Quarta-feira,
14/3/2001
Teledramaturgia ao vivo
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 23 >>>
Patrícia Melo, a escritora superstar, estreou, em São Paulo, sua peça. Duas Mulheres e Um Cadáver, com Déborah Bloch e Fernanda Torres, pretende explorar o buraco-negro de admiração, competição e inveja, que pode existir entre duas mulheres. As questões centrais terminam, porém, sugeridas, visto que o espectador-médio atem-se apenas ao humorismo-pastelão e ao surrealismo de quem mata e morre sem remorso. Há que se perdoar as protagonistas, acostumadas à berraria e aos espasmos interpretativos da televisão. Hoje em dia, como qualquer um pode ver, predomina aquele teatro que é filho da tevê. Entretenimento, diversão e passatempo estão acima de qualquer reflexão ou crítica. A platéia não deve ser incomodada com temas fundamentais como vida, morte, amor, ódio, verdade, mentira. A platéia dever ser adulada e distraída durante algumas horas. E a platéia deve esquecer tudo o que viu e ouviu até a semana seguinte. Afinal de contas, para que serve o teatro? Não é pra gente ver os artistas e as artistas das novelas da TV?
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Julio Daio Borges
Editor |
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