Sexta-feira,
28/9/2001
O Conselheiro também come (e bebe)
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 52 >>>
Foi em abril que o Charlô, da Barão de Capanema, deixou de ser apenas “bistrô” para expandir-se num salão amplo e de pé-direito alto. Seis meses depois, a novidade ainda não foi completamente assimilada por aqueles que viam, no intimismo e na limitação de espaço, uma marca registrada do restaurante. É compreensível a mudança, no entanto. Todos têm, um dia, de se reinventar, abandonando até certo ponto a “exclusividade” para abraçar o grande – e respeitável – público. Em vez das pessoas que falam baixo, o Charlô abriga agora os executivos de gargalhadas estrondosas – americanos? – em mesas compridas e povoadas. Não é fácil reconhecer os antigos garçons no novo ambiente, agora eles correm, as distâncias aumentaram. Mas seria uma injustiça invocar só esses aspectos “comparativos”, pois, por maior que seja a algazarra, não é nada que se compare a uma pizzaria lotada num domingo à noite, por exemplo. E a comida, bem, a comida é um espetáculo à parte. De notável, percebe-se uma maior variedade de pães no “couvert”, combinados com o tradicional patê de foie gras, que consagrou o “restaurateur” há anos. O cardápio também apresenta novas criações by Charlô, of course, e a noite fria de primavera (em São Paulo, of course) clama por um pato com damasco, não há como evitar. As horas passam, o mundo corporativo parte, e a música pode novamente ser escutada. Encerra-se com uma daquelas sobremesas artesanais, que ilustram matérias da Vejinha, no embalo do vinho curtido desde a entrada. E tem-se aí uma felicidade certa. Não é barata, mas e daí? Uma extravagância, de vez em quando, faz parte.
>>> http://www.charlo.com.br/
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Julio Daio Borges
Editor |
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