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Quarta-feira, 30/5/2001
Too young to die; too old to rock'n'roll

Julio Daio Borges




Digestivo nº 34 >>> Angeli, o cartunista punk, o artista rock, o idealista hippie, é o centro das atenções na revista Caros Amigos, de maio de 2001. Junto com Toninho Mendes, foi o pai da publicação de história em quadrinhos mais marcante da década de 80: a Chiclete com Banana, cujo título homenageia Jackson do Pandeiro. Os tipos inesquecíveis que criou permaneceram no imaginário de uma geração que, nessa época, despontava para a idade dos hormônios. Como se não bastasse, financiou revistas como Circo, Piratas do Tietê, Geraldão e Níquel Náusea, que completavam o cenário de contestação e despertar orgiástico. Angeli se diz discípulo de Millôr Fernandes e Ziraldo, embora reconheça também algum pendor por Juarez Machado, no início da carreira. Estreou, em grande estilo, na revista Senhor, em 1970, aos 14 anos, e está há quase três décadas na Folha de S. Paulo. Por mérito, e até por falta de equivalentes "literários", Angeli acabou se fixando como um dos principais cronistas da metrópole paulistana. Dada a sua bagagem pop, de referências ao underground e à estética beat, desenvolveu uma produção que disseca o "submundo" de toda e qualquer grande cidade, universalmente. Seus personagens são incisivos e arquetípicos, correndo o risco de serem encontrados nas ruas, nos escritórios, na intimidade do lar, no circuito de bares. Para o bem ou para o mal, Angeli se asilou nesse labirinto que criou para si, desde os anos 70 até a aurora do século XXI, defendendo posições radicais, comercialmente desvantajosas, politicamente ingênuas (às vezes), mas resguardando sempre sua integridade. No país do faturo, é de se admirar.
>>> Caros Amigos
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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