feira, 30/7/2007
Whitesnake, 1987

Julio Daio Borges




Digestivo nº 338 >>> David Coverdale e seu Whitesnake pareceram, várias vezes, à beira da aposentadoria, na última década ou mais. Quando o grupo brasileiro Sepultura ainda existia – ou era mais ativo do que hoje na cena roqueira –, chegaram a excursionar com o “David Coverdale’s Whitesnake” e já, nos anos 90, sentiram pena do lendário ex-vocalista do Deep Purple. Em disco, porém, o Whitesnake ressurgiu das cinzas, neste ano, com a edição de duas décadas de seu álbum de 1987. Era o auge de Coverdale e suas melenas loiras, tempo do populismo do “rock de arena”, quando reinavam soberanas as majors e o Whitesnake então flertava seriamente com o pop, emplacando nas FMs, com um hit que, reza a lenda, seria gravado por Tina Turner: “Is this love”. Coverdale, fazendo charme, declararia à velha Bizz, anos depois, que não pôde ceder a canção à intérprete da série Mad Max, pois ela havia se tornado “muito, muito pessoal”. Exageros dos anos 80 à parte, Whitesnake (1987) também estourou com a trilha sonora para comerciais de cigarro Hollywood, “Give me all you love tonight”, e ainda permaneceria nas paradas da década seguinte com uma versão atualizada de “Here I go again”. Não à toa, as faixas extras da edição de 2007 são justamente dessas canções, ao vivo, mais “Still of the night”. Instrumentalmente, temos os melhores momentos de John Sykes, que, junto com outros poucos guitarristas, definiu os caminhos para seu instrumento no chamado “hard rock” dos 1990. Coverdale, depois de uma obra-prima no gênero ao lado de Steve Vai, se perderia para sempre entre tinturas para o cabelo e plásticas no rosto, mas, no final da década de 80, ainda podia aconselhar: “Não se deixem levar pelos medos dos outros. E nunca temam nada. Nunca”.
>>> Whitesnake
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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