Quarta-feira,
15/8/2001
Porteño, Milonguero y Varón
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 45 >>>
Escondido numa rua menos badalada de Moema, está o Parrilla Puerto Madero, uma autêntica churrascaria (com todas as implicações boas e más que essa palavra suscita). Oferece primordialmente nacos de carne, porções e entradas generosas (de uma fartura nunca antes vista). Outros restaurantes primam pela decoração ousada, ou então pela atmosfera envolvente, ou ainda pela desenvoltura dos garçons, mas o Puerto Madero não, o negócio deles é o produto final, e se o interesse for de se esbaldar (sem necessariamente ser fino e bem educado), o local é lá mesmo. Em estações de vacas magras (e de crise argentina), é notável que, num restaurante, os pratos mal caibam à mesa, exigindo (de quem serve) verdadeira engenharia e logística. Surpreendemente, porém, os preços não são exorbitantes e, aos finais-de-semana, o Puerto Madero vive tomado por famílias, e entusiastas de um bom bife. À parte o universo da gastronomia, é interessante notar que o dono do estabelecimento teve também preocupações eminentemente práticas. É possível, por exemplo, entregar aos manobristas o automóvel e, no final, recuperá-lo limpo e asseado (um lava rápido, bem na frente, do mesmo proprietário, dá conta do recado). Hoje em dia, em São Paulo, a clientela quer tranquilidade, e aprecia enormemente que pequenas questões do dia-a-dia sejam resolvidas sem esforço, e num piscar de olhos. Moema, um bairro originalmente residencial, vive pipocando com bares e "casas de comida" (como se diz em Buenos Aires), nesse contexto, a estratégia do Puerto Madero (de fixar-se no utilitarismo e na saciedade da freguesia) pode ser um tremendo diferencial.
>>> Parilla Puerto Madero - Rua Canário, 408 - Tel.: 5051-1628
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Julio Daio Borges
Editor |
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