Quarta-feira,
7/3/2001
Sou funk da periferia
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 22 >>>
Como não poderia deixar de ser, o verão trouxe mais uma onda (que passa junto com o carnaval). Desta vez, o Funk Carioca - que os grandes grupos insistem em elevar à categoria de fenômeno. Em comum com as manifestações musicais mais recentes, o ritmo tem também sua coleção de danças, de expressões e de vocábulos chulos. Como novidade, atrela um certo apelo racial e as raízes que remontam à favela. Os criadores, para variar, não são reconhecidos, e nem tem seus ganhos contabilizados proporcionalmente. Como de costume, o grosso dos rendimentos é desviado para o bolso de empresários, animadores e conjuntos que rapidamente trocam de bandeira. A juventude, transbordando de energia eternamente, se deixa embalar pelos movimentos, pelos dizeres e pela indumentária dos funkeiros. Faz parte. O que não dá para entender é essa raça de intelequituais ditos letrados que agora se esforça para, de repente, desaprender o português.
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Julio Daio Borges
Editor |
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