Segunda-feira,
12/11/2007
Orquestra Sinfônica da Galícia com Josep Colom
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 348 >>>
Desde a União Ibérica (1580-1640) provavelmente que os brasileiros não tinham tanto contato com a Espanha, os espanhóis, suas empresas e instituições. Mas se antes foi à força, hoje o relacionamento é consentido e ninguém questiona que, até agora, a “invasão espanhola” tenha sido para melhor. Desde a Telefônica que tirou a telefonia paulista do atraso histórico (apesar da briga pelas tarifas e apesar das trapalhadas do Speedy) até recentemente a aquisição do Banco ABN Amro Real pelo Santander (compondo, para o bem e para o mal, a terceira maior instituição bancária do País), a influência da Espanha se torna incontrastável no Brasil, também nas artes. Culturalmente, basta pensar no fôlego de uma editora Alfaguara e na pujante programação do Instituto Cervantes, na capital paulista. Talvez pensando em tudo isso, o Mozarteum Brasileiro incluiu, em sua Temporada 2007, a Orquestra Sinfônica da Galícia, num dos últimos concertos deste ano, no mês de outubro. E talvez para demonstrar a mesma consistência das ações dos espanhóis em tantas áreas de nosso País, a Orquestra fechou a noite com um tour de force, a Quarta Sinfonia de Brahms (sendo que o próprio compositor só concluiu sua Primeira depois dos quarenta anos). Mas o melhor do programa foram as peças de Manuel de Falla (autor ainda por se conhecer aqui): o “interlúdio” e a “dança” da obra La Vida Breve e as “impressões sinfônicas para piano e orquestra”, as Noches en los Jardines de España (onde Josep Colom brilhou no seu instrumento). A abertura dos trabalhos teve, ainda, Andrés Gaos, em sua Impresión Nocturna. E se o Instituto Cervantes resgatou, em 2007, a secular arte do violão ibérico (e de seus antecessores), o Mozarteum complementou com o universo erudito orquestral. Esperamos que, em 2008, a presença espanhola continue tanto economica quanto artisticamente interessante para nós.
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Julio Daio Borges
Editor |
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