Quarta-feira,
11/7/2001
The West is the best
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 40 >>>
Cantava Jim Morrison, cuja morte foi há 30 anos, sem provavelmente conhecer a história de sangue, suor e lágrimas do Velho Oeste americano. Ken Burns, o mesmo documentarista da série Jazz, volta ao GNT com a saga que transformou os Estados Unidos em nação continental, dizimando tribos indígenas inteiras, correndo atrás da ilusão do ouro, eclodindo em guerra civil, exterminando manadas de búfalos das planícies, promovendo o maior empreendimento do século XIX: a estrada de ferro que cruzaria do Atlântico ao Pacífico. Embora Burns não seja tão minucioso (quanto o foi ao narrar o desenvolvimento da música negra americana), preferindo estruturar sua epopéia em torno de figuras-chave (e não ao redor de agentes que se inter-relacionam), ainda assim, consegue dar uma aula de edição, apresentação e direção. Sem quaisquer escrúpulos, retrata seus antepassados como desbravadores, selvagens, desvairados, que matavam a sangue-frio e que faziam suas próprias leis (não muito longe daqueles povos bárbaros que hoje os norte-americanos tentam civilizar). Ao mesmo tempo, não deixa de reconhecer o estigma do império que se anunciava: seja pela conquista e pelo povoamento de terras inexploradas; seja pela construção e pela manutenção de uma sociedade cujo mote era a liberdade; seja pelo Destino, puro e simples, que escolheu esse povo (e não outro) para trilhar os caminhos (e descaminhos) do planeta, pelos próximos séculos.
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Julio Daio Borges
Editor |
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