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Quarta-feira, 16/5/2001
A fotografia é a mentira verdadeira

Julio Daio Borges




Digestivo nº 32 >>> Dentro dos ciclos do V Mês Internacional da Fotografia, o Instituto Göethe promove uma exposição das fotos do ateliê Mathesie. Estúdio fotográfico que funcionou desde 1895 até 1993, acumulando 300 mil negativos, o Mathesie permitiu que se destacasse a sua produção a partir do Pós-Guerra, chegando até o fim da década de 70. É sempre curioso lembrar que a fotografia começou como registro, não como arte. Portanto, nada mais primordial do que o retrato: o recorte de um momento ou de um estado, no tempo. A coleção se compõe de dezenas de painéis com fotos de pessoas, posando em datas especiais ou em fases marcantes da vida. A trivialidade cruza os olhares, o figurino e as poses. O modelo mostra, o que considera, a sua melhor face para o fotógrafo. É impossível pensar o século XX (e o XXI) sem essa profusão de imagens. A fotografia (e depois o cinema) viria a estabelecer as bases da primazia do corpo sobre a alma. Cada um é, antes de tudo, o que aparenta, e não o que tem dentro. Se hoje as pessoas querem mudar o seu exterior para mudar o seu interior, é porque um dia se confirmou que parecer é mais importante do que ser.
>>> Instituto Göethe - Rua Lisboa, 974 - Tel.: 3088-4288
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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