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Quarta-feira, 6/2/2013
O Twitter de Bill Gross

Julio Daio Borges




Digestivo nº 488 >>> Quando Steve Jobs morreu, no meio da chuva de homenagens, Bill Gross "postou" uma foto emblemática. Jobs, num encontro amistoso com seu arquirrival, Bill Gates, e, no meio deles, Mitch Kapor, fundador da Lotus. O encontro havia ocorrido no final da década passada, os três sorriam e demonstravam uma intimidade da qual o resto do mundo não participava. Já haviam se encontrado, claro, em outras situações. Por exemplo, no ínicio da era do computador pessoal (anos 80). Quando Jobs comandava a indústria com o primeiro Macintosh, Gates produzia uma parte do software e Kapor, a outra parte. Jobs, então um menino prodígio, ainda não havia sido expulso da Apple. Gates ainda não dominara o mundo, com a Microsoft (algo que só ocorreria na década posterior). E Kapoor não havia vendido a Lotus para a IBM. Era um outro mundo e, embora Jobs já despontasse, Gates e Kapoor estavam, praticamente, debutando. Na foto recente de Bill Gross, contudo, eram como velhos conhecidos se reencontrando, depois de um evento qualquer da indústria. Conversavam com a liberdade de ex-colegas de faculdade... Onde Gross conseguira aquela foto, tão íntima, tão pessoal, tão reveladora? São perguntas que nos fazemos, diante de conteúdos tão especiais que ele "posta". Bill Gross é da mesma geração de Jobs, Gates e Kapor. Já teve uma empresa vendida para a Lotus e, desde meados dos anos 90, é a cabeça por trás da incubadora Idealab, que trouxe à luz iniciativas como o Picasa, o Answers.com e o GoTo.com. Seu perfil fala em mais de 100 empresas fundadas em 30 anos. Apesar dessa atividade incessante, Gross ainda consegue tempo para soltar microposts regularmente. E participar de eventos, que, como um jornalista honorário, cobre em tempo real. A exemplo de Tim O'Reilly, da O'Reilly Media, esteve nos primórdios da computação pessoal, brilhou na era da internet e assiste, de camarote, à ascensão da era pós-PC. Como viu muita coisa, conheceu todo mundo, testemunhou o nascimento e morte de tantos empreendimentos, é um observador privilegiado, emite juízos sábios e despacha tweets iluminadores. Ao contrário dos feeds, e seus readers, que sobrecarregavam mesmo um usuário experimentado como Robert Scoble, o Twitter tem essa propriedade de mostrar um "recorte" das "postagens" num determinado instante. Claro, é possível voltar no tempo, mas os tweets nunca se acumulam, como as assinaturas dos feeds ― que produziam o efeito de uma caixa de e-mail irremediavelmente lotada... Não temos mais Steve Jobs. Bill Gates anda mais preocupado com os destinos da humanidade (será que ele tem vocação?). Enquanto Mitch Kapor não é exatamente o tuiteiro mais aplicado. Felizmente, Bill Gross é uma cérebro dessa mesma leva ― só que ao nosso alcance, e em plena atividade. Nem todos os homens de ação se adaptaram às ferramentas de publicação. Mas, quando isso ocorre, temos de acompanhar. Vida longa ao Twitter de Bill Gross.
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>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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