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Quarta-feira, 29/10/2008
Viva la Vida by Coldplay

Julio Daio Borges




Digestivo nº 387 >>> Chris Martin deveria parar de brigar em praça pública porque continua fazendo boa música e porque poderia correr o risco de espantar alguns fãs. Viva la Vida (um título inspirado em Frida Kahlo) ou, mais pretensamente, Death and all his Friends, foi lançado no final do primeiro semestre deste ano e logo se tornou o álbum que mais vendeu downloads na história da internet. Óbvio que "vazou" inteiro dias antes de ser lançado oficialmente, mas a banda correu para liberá-lo, em forma de streaming, com horas de diferença, na sua página no MySpace. O Coldplay se tornou interessante, justamente, por tentar equilibrar mainstream com underground e, de certa forma, conseguir. Cheio de ambições de dominar o mundo, como na época das velhas majors, o conjunto quis se comparar ao U2, ganhando, neste quarto registro em estúdio, a produção do lendário Brian Eno, e até pendurando um quadro com a capa de The Joshua Tree — que completou 20 anos em 2007 —, durante as sessões de gravação. Diferente a ponto de convencer velhos fãs a comprar (ou baixar), mas não tão original a ponto de marcar toda uma época, Viva la Vida carrega referências culturais como a tela de Delacroix, também um desejo de ser "conceitual" com faixas como "Cemeteries of London", ainda "influências" orientais e latinas (dizem que começou a ser composto durante a última turnê que passou pelo Brasil...). Chris Martin e o Coldplay não têm, para a história da música pop, a importância que gostariam de ter, mas Viva la Vida merece ser ouvido, não desaponta, tem produção cuidadosa e é honesto até onde o mainstream pode ser.
>>> Viva la Vida
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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