busca | avançada
52329 visitas/dia
1,9 milhão/mês
Quarta-feira, 12/8/2009
Genealogia da Moral, de Nietzsche

Julio Daio Borges




Digestivo nº 428 >>> Para quem não sabia onde Nietzsche explica como a tradição judaicocristã trocou a oposição "bom versus ruim" pela "bom versus mau", Genealogia da Moral é o livro, e acaba de sair, em edição de bolso, pela Companhia das Letras. Genealogia..., que tem o subtítulo "uma polêmica", é, mesmo depois de um século, nitroglicerina pura. Se em O Anticristo, Nietzsche investe contra o cristianismo, matando Deus metaforicamente, em Genealogia da Moral, Nietzsche investe, mais especificamente, contra o judaísmo. Basicamente, o autor do Zaratustra acusa os judeus de invejarem os romanos e estabelecerem uma "cultura do ódio", invertendo a hierarquia dos tempos em que Roma dominava o mundo. "Os últimos serão os primeiros", por exemplo, vem daí... Para Nietzsche — um aristocrata confesso — os últimos serão, eternamente, os últimos, e devem permanecer assim... em último lugar. Ao forçar uma "inversão de valores", judeus e, na sequência, cristãos teriam jogado o mundo nas trevas, das quais nem o Iluminismo havia arrancado (quando Nietzsche escreveu). A Renascença poderia ter nos salvado, de acordo com o autor do Zaratustra, mas a aproximação com o mundo romano não perdurou... Napoleão, ele diz, seria um exemplar (incompreendido) da altivez, da força, da coragem, da beleza e da alegria do tempo em que Roma dominava o mundo. Se não tivéssemos optado pela baixeza, pela fraqueza, pela covardia, pela feiura e pela tristeza, ele afirma, estaríamos muito melhores agora... O fato é que as interpretações — no mínimo, radicais — de Hitler nos afastaram de Genealogia da Moral. O século XXI convida a retomá-lo, sob nova perspectiva...
>>> Genealogia da Moral
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

busca | avançada
52329 visitas/dia
1,9 milhão/mês