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Quarta-feira, 6/6/2001
Quem sabe eu ainda sou uma garotinha

Julio Daio Borges




Digestivo nº 35 >>> Diferentemente da torrente de acústicos que assola o mercado, Cássia Eller veio para delimitar seu território. Por uma certa antipatia do público, e pela própria contundência de que não abre mão, Cássia Eller ficou relegada a um círculo de admiradores tímidos, ou então a meninos e meninas com intenções estritamente viris. Esse disco vem para desfazer essa imagem e conquistar outros horizontes, afinal ela se lança com Non, Je Ne Regrette Rien (standard de Edith Piaf), Partido Alto (de Chico Buarque), Vá Morar com o Diabo (de Riachão), Queremos Saber (de Gilberto Gil), e Top Top (dos Mutantes). É também responsável, por essa guinada, Nando Reis, o mais novo "darling" das intérpretes consagradas no final dos anos 80, início dos anos 90. Ele assina, junto com Luiz Brasil, a direção musical do álbum. Acerta também um dívida com a cantora que, a exemplo de Marisa Monte, deu voz e valor ao titã em peças como E.C.T. ("Levo o mundo e não vou lá"), Luz dos Olhos ("Ponho os olhos em você, se você está"), Relicário ("O que está acontecendo? O mundo está ao contrário e ninguém reparou") e O Segundo Sol ("Quando o segundo sol chegar / Para realinhar as órbitas dos planetas"). Completam o quadro, os violões poderosos do próprio Luiz Brasil, de Walter Villaça e o baixolão de Fernando Nunes. E, claro, as mui apropriadas menções a Renato Russo, Frejat e Cazuza.
>>> Cássia Eller
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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