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Quarta-feira, 28/3/2001
Deus ao mar o perigo e o abysmo e deu, mas nele é que espelhou o céu

Julio Daio Borges




Digestivo nº 25 >>> A língua portuguesa também teve o seu Shakespeare, o seu Homero, o seu Dante. Por mais que não alcance, hoje, o mesmo prestígio literário do inglês, do francês, do alemão, o português de Luís Vaz de Camões, o português d'Os Lusíadas, é uma das mais altas manifestações do espírito e do gênio humano. E Ruth Escobar soube fazer jus a esse legado, em sua montagem do épico, na nova sala de teatro da Estação Júlio Prestes. A começar pela absoluta fidelidade ao texto, citado literalmente, do início ao fim do espetáculo. Dividida em dois atos de uma hora cada, a peça se apóia em oito episódios principais: Fantasmagoria, A Partida, O Atlântico, África Negra, África Islâmica, Índia, A Ilha dos Amores e A Volta. Os figurinos e, mormente, a música e a movimentação cênica revelam extensa pesquisa de fontes ocidentais e orientais, nos séculos que fizeram a fama e a glória de Portugal. O elenco, numeroso porém bem orquestrado, e os cenários, vultuosos porém eficientes, emprestam grandiloquência e potência à encenação. Marat Descartes, com sua voz de trovão, ressuscita o maior poeta da civilização luso-brasileira, em todos os tempos.
>>> Sala Estação das Artes - Praça Júlio Prestes - Centro
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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