Quarta-feira,
30/5/2001
A History of America
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 34 >>>
Desde segunda-feira, está sendo transmitida, pelo GNT, a melhor série sobre Jazz até o momento: o documentário de Ken Burns, também editado em livro, em parceria com Geoffrey C. Ward. O especial varre desde as origens mais remotas do "Jass", com Buddy Bolden, Jelly Roll Morton, Sydney Bechet e Freddie Keppard até os dias de hoje, passando por iluminados como Louis Amstrong e Duke Ellington. São doze capítulos, abordando cada um seu período de cinco ou dez anos (desde 1907), intercalando comentários saboros do embaixador Wynton Marsalis, dos próprios protagonistas, e de outros estudiosos como Stanley Crouch, Gerald Early, Gary Giddins, Dan Morgenstern e Albert Murray. As imagens, as performances, as entrevistas, com as lendas e com os mitos mais importantes da música do século XX, são imperdíveis para qualquer ouvinte que se preze. O Jazz influenciou todos os ritmos, sem exceção, desde que surgiu, em New Orleans. O Jazz tem seus padrões, mas é tão infinitamente capaz de renovar-se que instaurou a primazia da interpretação, da versão, do improviso, eclodindo numa modernidade sem limites. É, sem dúvida, a maior herança cultural dos Estados Unidos da América para a Civilização Ocidental. No Brasil, foi sempre associado a um público "intelectualizado", com acesso às vanguardas sonoras, mas infiltrou-se de tal sorte na dita Música Popular que a Bossa Nova e João Gilberto (para ficar em dois exemplos) seriam outros sem ele. Ainda que se procure esclarecer as disputas e os mal-entendidos entre brancos e negros, durante a evolução do Jazz, continua inestimável a divída das Américas para com a África Negra.
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Julio Daio Borges
Editor |
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