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Quarta-feira, 16/5/2001
As greedy as a pig

Julio Daio Borges




Digestivo nº 32 >>> Snatch, o filme, ensina que a melhor forma de dar sumiço num cadáver é picá-lo em pedaços e dar de alimento aos porcos que, em questão de horas, trituram até os ossos. Essa passagem é bastante representativa do longa e dessa escola que, assumidamente ou não, partiu de Quentin Tarantino, para a banalização da violência e a glamourização do crime. Em Snatch, as mortes são tão corriqueiras que todo ator que entra em cena dura, no máximo, vinte minutos. O caráter absurdo da projeção, que sacrifica estrelas e cachês, propõe um crossover de bandidagem judia, turca, negra, russa, cigana, americana e britânica. A ênfase, quase linguística, desse encontro de culturas do submundo é responsabilidade de Guy Ritchie, o diretor. Abolidos os juízos morais, é perceptível que ele leva a explosão de balas e de sangue um passo adiante. Mormente, quando conduz suas tomadas na batida tribal do drum'n'bass e de suas variantes. Essa corrente parece indagar, seriamente, quanta carnificina o estômago do espectador agüenta. O prazer estético, às vezes, compensa. O problema é que, nem todo dia, existe a disposição de se passear pelo açougue.
>>> Snatch
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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