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Segunda-feira, 19/1/2009
Outsiders, de Howard S. Becker

Julio Daio Borges




Digestivo nº 399 >>> Entre os fora-da-lei e os "estabelecidos", surgiram os outsiders ou "desviantes". Preocupado em "descriminalizar" quem não seguia estritamente as regras — contestando-as, ou simplesmente protestando com um comportamento insubordinado —, Howard S. Becker publicou, em 1963, Outsiders. Mas não se trata de uma obra sociológica qualquer — embora às vezes surjam entediantes interpretações de dados (pretensamente "fazendo ciência") —, e tampouco Becker se revela um sociólogo inconveniente (daqueles televisivos, que, no Brasil, querem meter o bedelho em tudo)... Outsiders redime quem sempre se sentiu diferente do grupo, mas, igualmente, alerta para o risco iminente de "guetização" (para usar outra expressão do vocabulário sociológico). Consciente ou inconscientemente, os outsiders se incomodam com as leis socialmente acordadas e as burlam, às vezes exageradamente, outras vezes apenas para introduzir regras novas. Esse comportamento, contudo, desperta uma reação da própria sociedade que deseja punir os transgressores ou então pedagogicamente enquadrá-los. Não espanta que o livro tenha sido escrito nos anos 60, época de mudanças de comportamento, na qual, culturalmente falando, se todo mundo fosse preso, não sobraria muita gente para contar a história... Encarar o outsider como "não-criminoso" foi um grande passo e ele se deve a Becker. Agora, a "ideologização" do outsider e sua transformação em figura cool pode ser perigosa. A rebeldia é necessária para revitalizar a sociedade. Não confundir, porém, losers com outsiders...
>>> Outsiders
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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