Quarta-feira,
8/8/2001
Don't let me be lonely tonight
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 44 >>>
Michael Brecker, um jazzista respeitável, que já tocou com Dave Holland e McCoy Tyner, resolveu suavizar e gravou um disco muito eficiente para não-iniciados. Trata-se de "the ballad book", ou como diz o título "Nearness of You" (traduzível talvez por "A Proximidade de Você"). Chamou para o CD Pat Metheny, companheiro inseparável que também sabe ser delicado, Herbie Hancock, um pianista já lendário, e James Taylor (sim, o mesmo de You've got a friend), que aparece totalmente reabilitado e de volta aos vocais cool (sem ser piegas) dos bons tempos. Para os brasileiros, existe um atrativo a mais: provavelmente por sugestão de Metheny, um brasilianista incorrigível (já emulou até cansar Milton Nascimento e Tom Jobim), o grupo do saxofonista Brecker incluiu no álbum "Nascente", canção de Flávio Venturini (há anos esquecido pelas rádios), um dos momentos instrumentais mais belos, com solo de guitarra transcendental de Pat. Ainda que seja um lançamento da prestigiosa gravadora Verve, surpreendentemente, houve desta vez uma edição "made in Brazil" que pode ser facilmente encontrada nas lojas do ramo, e que custa metade do preço. Ao contrário do que acontece nessas adaptações tupiniquins, a arte foi preservada (Brecker não poupa esforços com fotos e efeitos, desde Tales from the Hudson), sendo que até o compact disc vem com o selo original (uma raridade que deve ser comemorada). Dentre as "songs", além das intervenções de Taylor e dos toques de brasilidade, pode-se destacar Sometimes I See (Metheny compondo), My Ship (de uns tais Kurt Weill e Ira Gershwin) e Always (de um certo Irving Berling). Uma aquisição para ser feita (e ouvida) de olhos fechados.
>>> http://www.michaelbrecker.com/
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Julio Daio Borges
Editor |
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