Quarta-feira,
13/6/2001
É proibido proibir
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 36 >>>
Segue a série Um Século de Romances, no GNT. No capítulo Liberdade Sexual, do Pós-Guerra a 1969, o programa varreu todas as ondas e todos os comportamentos, desde o surgimento das vamps até o advento da pílula. Houve um longínquo e recorrente 1968, em que se acreditou que a descoberta do "prazer", pelas massas, provocaria a revolução. Fez-se muito barulho, mas tudo em vão. O chamado "espírito contestatório" dos anos 60 foi, de fato, o mal do século. De lá para cá, pouco se criou, adotando-se, constantemente, uma postura reativa, ranheta, ranzinza. A arte empreendeu quase nada de grandioso, preferindo a fuga: seja através da desconstrução; seja através da fragmentação; seja através do hermetismo. Os jovens continuaram rabugentos, mas, como a repressão deixou de existir, tornaram-se rebeldes sem causa. (Hoje, eternamente paparicados pela publicidade e pelo consumismo.) O programa também explica que o mau-humor juvenil talvez se justifique pela evasão dos pais, desde os anos 70. A família se desagrega, e cada ente, em seu trabalho, constrói um novo mundo de relações, às vezes, extraconjugais. Moralistas acreditam que a Aids veio para conter essa permissividade do sexo furtivo. Como queria Freud, cada vez mais, amor e sexo se confundem, e a Humanidade paga pela confusão.
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Julio Daio Borges
Editor |
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