Quarta-feira,
5/8/2009
Milk, por Sean Penn e Gus Van Sant
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 427 >>>
Do mesmo jeito que tomamos os direitos humanos, hoje, como direitos adquiridos, tomamos os direitos de negros, mulheres e homossexuais, igualmente, como algo consolidado há muito, quando, na verdade, não era assim há pouco. Para quem duvida, basta assistir a Milk, o belo filme dirigido por Gus Van Sant e estrelado por Sean Penn, vencedor de dois Oscars, agora em DVD. O longa conta a história do ativista gay Harvey Milk, que abandonou uma carreira de executivo em Nova York para viver abertamente em São Francisco, conclamando mais pessoas a viverem dignamente sua opção sexual, garantindo direitos, ameaçados há poucas décadas, a homossexuais. Se Milk foi vitorioso em sua luta, e em seu exemplo para aqueles que conferem esperança a uma comunidade, teve um fim de vida trágico, sendo assassinado pelo colega de trabalho Dan White, então representante da direita cristã, que vitimou, ainda, o prefeito de São Francisco, George Moscone. A ideia de filmar a saga de Harvey Milk não é nova, remonta ao início dos anos 90, quando Oliver Stone quis produzir (e não dirigir) um roteiro seu escrito especialmente. Pensou-se em Robin Williams para o papel principal; também em Richard Gere e Daniel Day-Lewis. E mesmo com a confirmação de Van Sant e Penn, cogitou-se Matt Damon para o papel de Dan White, mas, por problemas de agenda, assumiu Josh Brolin (que talvez até funcione melhor, por ser mais low-profile). Sean Penn foi criticado, por suas simpatias a Cuba (que persegue os homossexuais), mas está brilhante em Milk, captando, como disse Richard David Boyle, "o sorriso e a humanidade" do personagem. João Moreira Salles estava coberto de razão, ao conceder, ao longa, um espaço de destaque na sua revista, a Piauí.
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Julio Daio Borges
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