Quarta-feira,
19/11/2008
Arthur Schopenhauer, por Oswaldo Giacóia Júnior
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 390 >>>
Nietzsche o chamava de "meu educador". Wittgenstein voltou a ele no século XX. Einstein estudou-o alegremente com seus amigos na "Academia Olympia". Freud construiu grande parte da teoria psicanalítica em cima de sua filosofia. Estamos falando de Arthur Schopenhauer, o autor de O Mundo como Vontade e Representação (1819). Oswaldo Giacóia Júnior, que ficou conhecido por promover embates entre filósofos na Casa do Saber, com alunos ilustres como Paulo Henrique Amorim, resolveu dedicar um curso inteiro ao filósofo de Frankfurt neste semestre. Schopenhauer revelou seus dotes intelectuais muito cedo, e seus mestres o encaminharam para o estudo da ciência, enquanto seu pai queria que ele o seguisse numa carreira no comércio. Schopenhauer teve de fazer uma escolha e optou, inicialmente, pelo business, mas seu pai veio a falecer e suas péssimas relações com a mãe, e com a irmã, empurraram-no para a filosofia. Tentou trabalhar com Goethe, mas nunca conseguiram se entender. Schopenhauer tentou lecionar, ainda, na Universidade de Berlim, mas estranhamente escolhia sempre o mesmo horário das aulas de Hegel, a grande estrela da época. Resultado: Schopenhauer jamais se reconciliou com a academia; e esta só foi absorvê-lo plenamente depois de morto. Misturando "o divino Platão", Kant (o pai de todos) e os Vedas, Schopenhauer foi o primeiro filósofo moderno a desconfiar da primazia da nossa razão — o que desembocou no inconsciente, na libido e no id de Freud e o que fez Nietzsche querer resgatar nosso lado dionisíaco, abandonado desde Sócrates. Schopenhauer concluiu que a vida oscilava entre o sofrimento e o tédio — e que, ao contrário do que pregam todas as religiões, estamos todos condenados. Nas aulas, o professor Giacóia vai mostrar como escapar da maldição do cachorro que eternamente corre atrás do próprio rabo.
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Julio Daio Borges
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